26.10.07

Revelação brasileira- JARDIM





É com enorme satisfação que apresento aqui no " Lusitânia Perdida", uma revelação brasileira, e agora com poesias. Considero mais uma faceta artística de LUCIENIO TEIXEIRA, este brasileiro das Minas Gerais, mas de família totalmente nordestina e portuguesa de origem. " LUA" como é mais conhecido, é ex diretor do DART( Departamento de Artes) da Universidade Federal de Campina Grande e professor do curso de Arte e Midia da mesma instituição.

Jardim

Se teu silencio

Não fosse tão vago

Tua cara-metade não seria

Esta linda flor que desabrocha numa manhã de julho, agosto

O licor de teus olhos embebedou-me

A doce chama de teus lábios.

E nesta manhã,

Ao tê-la perto de mim,

Essa linda flor que amava, morria.

Na minha inocência e na minha alegria

Quebrei o teu silêncio,

Meus passos não os continha... abafei tua cara-metade.

Tuas pétalas, tentei em vão desperta-las.

E morreste , enquanto me consumia

em teu jogo de criança.

Comentário: o desejo, o encontro e cada compartilhamento de idéias, sentimentos, razões nos coloca numa posição além de coadjuvantes. Nestes instantes acabamos por possuir o controle da situação... Mas nem sempre nos damos conta disto e somente o tempo deterá a chave de tal descoberta.Enquanto isto, o que fazemos? Passamos a procuração para o outro, para a outra: defina meus desejos; diga o quanto tenho de sofrer ou ser feliz; justifique meus erros, inclusive meus acertos; faça-me depender... Ou o extremo oposto onde acreditamos que "algo" sobrenatural se responsabiliza por cada ação, mas aí a categoria muda para teleguiados e assim não me interessa.Não cabe culpar a ninguém, mas se quiser encontrar um álibi... Responsabilize a falta de tempo, de experiência, afinal de contas quem realmente sabe o que quer? E cuide-se, depois não teremos tantas desculpas.

É isso!

Texto introdutório: Paulo Medeiros

Poema e comentário: Lucienio Teixeira

Webmaster:Paula Medeiros

Foto: Lucienio Teixeira

QUEM SÃOS OS BONS E OS MAUS?




As notícias de como vai caminhando o mundo dos homens e das mulheres, que chegam todos os dias ao nosso conhecimento, colocam-nos perante uma dúvida preocupante: quem são as pessoas boas e as criaturas más?

Em anos passados dizia-se que “anda meio mundo a enganar a outra metade”. Isto queria dizer que 50% da população humana andava a enganar, vigarizar, iludir e a manipular os que se deixavam ir na conversa fluente e doce dos hipócritas e troca-tintas.

Numa aldeia do centro de Portugal, um homem reformado de uma força policial, muito católico e tido pelos vizinhos como “boa pessoa e que nunca fez mal a ninguém”, aliciou três moças com prendas e doces, abusou sexualmente delas, matou-as e fez desaparecer os cadáveres numa barragem.

Numa cidade do interior português, uma mulher “muito boa pessoa, católica praticante e catequista” cortou a cabeça a uma filha, matou um filho à facada e suicidou-se.

Um padre andava a utilizar a confiança que os fiéis católicos depositavam nele, na Argentina, para os entregar à Ditadura que os matava ou fazia desaparecer para sempre.

Um canadiano que em jovem quis ser padre e foi capelão, apareceu na Internet como pedófilo e foi preso na Tailândia onde era bom professor, por “andar a comer” crianças asiáticas.

Não é fácil às pessoas entenderem como muitos “servidores de Deus”, que deviam ser pessoas de boas acções e amor ao próximo, aparecem na sociedade como diabólicos criminosos.

Mas não são somente os “incarnados” e as rezadoras que falam de Amor e Paz e viram uns “filhos da puta” da Humanidade. Não nos esqueçamos dos políticos, alguns ainda vivos e a usar Deus como protector e bênção aos seus crimes, que vão matar e destruir onde lhes apetece e o seu poderio militar se impõe como no tempo dos Romanos, Hunos e Cruzadas.

Quanto à Internet, cuidado! Andam nela muitos vigaristas, homens e mulheres, a tentar enganar as crianças, os jovens, os idosos e os ingénuos. Não levem a mal os meus amigos brasileiros, mas tenho de referir que os maiores “filhos da puta” da Internet são oriundos do Brasil, Nigéria, Roménia, Ucrânia e Rússia. Eles usam todos os meios para entrar no nosso computador e recolher informações que usam para nos utilizar e vigarizarem, alguns com “ares de santos” e propaganda a Jesus, Maria e Deus.

