28.2.09

O QUE FEZ VOCÊ PELA VIDA DA MULHER?







8 de Março é mais um repetitivo Dia Internacional da Mulher criado pela ONU. Impõe-se, portanto, esta pergunta à massa cerebral de cada homem e mulher: O que fez Você pela melhoria da vida das mulheres? Inclusive por si, se é uma mulher solteira, esposa, mãe, companheira, amante, doméstica, trabalhadora, reformada, aposentada ou uma viúva alegre, triste ou solitária.

É evidente que o Dia da Mulher é todos os dias. Já o mesmo não podemos dizer com tanta propriedade do dia de muitos homens que, sem uma mulher, os seus dias não tinham o conteúdo humano e estabilizador que elas são para eles.

Celebrar o Dia da Mulher, mesmo que este seja “coisa política”, é como celebrar todos os dias da realidade da nossa vida.

A Mulher é o ser mais completo e importante da Humanidade, pois elas são, para além de tudo mais, a renovação, a criação, a construção contínua dos homens e mulheres.

A Mulher é a esperança e o futuro deste mundo que se quer melhor.

A Mulher é amor, mãe, educadora, anjo do lar, formadora, profissional, empresária, política, cientista, escritora, jornalista, religiosa, atleta, beleza, paz, a outra metade genética dos homens que nasceram, cresceram e evoluíram conforme a Natureza.



Adoremos e respeitemos mais a Mulher, porque sem ela o planeta tornar-se-á num hostil e feio deserto por onde deambularão horríveis fantasmas de eunucos.




Texto: Marques Pereira
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

21.2.09

Felipão na Inglaterra

Nas ultimas semanas, foi noticia nos principais jornais do mundo o nosso Luiz Felipe Scolari. O brasileiro campeão mundial e que levou Portugal ao topo do futebol mundial.


Ousado, disciplinador e extremamente humano o Felipão (como nós o chamamos), conseguiu ser herói não so no Brasil, bem assim como em Portugal onde levou a condição de vice-campeão europeu e quarto lugar no ultimo mundial da Alemanha. Mesmo com toda esta fama e todos seus atributos, muitos detalhes os europeus desconheciam, principalmente os dirigentes do Chelsea.


Fala-se que o seu ex-patrão , o russo Roman Abramovich, o tinha contratado para que a equipe apresentasse um futebol vistoso. Puro desconhecimento, Scolari jamais esteve associado a beleza do futebol, embora seja um treinador excepcional. E digo excepcional, pois ele introduziu no futebol brasileiro a idéia que não bastava ter talento, precisavamos nos preocupar também com a defesa. Assim, já fazia tempo, que com equipes muito pequenas ele chegou a conquistar grandes resultados. Lembro-me bem, quando ele conseguiu levar o modesto CRB de Alagoas as meia finais da copa do Brasil.

Em Portugal com seu jeito disciplinador conseguiu quebrar antigas mazelas e ao dar oportunidade a jovens talentos (Cristiano Ronaldo), quase que por uma fatalidade não chegou ao titulo europeu. Conseguiu também trazer de volta um ufanismo que há muito não se via em Portugal, conseguindo unir toda torcida em prol de um desejo e de uma vitoria...


Sua conduta sempre foi de se integrar aos jogadores, como se ele próprio fosse mais um jogador, tirando deles o melhor que possuía. A tudo isto se chamava Familia Scolari. Sua arma mais constante e poderosa era a perfeita comunicação com o grupo. Assim, na Inglaterra faltou-lhe o que nos é mais precioso quando desejamos transmitir detalhadamente o que sentimos e neste caso o nosso idioma. A comunicação através de interpretes transformou quase tudo num verdadeiro fiasco, chegando ao ponto que o capitão John Terry declarar que Scolari tinha seu apoio e de mais uns dois ou três. Muito pouco mesmo. Daí foi encerrado seu contrato milionário, e seu status de herói saiu da fama a quase zero, o que não chega aser um problema, pois com toda a certeza muitos do Brasil já o querem ver com a nossa canarinha.

