30.9.06

CAPITALISMO SELVAGEM ESTÁ A MATAR O PLANETA


Recentemente, num filme baseado em declarações de Al Gore, ex-candidato à presidência dos USA, o país mais poluidor do planeta e onde está localizado o centro do Capitalismo selvagem e “pacificamente” assassino, ficou um aviso científico: ou a Terra se cura durante os próximos dez anos, ou grandes catástrofes ambientais vão acontecer por todo o nosso mundo devido ao sobreaquecimento global.

Maremotos, tsunamis, cidades litorais invadidas pelo mar, rios transbordando devido a grandes chuvadas que destroem tudo à passagem das águas enfurecidas, deslizamento de terras, degelos, avalanchas de neve, incêndios florestais, secas, abalos sísmicos, inundações inesperadas
e tudo o que de mal pode vir de uma Natureza ferida pelos seres humanos que só pensam em fazer e ter mais Dinheiro, expandir o Capitalismo selvagem, manter o Consumo desregrado.

E tu, jovem vivente entre milhões que se estão a deixar manipular, manietar, vigarizar, usar, explorar e matar por religiosos, políticos e capitalistas, o que tens feito para que o nosso planeta não continue a ser destruído pelas fábricas que estão a envenenar o ar que respiramos e o clima? Só queres passar horas perdidas a jogar no computador sem intervires em defesa da tua vida futura? A masturbar-te diante dos “sites” pornográficos da televisão? A falar pela voz, discursos, parábolas, tretas, lengalengas, poemas e canções dos outros? A namorar e a copular como se a vida do planeta esteja mesmo no fim e tu queres aproveitar o tempo que te resta para gozar os últimos dias de vida? A frequentar bares e discotecas para tomares bebidas alcoólicas e enfumar-te com o cancerígeno tabaco? A consumir droga para fugires às tuas responsabilidades na Vida e para esqueceres que em ti existe inteligência, energia e coragem para lutares? Eu penso que tu mereces viver, mas para manter ou atingir esse objectivo vital tens de lutar contra os “tubarões” e as “hienas” dos seres humanos.

Juntos podemos mudar o mundo sujo, doente e degradado que temos, se não andarmos a perder este tempo em que ainda vivemos, podemos e devemos lutar por um mundo vivo, saudável e bom!


Se continuarem a matar a floresta da Amazónia e quando a Terra secar e a sua atmosfera estiver totalmente poluída, irrespirável, envenenada, de nada valerão a Religião, a Fé e Deus. Todos morreremos e talvez a paisagem deste planeta que foi azul venha a ser igual à que esta fotografia mostra de um rio ressequido e gretado ao sol ardente de Espanha…


Texto: Marques Pereira
Fotos: Autores N.I.
Montagem gráfica: Paula Medeiros

22.9.06

Movimento "Fora Lula"



Estamos muito próximos de mais uma eleição para presidente da república. Em tese seria uma bela oportunidade, para darmos um basta na atual situação social em que o país se encontra. Mas o que vemos é a possibilidade bem presente de piorarmos ainda mais o que temos.

O jornalista Carlos Vereza na seção de cartas de O Globo, declarou: “Ao votarem pela segunda vez no maior farsante de toda a história política brasileira passamos da condição de eleitores à de cúmplices conscientes da lamentável desagregação ética e moral que assola o país”.

Por mais chocante que pareçam estas palavras, elas refletem a veracidade de nossa situação. Se aprovarmos a reeleição do Lula estaremos na prática institucionalizando o mar de lama que temos acompanhado pela imprensa.

No estrangeiro como podem entender a paradoxal situação de um candidato que tem quase a metade do eleitorado ser tão veementemente contestado. Bastante simples, a grande maioria dos seus eleitores é formada pela grande massa dos menos favorecidos que vivem das esmolas e migalhas distribuídas pelo governo, nas chamadas “bolsas sociais”.

Na tentativa de restabelecer a verdade segue adiante as palavras fortes de um brasileiro chamado Eduardo Silva que sintetiza um profundo sentimento esclarecedor:

Um dos truques do Lula é falar em "nome" dos pobres. Ele fala da população mais pobre como fosse propriedade dele. Velha malandragem do Lula de posar como presidente "pobrezinho" p/ "comover". Aplica o golpe do "ex-operário", como dizia Brizola.

Enganação. Há quase 30 anos Lula não é "pobrezinho". Desde quando está no PT, Lula só bebe uísque importado e come nos melhores restaurantes. Há séculos Lula vive muito bem, sustentato pelo PT.