Toda a pessoa humana tem alma de caçador, mentiroso, fingido, maléfico, criminoso e assassino, mesmo aqueles que por vezes praticam alguma caridade e se dizem amigos.

A moral das religiões falhou, a educação e as leis dadas pelos governos não endireitam a onda avassaladora de criminalidade que se espalhou pelo mundo.

E as pessoas começam a compreender que, pouco a pouco, estão a ser obrigadas a regressar a uma vida de “cada um por si” à moda do “farwest” norte-americano, muitos sendo já prisioneiras armadas e guardadas por grades e seguranças dentro e ao redor das suas próprias casas vulneráveis a assaltos e a morrerem nelas à mão de assassinos à solta, que até podem ser seus amigos ou vizinhos.

Quem são os bons e como saber que eles e elas não são pessoas muito más?

Quem sãos os maus e como os distinguir entre a vizinhança, os colegas e a multidão, se eles andam disfarçados de bons?

Como diz o povo-povo português “fia-te na Virgem e não corras”.

Portanto, para que ninguém seja enganado, burlado ou surpreendido com o comportamento de alguém, “põe-te a pau com os que tens à tua frente, ao lado e atrás, porque nem todos são o que parecem ou pretendem ser aos olhos e apreciação dos outros”…

Texto: Marques Pereira
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros






13.10.07

Brasileiros em Luanda


Este era um local completamente desconhecido do publico brasileiro

Era, depois que o "Fantástico" colocou no ar uma reportagem da série "Minha Periferia", apresentada por Regina Casé e que consiste em visitar os subúrbios e favelas de várias partes do mundo. Domingo, foi a vez do Bairro dos Ossos, em Luanda, Angola. Naquele lugar paupérrimo onde não há energia elétrica há 15 anos, Regina Casé descobriu que dezenas de moradores se reúnem para ver novela brasileira por meio de uma TV, ligada a um gerador movido a gasolina. Tudo, e não apenas no bairro da periferia, mas em toda Luanda, parece girar em torno das produções da Globo. Assim, há os mercados Roque Santeiro e Beato Salu, a loja Os Trapalhões e a moda brasileira, ou melhor, os modelitos que vêm da novela. O estilo Foguinho (personagem de Lázaro Ramos em "Cobras e Lagartos"), que exibia um bigodinho descolorido, fez o maior sucesso entre os jovens de Luanda. Agora, são as blusas ousadas de Bebel a sair como água das lojas que vendem roupas brasileiras
Muitos brasileiros pensavam que tamanha pobreza, só era possível nas periferias de nossas cidades, mas a reportagem mostra que ainda existe um mundo pior. Este subúrbio de Luanda onde não chega energia elétrica, onde o mais curioso é que há um novelódromo com um gerador, onde seus habitantes se acotovelam para numa minúscula TV, assistir o ‘ Paraíso tropical”
A roupa brasileira de uma maneira geral, é sucesso no país onde foi possível encontrar uma loja chamada Parangolé, pertencente a uma família nordestina do Brasil.
Imaginem, senhores influencia brasileira no meio da miséria africana, onde já aparecem sulanqueiros( vendedores informais de mercadorias e bugigangas) vindos do Nordeste vender seu produtos.E já há aqueles que neste meio fazem alguma fortuna e podem ate morar em bairros bem perto dali, onde há vivendas de mais de 850 mil dólares americanos. Realmente , é mais um modelito de sobrevivência onde ricos ficam mais ricos e pobres cada vez mais miseráveis.
Se dizem que os angolanos estão a aprender conosco, não sei, mas a continuar assim muita coisa parecida irá sucedendo, e onde ate tem gente que sente saudades da época que tudo aquilo era parte do Portugal ultramarino
E viva o mundo lusófono!.
Texto: Paulo Medeiros
Foto: Cortesia
Webmaster:Paula Medeiros

6.10.07

CHAMAM-LHE “SENHORA DA VINHA E DO VINHO”


Tenho que escrever isto mais uma vez, porque a memória de muitas pessoas é fraca: as religiões servem para tudo, até para facilmente fazer uma “santa”.

O povinho imagina, os clérigos criam ou abençoam e a “santa” é moldada em pau, gesso, pedra, bronze e poliéster, um dos muitos e diversificados sucedâneos que se extraem do petróleo bruto.

