23.2.15

Roberto Leal- Um Português- Brasileiro



Com muita alegria publico aqui em nosso blog, entrevista concedida recentemente no Canadá, no Lusopress, por este artista que simboliza como ninguém, a união estre as pátrias que falam a mesma língua  Espero que gostem!



." Uma música de dois sotaques, um espírito internacional, uma fé inabalável, uma vocação. A viver entre Portugal e o Brasil, Roberto Leal é sem dúvida o cantor português mais brasileiro. É também um dos maiores representantes da música popular portuguesa no mundo e nem os 40 anos de carreira lhe tiram a energia em palco e na vida, como se viu no concerto na Missão de Santa Cruz no sábado passado, no contexto do Festival Portugal Internacional de Montreal.

Nascido em 1951 em Vale da Porca, uma aldeia no concelho de Macedo de Cavaleiros, Roberto Leal tem nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo um público fiel. Com mais de 25 milhões de discos vendidos e mais de 400 canções, Roberto Leal falou-nos do seu encontro com a música, da sua inspiração e das suas convicções mais profundas: «Eu me considero acima de tudo um homem feliz porque muito cedo percebi que você tem que dar tudo à vida para a vida dar tudo a você».

LusoPresse (LP): Como se sente por estar de volta a Montreal?

Roberto Leal (RL): Não feliz porque não venho há muito tempo, mas porque estou aqui. Ainda hoje me encontrei com a comunidade e é maravilhoso estar aqui. O mundo lusófono é fantástico. Por ter sido criado no Brasil fui um português que aprendeu a linguagem dos que vivem longe de Portugal. Há sempre uma lágrima, um lenço. Gosto de ver como a terceira geração já se comporta de forma diferente. Acabam por também vir aos nossos shows porque as suas histórias estão ligadas à nós. Estou enquadrado num lugar de que eu gosto muito, onde podemos expressar toda essa magnitude que Deus nos tem permitido viver com a Diáspora Portuguesa.

LP: Como é que lida com o facto de ter de estar sempre a viajar, em concertos?


Muito desejado - Roberto Leal, que já não vinha a Montreal há muitos anos, voltou a deixar cartel na comunidade.
RL: Temos de mandar tudo para a mente. Se ficarmos só no esqueleto, em cima do nosso corpo, qualquer coisa te faz desistir, mas quando você tem uma força interior a vida faz um outro sentido. Costumo dizer que quando a gente consegue enxergar com os olhos da alma, a vida tem uma resposta diferente. É maravilhoso acompanhar crianças que estiveram comigo há vinte ou há trinta anos e hoje trazem os pais. Isso compensa todo o cansaço. Esse é o grande benefício que o artista tem.

LP: Quando é que percebeu que queria ser cantor, que queria viver para a música?

RL: Muito cedo. O meu primeiro palco foi um carro de bois na aldeia. Eu dava muito trabalho à minha família porque sempre que havia festas populares eu estava lá. Todos os caminhos me levavam à música! No dia seguinte eu cantava de memória quase todas as músicas que ouvia no altifalante. Costumo dizer que o artista não tem um profissão, tem uma vocação. Não há nada que substitua um palco de uma artista. É uma missão que a vida nos deu, que a lei divina confiou em você. Se você não pratica isso, fatalmente você não é feliz. Muito cedo percebi que a música me satisfazia. Podia não comer, não beber, não estar com amigos, mas tinha que estar a cantar.

LP: O que é que o inspira?

RL: São vocês! Sem vocês as raízes morrem e quando as raízes morrem a árvore não deita frutos. É muito importante divulgar a nossa cultura, porque quando perdemos a nossa digital a gente nunca se acha. Passar essa mensagem é o trabalho pedagógico que o Roberto Leal faz, porque há esta consciência.

Sabe, eu acredito que nós pertencemos a um povo de grande potencialidade, a nível mental, histórico, e isso fez com que o Roberto Leal chegasse ao Brasil e não se sentisse pequeno. Quando cheguei quis conhecer a influência dos portugueses no Brasil. Na música, por exemplo, no norte há um instrumento que é a Sanfona, que é a como a concertina. Os brasileiros têm também o nosso ferrinho, o bombo, a braguesa de 8 cordas. Comecei a perceber que Portugal estava ali, mas eu estava interessado em pegar em Portugal e mostrar aos Brasileiros. Quando cheguei pensei que todo o mundo ia falar fluentemente da nossa história e não, era o contrário. Os portugueses eram vistos como um povo da terrinha e da mulher com bigode. E aí é que vem a minha missão, a minha fé. Precisamos fazer o que está por fazer e percebi isso desde muito cedo, mas eu não podia fazer essa obra todo sozinho.