Volta Felipão!





Texto: Paulo Medeiros

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

15.2.09

ANFITRITE E OUTRA, MULHERES DESILUDIDAS COM A RELIGIÃO


A opinião dos outros deve-nos interessar sempre, pois é a ouvir, a ler e a discutir que nos vamos esclarecendo ou melhorando a nossa própria visão e pensamento sobre os assuntos em que flutuam as pessoas de todo o mundo.

No blogue “Murcon” do conhecido médico-psiquiatra e sexólogo português Prof. Dr. Machado Vaz, nortenho do Porto (cidade na foz do internacional rio Douro, onde na margem esquerda existiu a aldeia de Portucale que deu o nome de Portugal), deparei com esta opinião assinada por uma leitora que usou o”nickname” Anfitrite, que na mitologia grega é filha da ninfa Dóris casada com Nereu que teve 50 filhas, entre elas a deusa Tétis. É irmã de Aquiles, o jovem, intrépido e belo herói que tinha no seu corpo um único ponto vulnerável, o calcanhar, que chegou à actual Medicina como o “Tendão de Aquiles” causador de tendinites e outros traumas dolorosos motivados por excesso de esforço sobre os pés. Casou com Posídon (para os Romanos foi Neptuno), deus-supremo do Mar, que também foi marido de Nereidas, Náiades e muitas ninfas e heroínas, sendo por inerência conjugal rainha e deusa de todos os mares
.
Anfitrite escreveu, começando por se questionar:

Porque raio não me foi dado o dom da Fé? Será porque não acredito em milagres?Sou agnóstica porque não acredito que haja alguém que tenha todo o conhecimento para fazer certas afirmações.

Posso afirmar que sou ateia e custa-me a acreditar como é que pessoas minimamente inteligentes podem acreditar que haja um Deus que venha punir ou agraciar os maus ou os bons. Como se distiguem eles? Os conceitos vão sempre variando ao longo dos tempos.

Apenas há dois mil anos, já a Humanidade era velha, apareceu alguém (Jesus de Nazaré) com boas intenções como tantos outros e houve um grupinho que se apoderou das suas ideias religiosas para explorar o filão religioso em que se transformaram. Não para ajudar o próximo, porque os que o fazem não precisam que lhes indiquem o caminho.
Daí em diante, em nome Dele, tanto mal tem sido feito ao Homem. E, entretanto, outros vão-se enchendo e vivendo à sua custa.

Mas como acontece que às vezes a dor é tamanha, as pessoas tem de se agarrar a qualquer coisa. Eu agarro-me às árvores do meu jardim e aos meus mortos, apesar de enquanto vivos, alguns me tenham feito sofrer.

A maioria dos vivos só pensa neles.

Será que alguém, no seu perfeito juízo, acredita que o Cardeal-patriarca de Lisboa, José Apolinário, esteja preocupado com as mulheres portuguesas que desejem casar com muçulmanos? Então porque não se preocupa com as mulheres que estão a ser espezinhadas pelos portugueses? E em menor escala com os homens árabes maltratados e vitimados por uma qualquer odalisca ocidental?

Quem se lembra dos direitos que apenas há pouco mais de trinta anos eram negados às mulheres portuguesas, dos que lhe eram mitigados e dos que, ainda hoje, lhe são vetados por uma maioria e religiosidades dominantes? Enquadremos as coisas nos contextos históricos e nos continentes próprios e não façamos afirmações balofas.Aconselho vivamente um livro a quem ainda não o leu, se o conseguirem encontrar. Não é ficção é pura realidade. Já tem uns anitos. Hoje já não causa tanto impacto por causa da Internet. Tem o título "Assim Seja, Ela”, de Benoîte Grould. Em Portugal foi publicado pela Livraria Bertrand. Na edição original, francesa, chama-se "Ainsi Soit-Elle" e foi publicado, em 1975 pelas "Editions Grasset & Fasquelle".