Depois inventam-se “milagres”, dizem-se mentiras, faz-se uma “santa” publicidade, nasce a “fé” e surgem os ajoelhados, as rezadoras e os papalvos que dão esmolas à “santa” para alimentar as igrejas que alojam as ditas e a clericalagem que vive deste “sagrado” negócio da “santidade” dada a estátuas, estatuetas e esculturas feitas por santeiros e fábricas de “santinhos” que também ganham com os que têm “fé” em qualquer coisa menos em si e nos seus semelhantes humanos de corpo e alma.

A única pessoa santa que eu conheci, tive à minha frente e cumprimentei numa sua visita a Portugal foi a Madre Teresa de Calcutá. Alguém tem dúvidas de que esta mulher tinha dentro de si, nas palavras e acções de serviço que prestou aos que viu sofrer, o Amor ao próximo e o serviço aos que sofrem de Jesus de Nazaré?

E quantas mulheres e homens bondosos há por este mundo, que foram e são umas santas pessoas, as quais nunca tiveram direito ao título de beatificação e santidade católica só porque não pertenceram a uma Ordem, Irmandade e convento religioso submisso ao Vaticano?

Esta “Nossa Senhora da Vinha, Vindimas e Vinho” começou por ser um monumento identificado como A Vinha e o Vinho pelos vitivinicultores de Alpiarça (Ribatejo). Mas por ter sido colocada numa praça e defronte de uma igreja, logo as “ratas de sacristia” levaram o pároco a repudiar a localização desta linda e original obra escultórica.

Os dias, os meses e os anos foram passando e os que vivem do trabalho, produção e venda do “sangue de Cristo” começaram a chamar-lhe, em surdina, para Deus não os ouvir, “Nossa Senhora do Vinho”. Ela ainda não foi reconhecida pela hierarquia de Deus nem decretada pela Santa Madre, mas com a passagem dos anos ainda chegará aos altares, pois nesta coisa de “santos” os seguidores e os pagadores de promessas (povinho) são quem mais ordena. E, mais convincente do que todos os “homens de saias”, Deus ainda não deixou de beber vinho…

Eu não vejo que haja nesta imagem estética, sensual e bonita, sem silicone nas mamas e na bunda (nádegas em Portugal), nem na referência popular a esta estátua como “Nossa Senhora do Vinho”, qualquer motivo de indignação, heresia ou pecado, até porque o vinho foi uma bebida de todos os deuses da Religião e dos Reis, nunca deixando de ser tomado pelos sacerdotes nas missas como sangue de Cristo e à mesa dos papas, cardeais, bispos, padres, freiras e praticantes da apostólica e romana Igreja Católica.
Quanta da “santa” gente que se diz incarnada em Deus não apanhou grandes e “santas” bebedeiras em comezainas e orgias religiosas e outras?

Já agora, para terminar esta crónica, é bom que se saiba que o vinho é anterior à Escrita, aparecendo assim chamado pela primeira vez na Grécia, onde também foram escritos os Evangelhos.

Em Roma, capital do civilizacional Império Romano, em Latim era chamado e escrito viñum, nome que também se aplicava à videira, a planta que dá o fruto chamado uva, a qual, depois de pisada, prensada ou fermentada se transforma num saboroso líquido. O que resta, o mosto, é aproveitado e destilado até correr dele a aguardente.

Os três maiores produtores mundiais de vinho são a França, Itália e Espanha. Portugal, onde se fazem excelentes vinhos, está em 11º lugar. O Brasil é o 16º.

O Deus do Vinho é o grego Dionísio, filho de Zeus e o único de uma mãe mortal, Sêmele.

No Império Romano a divindade do vinho foi Baco, de onde derivam os bacanais que eram as alegres e desinibidas festas e orgias à alegria, prazeres sexuais e comunicação verbal (in vino veritas) que o vinho provoca em quem o bebe em liberdade.

O vinho é um velho, divino e silencioso amigo que quando se torna num vício do apreciador actua como uma droga que pode destruir a mente, o corpo e a vida de homens e mulheres. Mas há pior: as chamadas “bebidas brancas” e as misturas que os adultos tomam nos bares e os jovens nas discotecas.

O vinho é uma bebida deliciosa, mas a água é o líquido de que o corpo mais necessita para viver. Não nos esqueçamos…


Texto: Marques Pereira
Foto: Marques Pereira
Webmaster: Paula Medeiros