Ao contrário de nós, vc acha que os filhos de Lula alguma vez na vida precisaram procurar emprego? Quer dizer, emprego de verdade, fora dos carguinhos no partido do pai?

Vc acha que uma empresa grande ia oferecer para vc R$ 18 milhões para ser seu sócio? Pois é, o filho de Lula recebeu.

Não caia no papo de "coitadinho" do Lula. Ele nunca foi. Pelo contrário está cada dia mais arrogante. Se duvidar até fala errado de propósito p/ criar identificação com o povão. É um "ator".

Votar em Lula vai transformar o Brasil numa disfarçada [b]ditadura de esquerda[/b], como hoje é a Venezuela do amigão de Lula, o ditador Chávez. Ou como a ditadura feroz na qual o PT sempre se "inspirou" e admirou, Cuba.

É inadimissível e vergonhoso que um presidente brasileiro seja amigo de ditadores como Fidel Castro (um sujeito que já mandou matar, prender, torturar e exilar centenas de milhares de cubanos apenas porque eles não gostavam do comunismo). Mas Lula não está nem aí, inclusive recebe presentinhos do fascínora cubano, como charutos.

Que presidente é este que tem como amigos esse tipo de gente?

O PT já tentou controlar a imprensa brasileira. Não conseguiu mas pode ter certeza que não vão desistir. Eles sabem que enquanto a imprensa tiver liberdade o PT não vai conseguir enganar todo mundo.

Já imaginaram se eles tivessem conseguido controlar a mídia? Ninguém nunca saberia do Mensalão. Se Lula se reeleger vão tentar de novo.

Este ano o Brasil terá crescimento medíocre apesar de todos os demais países emergentes estar crescendo muito. Já é assim há 3 anos. O desgoverno Lula não sabe administrar. O "espetáculo do crescimento" foi só mais uma mentira do Lula. Ele e PT não têm capacidade para governar.

Empregos? O governo Lula só foi bom para arranjar empregos para milhares de petistas que hoje ganham bem e na moleza, sem terem passado em [b]nenhum [/b]concurso público.

O maior truque de Lula/PT é falar que "representam" os pobres. Enganação. Há muito tempo ele não é pobre. Há séculos só bebe uísque caro e come nos melhores reustarantes. Nenhum outro governo deu tanto lucro para os banqueiros.

Lula na maior cara-de-pau diz na tv que fez isso e aquilo. Mas na verdade só continuou o que o governo passado criou. Até o bolsa-família é cópia do bolsa-escola anterior. A política econômica é a mesma.

NÃO AJUDE A CONTINUAÇÃO DESTA MENTIRA.
NÃO VOTE NO LULA.”


Texto de: Paulo Medeiros

Texto incidental: Eduardo Silva

Montagem fotográfica: Paula Medeiros

15.9.06

IR AO ESPAÇO: O MEU SONHO NÃO REALIZADO



O Ser Humano que não sonha nunca viverá tudo o que pode e não alcançará o máximo que gostaria de fazer a si e possuir para a sua auto-estima.

Todos os que não se lançam na aventura do desconhecido, naquilo que os outros pensam que nós não somos capazes de realizar ou atingir, nunca conhecerão o seu potencial anímico, a inteligência e a coragem que têm no cérebro e no corpo.

Após a URSS ter colocado no Espaço o primeiro satélite artificial, em 4 de Outubro de 1957, o “Sputnik -1”; e em 7 de Novembro o primeiro ser vivo (a cadela “Laika”), eu e um amigo da minha idade adolescente escrevemos uma carta ao governo dos United States of America (USA) a oferecermo-nos voluntariamente como cobaias humanas para seguir no satélite norte-americano que estava a ser planeado e preparado para a grande corrida espacial entre as duas maiores potências do mundo, ao tempo envolvidas numa chamada e ameaçadora “guerra fria” política.

Nessa carta escrita por mim e inserida numa notícia do jornal “Diário Popular”, de Lisboa, edição de 15 de Novembro de 1957, com o título “DOIS ESTUDANTES OFERECERAM-SE PARA SEGUIR NO SATÉLITE AMERICANO” dizíamos: “Não queremos com este arrojo, este humanitarismo e esta decisão receber quaisquer galardões; queremos apenas ser úteis!”. Queríamos apenas ter uma oportunidade de ser úteis, pois o regime fascista-católico do Salazarismo que então governava e subjugava em Portugal tirava-nos a Liberdade e a Esperança, mas não conseguia matar-nos a vontade e a coragem que sentíamos dentro de nós.

