28.10.12

Estou no Alentejo


Primeiras impressões.


Hoje  estou escrevendo diretamente do Alentejo- Portugal, onde depois de alguns anos retorno para rever amigos, familiares e principalmente sentir a situação econômica da região  mediante tantas histórias que  chegaram no outro lado do Atlântico.
 
A principio percebe-se claramente  que há um clima quase que  generalizado de preocupação e desconfiança, principalmente sem  se acreditar em decisões  governamentais, aliás onde o nosso companheiro Marques pereira ja  vinha  comentando já  a  algum tempo aqui mesmo no nosso blog.
 
Sinceramente para  a  situação não há magicas para  acontecer, nem nem há  soluções  mirabolantes.
 
De momento resta  aguardar mesmo,um difícil equilíbrio de contas, principalmente das publicas onde se passou anos  a se  gastar demais, naufragando o contribuinte  em mais  impostos e agora  com até  diminuições de salários.
Paga-se  a conta  de equívocos  principalmente  da classe politica, onde se penaliza um país  com um passado tão rico e  com tanta  historia.
Com o passar dos  dias  vamos  aqui escrevendo algo mais sobre  tudo que  estou  acompanhando atentamente.
 
 
Texto: Paulo Medeiros
Foto: Web
 

21.10.12

MORREU A ERÓTICA SYLVIA KRISTEL "EMMANUELLE"





A holandesa Sylvia Kristel foi a mulher que nos anos 70 e 80 pôs a "cabeça à roda" de milhões de heterossexuais jovens, idosos, casados, divorciados, viúvos e lésbicas de todo o mundo, incluindo Portugal e Brasil.

Era uma linda e escultural mulher. Morreu de cancro aos 60 anos de idade. A Morte foi muito cruel para esta bela e sensual mulher que ainda faz sentir saudades a quem a conheceu nos filmes eróticos de qualidade "Emmanuelle", o primeiro dos quais só foi exibido em Portugal um ano depois da sua realização e lançamento no mercado cinematográfico mundial, após o fim da Censura imposto pela Democracia que voltou à vida dos Portugueses depois do golpe militar de 25 de Abril de 1974.

“A ideia de fazer o filme existia nas primeiras páginas do livro ‘Emmanuelle', da escritora Emmanuelle Arsan, que foi proibido durante anos.
Depois dos choques causados pelo ‘O Último Tango em Paris' e ‘Garganta Funda', o filme ‘Emmanuelle' (1974) jogou com outra luxúria, o avião, e Kristel foi a escolha nesta realização do fotógrafo da moda Just Jaeckin.

O filme abria com um avião a levantar voo e a fita “levava todos às nuvens”. E de tal modo que a nunca por alguém feita a cena de sexo no WC de uma aeronave, durante o voo, levou muitos casais a experimentaram a sensação e o prazer de copularem como Emmanuelle.

Calcula-se que mais de 650 milhões de terrestres tenham visto, no cinema ou em VHS e DVD, as duas cenas que duram no máximo dois minutos. Primeiro com ‘Emmanuelle' a desafiar um companheiro de viagem para as duas cadeiras vazias, e depois a ser levada por outro, nos braços, para o WC do avião.
‘Emmanuelle' foi uma bomba de bilheteira. Vendeu cerca de 50 milhões de entradas em todo o Mundo.

Em Portugal foi uma das novidades após a Revolução dos Cravos e houve filas às portas dos cinemas.
 Em França houve notícias de pancadaria à porta de salas e um recorde de exibição em cartaz, durante 13 anos (553 semanas), numa sala dos Campos Elísios, em Paris.”

Qual é a importância do erotismo na vida das pessoas? O erotismo é um meio de atração, sedução e aproximação de duas pessoas que leva ao prazer do acto sexual bem sucedido e terminado com um ou mais orgasmos.

Só há erotismo como manifestação e criação de desejo momentâneo, ou também pode e deve existir entre casais? Para uma boa relação entre um homem e uma mulher, entre uma lésbica e uma hembra, entre um gay e um homossexual, o erotismo é sempre necessário a um bom desempenho sexual.