Quanto às histórias das criancinhas, ainda há poucos anos não lhes ligavam muito.Os chineses tinham muitos filhos porque precisavam de muito de apanhadores de estrume para fertilizar os arrozais. Outros porque precisavam de mão-de-obra intensiva. Aqui lembro também o livro do grande médico, sociólogo, professor e político Josué de Castro, "Geopolítica da Fome". Acrescento também a "Geografia da Fome". Em Àfrica, hoje, ainda há locais onde os homens só fazem filhos para os vender e viver desse rendimentos. Não fazem mais nada.

Agora falando de árabes e judeus é mesmo verdade que o lóbi mais poderoso nos EU é o dos judeus. Eles controlam o negócio das armas, do petróleo, dos diamantes, dos funerais, para não falar na prostituição, porque essa está em todo o lado. Eles influenciam qualquer decisão nos órgãos dos USA. O lóbi dos árabes limita-se a meia dúzia de indivíduos, que exploram as riquezas que têm e vivem a esbanjar escandalosamente dinheiro, coleccionando carros, jóias, etc., e deixando o seu povo na miséria e na opressão.

Obama afirmou que não saberia o que faria se um foguete lhe entrasse pela casa e lhe matasse as filhas. Que fará ele agora que viu imagens de aviões lançarem bombas sobre escolas lotadas de crianças?

Se os palestinianos lançam foguetes de casas particulares é porque não tem mais espaço. Já não há Palestina; existem uns retalhos de terra minada e nada mais. Alguém pensa que alguns dos extremistas dos colonos israelitas irão abandonar a Cisjordânia? Onde chegam tomam conta de tudo. Como os colonos da Austrália, como os da América profunda, como os da África do Sul, etc.
Ainda voltando às seitas e religiões -e para que pensem bem nisso-, digo-lhes que eu fui vítima, aqui há uns anitos, de assédio religioso pela minha directora de serviços, que pertence a uma seita japonesa que se chama MahiKari e que ninguém imagina do que se trata. É muito pior do que aquilo que diz a Wikipédia!

Falando ainda na crise de missões para o sacerdócio, não se esqueçam que antes quem ía para padre, regra geral, eram os filhos das famílias pobres do interior que eram mandados para os Seminários, porque assim sempre tinham a hipótese de estudar e arranjar alguma equivalência nos estudos. O grande escritor Vergílio Ferreira foi um deles. Não tinha vocação e teve coragem de quebrar as amarras.

Desculpem o “esbanjamento”; hesitei muito, mas este “murcon” do Professor deu origem a comentários fabulosos. Continua a ser necessário agitar a malta e não na modorrice dos pés aquecidos pelos cães. Os cães são para andar cá fora a correr e a brincar com eles…”.

A Outra é uma mãe que viu a filha ser atingida pela variante humana da “Doença das Vacas Loucas”( Doença de Creutzfeldt-Jakob), por ter comido carne bovina contaminada. Andou a pedir ao Deus inventado, ao Deus morto (Jesus de Nazaré) e a diversos santos que foram gente bondosa e a outros que foram inventados, mas nenhuma destas divindades e santidades lhe salvou a filha, de 14 anos, de morrer na sua cama. Ela afirmou, também como mais uma pessoa desiludida com a Religião:

"Não acredito mais em Deus, em santos, em nada da religião! Não atenderam aos meus apelos de vida para a minha filha. Rezei. Andei de joelhos. Desloquei-me a santuários e templos católicos e cristãos. Ofereci velas. Todavia, todos me ignoraram e ficaram nos seus altares e no Céu indiferentes à minha grande dor e aos fartos mananciais de lágrimas de mãe”.

Esta mãe esqueceu-se de que o que os médicos, os medicamentos, as terapias e o próprio corpo não curam, ninguém, nem Deus, tem capacidade para curar e salvar alguém da morte…

(O facto de reproduzir opiniões de outras pessoas não quer dizer que as faça minhas, nem que as adopte. As opiniões alheias têm o interesse que lhes dermos e podem servir para as confrontarmos com as nossas e outras que já ouvimos e lemos. Mas, como se lê, estas opiniões de duas mulheres nasceram de realidades vividas e actuais, as tais que fazem a experiência e constituem a “biblioteca da vida” e do conhecimento que os idosos vão acumulando e transmitindo nas suas histórias).