Dois meses depois, a 17 de Janeiro de 1958, o referido jornal lisboeta publicava o texto de uma carta com a resposta do major-general John B. Mendaris, chefe do Departamento de Projecteis Balísticos e Teleguiados do Exército dos U.S.A., que dizia: “A vossa carta de 15/11/57, em que se ofereciam como voluntários para arriscardes a vossa vida pelo bem da Humanidade, recebeu a nossa melhor consideração. (…) Louvo a vossa coragem e os motivos que vos compeliram a tal”.

O meu sonho terminou assim, mas os meus olhos continuaram a perscrutar o Espaço e a ir, morrer e regressar à Terra com os astronautas e cosmonautas. E fiquei muito feliz por ter “acompanhado” o tenente-coronel da F.A.B., Marcos César Pontes, brasileiro natural de Bauru-S.Paulo, nascido em 11/3/1963, que em 30 de Março de 2006 viajou até à EEI/ISS (Estação Espacial Internacional), partindo do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão-Ásia Central).

A oferta da minha vida que fiz aos U.S.A., após a saída da notícia no jornal “Diário Popular” pôs no meu encalço a polícia política da Ditadura, a PIDE, sendo sido levado até um chefe que me quis ouvir, puxou-me as orelhas com ambas as mãos e afirmou: “Tu não vais a lado nenhum, porque nós precisamos de ti para ires defender as nossas colónias. Não voltes a ter sonhos destes!”. Este episódio não foi noticiado em qualquer jornal, porque a Censura não deixou.

O primeiro homem a viajar no Espaço, à volta da Terra, foi o russo Iuri Gagarin, em 12 de Abril de 1961. Uns dias antes, eu tinha partido de avião para um dever pátrio do qual regressei ao fim de dois anos: a Guerra Colonial que começou na então província ultramarina portuguesa de Angola. O meu “destino” imposto pela PIDE cumpriu-se, mas sobrevivi.

Em 20 de Julho de 1969, os astronautas norte-americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin, partindo no módulo lunar “Eagle”, foram os primeiros seres humanos a pisar o solo agreste e sem vida da Lua, um satélite da Terra que nos faz sonhar com noites românticas de amor ao luar.

Os U.S.A. têm em curso um programa espacial que voltará a levar o Homem à Lua em 2018, mas eu “ainda não fui convidado” para seguir nessa segunda viagem humana ao satélite natural do nosso planeta.

Com os pés bem assentes na Terra, hoje posso dizer não fui nem jamais serei astronauta, restando-me a consolação de não me esquecer que sou descendente dos pioneiros dos Descobrimentos, esses corajosos, persistentes e heróicos navegadores Portugueses que se lançaram no Desconhecido que então eram os grandes oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, em naus que pareciam grandes cópias de cascas de nozes, à descoberta de “novos mundos”, tendo eles chegado, entre outros pontos longínquos do hemisfério Sul, a um porto seguro do Brasil onde nunca tinham sido vistos homens brancos…

Texto: Marques Pereira

Foto: Autor N.I.

Montagem: Paula Medeiros

9.9.06

O DIA EM QUE SENTI VERGONHA!



Há bem poucos dias recebi uma mensagem de e-mail na qual pedia para ver uma reportagem do “Correio da Manhã” (Lisboa), onde a mesma falava que a PSP havia conseguido desbaratar uma quadrilha de assaltantes de banco e carro forte na região de Lisboa. A totalidade dos meliantes eram de nacionalidade brasileira, ou seja, meus compatriotas.

A notícia na verdade é apenas mais uma entre tantos problemas relacionados com patrícios que vivem ou desembarcam em Portugal. A realidade já comprova que o emprego escasseou, e que não ha mais suficiente nem para os que já estão, imagine para os que chegam.

Se me indagarem o que acho, ou o que fazer, só ha um caminho que a sensatez recomenda: que se faça justiça e que não fique impune, pois se não for assim a sociedade não vai perdoar. A sociedade portuguesa, e a opinião pública em geral já clamam e pedem um basta para com o aumento da criminalidade e assim infelizmente tenho que admitir que no sentido lógico esta mesma sociedade tem razão. Ficaria triste se isso levasse a uma acréscimo de xenofobia contra trabalhadores honestos e estrangeiros.

A causa maior está mesmo do outro lado do Atlântico, no Brasil onde a impunidade campeia e onde cidadãos de bem têm de viver recluso em suas casas onde a violência não permite mais uma vida normal.

A vergonha consiste em sentir-me impotente em propagar a idéia de que não somos meros exportadores de putas, assaltantes e jogadores de futebol. Temos um reserva moral muito grande que pudera ser descoberta um dia pelos europeus.