Hoje temos uma história de quase 25 milhões de discos vendidos no Brasil. Eles confundem a minha música com a música do Brasil e era isso que eu queria.

LP: Sente-se um Embaixador de Portugal?

RL: Não... eu sinto que a música é um veículo muito importante, quase desonesto relativamente à política, porque a música tem muito mais força. Uma canção pode mudar o mundo espiritual de uma pessoa, o modo de pensar e viver.

LP: Gostaria de deixar uma mensagem para a nossa comunidade?

RL: Não peça a Deus, mereça de Deus. A partir do momento em que você dá o melhor, você recebe o melhor. Não adianta correr em alta velocidade se for para o lugar errado, vale mais ir devagar, mas na direção daquilo que você tem de fazer.

A música não é minha, a música é das pessoas que vão aos meus shows, eu sou um gerador de uma coisa maior que me é dada e que distribuo pela terra.



Introdução : Paulo Medeiros
Entrevistadora: Ines Faro. LusoPress - Montreal -Canadá.
Foto: Arquivo Web.

8.2.15

Contradições da esquerda

Nota do Editor: Normalmente não apresento textos originados de língua estrangeira, entretanto, este  me chamou a atenção por esta inserido em redes sociais brasileiras e que tem uma  visão bastante interessante, ao qual compartilho com nossos leitores. (Paulo Medeiros)



"EU TENHO DIREITO



Muitas pessoas fazem esta reivindicação sem ao menos pensar sobre a natureza e a fonte dos direitos. O que são direitos? Quais são suas origens?


A visão esquerdista ou intervencionista é a de que, se determinada legislação for adotada sob as devidas regras do processo legislativo, o governo tem o poder de criar ou extinguir direitos. Por exemplo, o Congresso, ao seguir as regras legislativas presentes na Constituição, tem o poder de criar ou extinguir o direito ao emprego, o direito à educação ou o direito à alimentação.


Quando esquerdistas querem expandir o escopo governamental, eles frequentemente fazem uma distinção entre um “privilégio” e um “direito”. Nesta visão, um privilégio é algo que determinado indivíduo obtém utilizando somente seus próprios meios; um direito é algo que é adquirido pelo governo com dinheiro de impostos - ou com outros meios coercitivos – e fornecido a alguém. Coisas realmente importantes, dizem os esquerdistas, devem ser direitos, não privilégios. Desta maneira, a saúde nos EUA era um privilégio, mas agora, tanto a retórica quanto a legislação, apontam-na como um direito.

Na Declaração de Independência do EUA, Thomas Jefferson escreveu sobre os direitos “inalienáveis”, os quais são pertencentes a todos os indivíduos independentemente do governo. De acordo com ele, todos os humanos são “dotados” destes direitos por Deus. Alguns colegas de Jefferson disseram que a “natureza” dotou os humanos de direitos – ou seja, direitos são intrínsecos à natureza humana. Em ambos casos, os direitos são logicamente anteriores ao governo. O governo não tem legítima autoridade para retirar tais direitos. Sua tarefa seria a de protegê-los.

Se algo é um direito humano, sob a concepção de Jefferson, o mesmo se aplica a todas as pessoas somente pelo fato destas pertencerem à espécie humana. Se determinada pessoa tem um direito, pela lógica, todos os outros indivíduos devem ter o mesmo direito. Não se pode reivindicar um direito humano para si mesmo e negá-lo aos outros; isto é autocontraditório. Fazer isto seria o mesmo que admitir que tal direito não é um direito “humano”.

Adicionalmente, deve ser possível que todos os indivíduos reivindiquem o mesmo direito sem incorrer em contradições lógicas. Se, quando exerço um direito que reivindiquei, é impossível que outra pessoa exerça o mesmo direito simultaneamente, minha ação sugere que o direito em questão não é inerente à natureza humana. Minha ação sugere que o meu direito está disponível a todos.

Por exemplo, suponha que eu reivindico o direito de ter um emprego. Se esta reivindicação significa que eu estarei empregado a qualquer momento que queira estar (e o que mais isto poderia significar?), deverá existir uma outra pessoa com o dever de me empregar. Logo, esta pessoa não terá os mesmos direitos que eu. Meu direito é estar empregado, o “direito” da outra pessoa é fornecer emprego. Meu direito cria para outra pessoa o ‘dever’ de tomar uma atitude que ela pode não querer tomar. Entendido que ambos somos humanos, a liberdade de escolha da outra pessoa está subordinada à minha liberdade de escolha.

Há algum direito humano fundamental relacionado ao emprego na concepção de Thomas Jefferson? Sim. Trata-se do direito que todos os indivíduos têm de comprar ou vender atividades laborais sob as circunstâncias que lhes apetecem. Tenho o direito de vender minha atividade laboral, você também. Todos podemos exercer este direito sem que isto seja negado a outrem. Tenho o direito de propor a compra das atividades laborais (empregar) de qualquer pessoa sob as condições que eu quiser, você também. Podemos fazer estas coisas sem negar o mesmo direito a outra pessoa. Aqueles para os quais fazemos propostas são livres para rejeitá-las. Ao exercermos estes direitos, não estaremos impondo que outras pessoas tenham deveres para conosco.

Aplique o mesmo teste para a alimentação, educação e saúde. Estas coisas são direitos humanos fundamentais? Se são interpretados de forma a sugerir que indivíduos receberão comida, serviço educacional e cuidados médicos, sem considerar a vontade de outros indivíduos, eles não são direitos humanos fundamentais. Todos nós temos o direito de propor a compra ou a venda de comida, serviços educacionais e cuidados médicos, da forma que nos for conveniente; mas se não conseguimos encontrar pessoas dispostas a aceitar nossas propostas, não temos o direito de forçá-las a fazer isso.

Aplique o mesmo teste para os direitos garantidos pela Primeira Emenda: liberdade de culto religioso, liberdade de associação, liberdade de expressão e liberdade de imprensa. Estes são todos direitos humanos fundamentais. Podemos exercer a escolha religiosa sem negar este direito aos outros. Perceba, entretanto, que não temos o direito de participar de uma organização religiosa que não nos aceite. Podemos nos associar com quaisquer indivíduos ou grupos, desde que eles queiram se associar conosco. O exercício deste direito não impossibilita que os outros façam o mesmo. Podemos dizer do que gostamos sem negar este direito aos outros. Perceba, novamente, que não temos o direito de obrigar as pessoas a nos ouvir, tampouco que nos forneçam uma plateia para a qual falaríamos. Cada um de nós é livre para tentar reunir os recursos necessários, através de acordos voluntários, para publicar um jornal ou uma revista (ou um blog). Mas não temos o direito de obrigar pessoas a fornecer os recursos necessários para que comprem ou leiam nossas publicações.

A visão esquerdista sobre direitos não é apenas diferente da de Thomas Jefferson, é também incompatível. Toda vez que a reivindicação de um direito obriga que outra pessoa tome uma atitude complementar, o direito em questão não poderá ser exercido por ambas partes sem a existência de uma contradição lógica.

A visão esquerdista sobre direitos é frequentemente chamada de “positivista” pois tais direitos necessariamente obrigam que algumas pessoas tomem atitudes “positivas” para com outras. Isto faz parte de uma filosofia chamada de “positivismo jurídico”, a qual sugere que um direito é qualquer coisa que o governo diga sê-lo.

A visão de direitos de Thomas Jefferson é frequentemente chamada de “negativa” ou “passiva” pois a única obrigação imposta aos outros é a de se ‘evitar’ a tomada de determinada atitude. É o dever de abster-se de interferir em vidas alheias. Além disso, nesta visão, o próprio governo é limitado pelos direitos reivindicados pelos indivíduos.

Na próxima vez que você disser “Eu tenho direito”, pergunte a si mesmo: “Quem tem o dever?” Se você pensa que alguém tem o dever de lhe fazer algo que é diferente de apenas não interferir na sua vida, então pergunte: “Baseado em quê eu reivindico o direito de subordinar as vontades alheias às minhas?”



Autor: Charles W. Baird 

Tradução: As Contradições da Esquerda 
Texto em inglês: http://fee.org/freeman/detail/10-i-have-a-right

1.2.15

“LUSITÂNIA PERDIDA” BLOG HÁ 10 ANOS





Apareceu em Agosto de 2006. Então eu escrevi “Uma Língua que nos Irmana e Diferencia” e ainda hoje sinto tal, apesar de um novo Acordo Ortográfico aplicado em todos os países que tiveram origem em Portugal (lusófonos) desde o Ano 1500.  

Tudo começa com alguma coisa e acaba com muita coisa. 

É a vida e a morte…

 

 

 

Texto de Marques Pereira (1.Fevereiro.2015)

Foto: ANI