O erotismo e o sexo representam muito para a paz mental e física entre os seres humanos e na vida dos outros animais. Quem ainda não aprendeu isto continua a viver como no tempo do Homo Ramapithecus e dos outros animais dos primórdios da Terra…






Texto de Marques Pereira
Fotos: ANI
Webmaster: Paula Medeiros

14.10.12

Realidade Brasileira





Ultimamente tem se falado muito na  Europa que  o Brasil  tornou-se  novamente  em uma  terra  de oportunidades, e que   é uma  terra  de  imigrantes tal  como no inicio do século passado.

A noticia  começou  a percorrer principalmente  por Portugal, Espanha , Itália sem esquecer os nossos vizinhos  sul americanos e também dos chamados Palops.

Como seria  obvio, todas estas noticias começou a  atrair  muita  gente do estrangeiro em busca de uma nova vida, principalmente quando  em seus países de origem a situação esta ruim.

Na verdade o Brasil  melhorou muito, entretanto temos a obrigação de relatar que as "facilidades" , desenvolvimento, e principalmente  a armadura  anti crise mundial não passam na verdade de uma propaganda enganosa do governo  que  em época  dos preparativos de mundial de futebol e olimpíada , faz com que incautos acreditem em tudo que é  dito.

O que  aconteceu é que esta ocorrendo   uma certa  diminuição entre ricos  e pobres, embora  que  de uma forma errada pois não se esta  priorizando o trabalho, e o que  vemos é uma distribuição de  dinheiro, oficialmente  chamadas de bolsas sociais, que  melhorou  a vida  de miseráveis  mas que  também criou um segmento  de desocupados na  sociedade .

Com mais  dinheiro circulante  e  um aumento incentivado do consumo foi estabelecida uma  áurea de riqueza  do tipo "castelo de areia' , ou seja , que pode perfeitamente  terminar muito mal.

Problemas crônicos, como na saúde  e educação estão ai para se ver, onde temos  muitas escolas publicas caindo aos  pedaços  e  filas terríveis em hospitais públicos  E a segurança pública, nem se  fala. continua descontrolada como sempre  e aquelas noticias de ocupações  no Rio de janeiro na  verdade  promoveu mesmo a migração para  outras regiões.

Assim, o novo eldorado é  mesmo fantasioso, fruto  da exportação equivocada de noticias com  outros  objetivos . Se algo está  melhor, penso que  podemos  dizer que a auto-estima  da população e principalmente  por ser baseada na característica  cultural brasileira  de encarar  a vida  com bom humor  e sorrindo, mesmo nas maiores adversidades.

Portanto, aqueles  que  buscam aventuras aqui na  America  do sul, tem mesmo que observar quais  a profissões em  que  se  tem alguma chance, pois algumas  já  estão enormemente saturadas até  mesmo para os que  aqui vivem. A xenofobia nunca existiu e quem tiver a capacidade de ajudar, sera  sempre  bem vindo.

No mais,  a natureza  continua bela  e o calor humano será  sempre  uma  constante!



Texto: Paulo Medeiros
Foto: Humor Links Net Brasil
Webmaster: Paula Medeiros

7.10.12

CRISE EM ESPANHA COMO EM PORTUGAL




O seguinte texto foi publicado recentemente no jornal diário “El País”, tendo-se tornado absolutamente viral em Espanha, mas no Portugal em crise financeira, económica e laboral atacado pelo mesmo vírus do Capitalismo insocial e brutal liderado pela Alemanha parece que o povo continua a viver na inércia da espera de um milagre do céu que nunca vem quando é tão necessário como agora.
Reflete sobre o terrorismo financeiro e a captura económica. Chama as coisas pelos seus nomes e faz uma análise sobre o Capitalismo actual que está a incendiar não só Espanha como quase toda a Europa e vai-se espalhando pelo mundo.
O título desta reflexão é "Um Canhão pelo Cu" e foi escrito pelo espanhol Juan José Millas.




“Se percebemos bem -e não é fácil, porque somos um bocado tontos- a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.

Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo
com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais suba, apesar de te deixar na merda se descer.

Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas -e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.


Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com

gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.


A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a doterrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país -este, por acaso-, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública -onde estas ainda existem- os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.

E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.


Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.


A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.



Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias.Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.”

Texto de Juan José Millas, in “El País”, postado por Marques Pereira.
Foto: ANI
Webmaster: Paula Medeiros