Texto: Marques Pereira, Anfitrite e Outra
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros



7.2.09

Gravatá.- Pernambuco - Brasil



Em meu ultimo fim de semana de férias escolares aqui no Brasil, saí com minha família a um destino muito interessante. Há algum tempo e aqui bem perto, depois de tantos convites de familiares, resolvi visitar as terras de Gravatá no estado de Pernambuco deste nosso Nordeste Brasileiro.
Achei tão interessante que resolvi compartilhar com nossos leitores, e aproveitando a penetração do nosso blog em outras partes do mundo, encontrei uma maneira simples de promoção e divulgação deste lugar.
Antes de tudo , um pouco de historia. O nome Gravatá é de origem indígena, exatamente do Tupi kravatã ( Mato que fura), arbusto muito comum nesta região . A cidade teve iniciada sua formação por volta de 1808, por comerciantes luso brasileiros quando do desbravamento do interior do nosso sertão nordestino. As embarcações através do rio Ipojuca só conseguiam chegar ate este ponto, daí a concentração de pessoas..
A cidade fica situada no alto da Serra de Russas, e quando por lá passou a primeira ferrovia, iniciou-se sua vocação para o turismo.

A causa de tudo isto se deve principalmente ao clima privilegiado da cidade. Sua localização próxima ao Recife, que dista 80 Km, proporciona um lugar agradabilíssimo de clima inconfundível e próximo do litoral. A temperatura média anual é de 22 graus C, e nos meses de inverno podem chegar aos 10 graus , o que é quase impensável a nível climático desta parte do Brasil enormemente e mundialmente conhecida pela dureza do clima.

Em busca desta maravilha de clima, milhares de pessoas de outras cidades, começaram a construir casas e condomínios nas encostas para fugir do quotidiano estressante das grandes cidades, e isto fez com que a cidade de oitenta mil pessoas, tenha um população flutuante de pelo menos mais 50 mil almas principalmente próximo aos festejos de São João.

A gastronomia da região é tipicamente nordestina, onde encontramos a carne de sol e a buchada de Bode. Mas o local tem restaurantes onde se pode encontrar comida internacional, destacadamente as massas italianas.
Segundo, o meu cumpadre e anfitrião Eduardo T. Galvão ( Dudu Pernambuco) , estas encostas pernambucanas são um prolongamento do planalto da Borborema, e as belezas naturais que se vê em toda a parte, promove um agradável bem estar. Lembra-me ele que a rede hoteleira local, também esta muito bem instalada, sendo um verdadeiro convite aos turistas.

Particularmente gostei dos prédios do tempo imperial, destacando –se o do Paço municipal e por outro lado, as trilhas de aventuras e o encontro com a natureza.
Como o leitor amigo já deve ter notado, nesta minha fase de vida tenho trabalhado e muito para dentro do que me é possível, transmitir ao leitor que é necessário conhecer mais e mais o que temos em nosso país. A nossa dimensão continental faz-nos refletir quão importante é redescobrir nossas potencialidades e mostrar ao mundo que se fizermos as nossas obrigações podemos transformar e quem sabe realizarmos uma verdadeira reviravolta neste nosso país varonil.

Desfrutem da Suíça Nordestina!












Texto: Paulo Medeiros
Foto 1- Vista panoramica- Cortesia de Leo Mauritsstad
Foto 2- Paço Municipal- foto de Carmen Medeiros
webmaster: Paula Medeiros

1.2.09

ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS QUE “ELES” USAM PARA MANIPULAR AS PESSOAS, AS OPINIÕES, A HUMANIDADE


Estas estratégias e técnicas surgiram nos tempos remotos em que o Ser Humano começou a pensar e a manifestar interesse em obter e exercer poder utilizando os seus semelhantes.