Desculpem-me pelo desabafo, mas chega o dia em que a ficha cai.

Texto: Paulo Medeiros

Revisão de texto e foto: Paula Danielle Medeiros

2.9.06

FORTE DE SANTIAGO DO OUTÃO - Um monumento da história de Portugal


O Passado nunca exerceu em mim qualquer paixão pelos monumentos militares e religiosos que sobreviveram ao Tempo. Em cada um existe muito trabalho escravo, fome, sangue e morte de povos a quem, monarcas, padres e bispos obrigaram a construir.
Estes sobreviventes de pedra transformada pelos homens constituíram-se em páginas, documentos e testemunhos da História de cada nação ou país.
Portugal iniciou os Descobrimentos porque a Espanha não o deixou expandir-se do ocidente para o centro e oriente da Europa. Teve que se virar para o grande e desconhecido Oceano Atlântico, este mar imenso que também é do Brasil.
Os seus primeiros barcos oceânicos encontraram uma rentável motivação comercial em Ceuta, localizada no norte de África e defronte de Algeciras (Espanha) e de Gibraltar (Inglaterra), após ter sido conquistada pelo rei D. João I aos muçulmanos em 21 de Agosto de 1415, à frente de uma grande esquadra naval.
E a partir deste estratégico porto de mar que antes fora detido por Fenícios, Cartagineses, Romanos, Vândalos, Bizantinos, Muçulmanos e actualmente está na posse dos Espanhóis desde 1668 (Tratado de Lisboa), os Portugueses controlavam as entradas e saídas do Mediterrâneo na compra, venda e tráfego de escravos e, depois, o comércio de especiarias, madeiras, ouro e pedras preciosas.


O Brasil, entre outros países lusófonos, tem alguns padrões marcantes dos Descobrimentos, uma Língua Portuguesa e arquitectura colonial que recordam, inequivocamente, que a História de Portugal passou pelo seu território e nunca deixará de se fazer sentir em muitas cidades brasileiras e nas pessoas luso-descendentes.
Em Setúbal, cidade-distrito ao sul de Lisboa, a cerca de 40 quilómetros de distância da capital de Portugal, no exacto local onde o rio azul Sado entra no Oceano Atlântico, no litoral sul da serra da Arrábida, diante da península/”ilha” de Tróia, existe um curioso monumento histórico: o Forte de Santiago do Outão.
Esta pétrea página da História de Portugal começou a ser construída em 1390, por ordem do lisboeta rei D. João I, filho bastardo de D. Pedro I e de uma dama galega D. Teresa Lourenço, como uma atalaia (torre) de vigia e defesa da costa marítima que se estendia de Albarquel até Sesimbra, o que também levou à construção dos fortes de Santa Maria da Arrábida (que serviu de casa de praia para os filhos bastardos do rei D. João V -1706/1750- e onde o ditador António de Oliveira Salazar foi visto a namorar com a jornalista francesa Cristine Garnier) de Santiago de Sesimbra.

Até hoje foi beneficiada e alterada pelos reis portugueses D. Manuel I, D. Sebastião (que foi morto e desapareceu em Marrocos - Alcácer Quibir - não deixando descendentes) e pela dinastia espanhola dos três reis Filipes entre 1580 e 1 de Dezembro de 1640. Depois desta data ainda foi melhorado pelo rei D. João IV (O Restaurador).
Este forte veio a ser desartilhado no séc. XIX e convertido em prisão, mas em 1890 passou a residência de veraneio do rei D. Carlos I e sua esposa D. Maria Amélia de Orleans. E em 1900, devido ao seu bom sol, maritimidade e temperaturas amenas e estáveis foi aproveitado para sanatório de tuberculoses ósseas e pulmonares.
Em 1909 e até hoje funciona como Hospital Ortopédico Santiago do Outão, tendo uma praia privativa.
Nem todos os monumentos históricos de Portugal, feitos pela vida e morte do seu povo e por escravos, têm esta história útil a todos os cidadãos e necessidades desta nação.
Sobre os telhados deste alterado conjunto arquitectural militar tardo-medieval, o farol do Outão orienta, à entrada da barra, os barcos dos pescadores de Setúbal que regressam da faina de pesca na orla marítima, os navios de mercadorias e os grandes petroleiros para reparação no estaleiro da Mitrena, na zona industrial do rio Sado, meio quilómetro acima da porta aberta ao Oceano Atlântico que, por vezes, faz chegar as suas águas até à vila romana de Alcácer do Sal, meia centena de quilómetros a montante, na região do Alentejo.
Texto: Marques Pereira
Fotos: Marques Pereira e Rosa Cavaco