Os homens, como seres mais fortes fisicamente, começaram por liderar a família e depois o seu clã. Na sua evolução criaram a propriedade e o direito a caçar e cultivar no seu espaço. Ambicionaram mais e logo descobriram que poderiam dominar pelo medo em algo mais forte do que eles. O Sol, a Lua, a Água, o Vento, o Fogo, os raios, as trovoadas, as tempestades e as demais manifestações da Natureza foram os seus primeiros deuses naturais, que eram bons ou maus, conforme eram vistos e sentidos.

Depois fizeram os “deuses-bonecos” esculpidos em barro e madeira. A Religião era criada para ficar, sempre através do respeito e do medo a um deus inventado.

Milhares de anos depois foram inventados outros deuses com figuras feias e medonhas na Índia. E na Pérsia, hoje Irão, terra dos grandes religiosos cujas histórias chegaram à actualidade, Zaratustra criou um Deus bom, severo, disciplinador e pacificador que ganhou mais adoração entre os Judeus, Cristãos e Islamitas. Mas o persa também criou um “deus” mau, o Diabo que tem servido para “explicar” muita maldade e acusar muitos maldosos que existiram e existem neste planeta.

Os Romanos tiveram imperadores, como Nero, que se auto-proclamaram e se fizeram adorar como deuses-vivos. Os Católicos fizeram de um judeu considerado herege pela sua religião (Judaísmo) o seu Deus-homem, Jesus de Nazaré, e usando o rosto deste em pendões partiram em Cruzadas ao Oriente para matarem os “infiéis” Muçulmanos.

Hoje, os deuses bons inventados são usados maldosamente pelos seus rezadores e manipuladores para matar e destruir. Ainda se lembra de Bush, adorador de Deus? E dos palestinianos do Hamas, adoradores de Alah, e dos israelistas abençoados por Jeová?

Os maldosos deste mundo sempre foram, portanto, os religiosos que se serviram de mentiras e mentirinhas para dominar os outros; são os políticos que aprenderam com os religiosos a mentir e a manipular a Humanidade; são os super-ricos que aproveitando religiosos e políticos criaram o seu Deus Dinheiro e através dele inventaram o Capitalismo para dominar, manipular e escravizar toda a vida Humana, a Natureza, a Terra.

Sylvain Timsit explica o restante sobre este assunto nas palavras que escreveu no seu livro “Stratégies de Manipulation”, o que a seguir vos deixo como sendo a minha motivação para o preâmbulo deste comentário.

Estratégia da diversão
O elemento primordial do controle social é a estratégia da diversão que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e da mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio contínuo de distracções e informações insignificantes. A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia,da neurobiologia e da cibernética.

1 -Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais" (extraído de "Armas silenciosas para guerras tranquilas")
2- Criar problemas, depois oferecer soluções.
Este método também é denominado "problema-reacção-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reacção do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise económica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia do esbatimento Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-económicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.
4- A estratégia do diferimento
.
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento. Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e económica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.
5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas.
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro ("os dias euro"). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por que? "Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )

6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão.
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curtocircuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos...
7- Manter o público na ignorância e no disparate.
Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )
8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade.
Encorajar o público a considerar "fixe" o facto de ser idiota, vulgar e inculto…
9- Substituir a revolta pela culpabilidade.
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema económico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da acção. E sem acção, não há revolução!...

10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios.
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.”

Se leu este meu comentário e o texto de Sylvain Timsit com atenção, ficou com “vastos conhecimentos” para encarar melhor e com mais cuidado a Humanidade do seu género animal.
Tente não se deixar manipular pelas tretas das cambadas que nos usam para “eles” viverem bem a servirem-se da vida e do esforço produtivo da maioria que somos todos nós, os que trabalham e ganham dinheiro e acumulam fortunas, prestígio, honras, estátuas e imagens divinas para os manipuladores do Povo.

Texto: Marques Pereira
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros.