Hoje , atendendo ao nosso convite, o texto fica com o nosso convidado Dr Joaquim Franca Filho, escritor e médico ginecologista deste nosso nordeste brasileiro. Como não poderia deixar de ser, o mesmo retrata aspectos interessantes da nossa maior festa , que é o São joão.
Para que os leitores saibam, considera-se os festejos de Campina Grande , como o maior " São João do mundo". Tão presente na cultura nordestina em importância, assemelha-se ao São João do Porto.
Espero que gostem!
"Mais um mês de junho chegou e com ele as festas juninas. Para mim, uma das mais importantes do calendário anual. Para quem não sabe e segundo pesquisadores, este termo tem duas explicações: A primeira é que as mesmas ocorrem no mês de junho e por isso era chamada juanina. A segunda é que teriam origem em países da Europa, estes católicos. Estas festas ainda segundo pesquisadores foram trazidas para o Brasil pelos portugueses durante o período colonial, mas havia muitas influências culturais também de espanhóis e franceses de maneira que da França por exemplo, veio a dança marcada tendo desta forma influenciado e sofrido algumas adaptações para as nossas quadrilhas tradicionais aqui no Nordeste.
As festas juninas sempre me fascinaram pelas suas características e brilhantismo tanto que na minha infância-adolescência, contava os dias para participar das mesmas. Na nossa casa nesta época, não faltava as tradicionais comidas de milho como também os fogos de artifício sem falar que era obrigatório a tradicional fogueira em frente à casa onde se assava presa a um espeto, uma batata doce ou um a espiga de milho. Contávamos ainda em determinados lugares com o famoso pau de sebo onde se colocava uma certa quantia em dinheiro no topo do mastro e aí era um verdadeiro concurso para ver quem conseguia pegar a mesma. Além disto, tínhamos também as tradicionais quadrilhas matutas em que tive oportunidade de participar de algumas. Estas representavam o verdadeiro São João na roça com o sempre irreverente casamento matuto. Era uma verdadeira festa que sempre culminava com um arrasta- pé puxado por um autêntico conjunto de forró: zabumba, triângulo e sanfona.
Hoje este tipo de festa vem mudando. As quadrilhas já não retratam a característica matuta. Ficaram estilizadas e tomaram outra conotação. Hoje há uma disputa por coreografia. Outro dia me contaram que tem até enredo e alegorias. E eu que pensava que isso era só em escola de samba. Mas não, quadrilha também tem. Realmente muita coisa mudou em relação a um passado que aos poucos vai perdendo seu valor e a meu ver aos poucos vamos perdendo as nossas raízes e tradições e apagando a memória.
Mas tudo isto, não tira o brilho do nosso São João que ainda é uma festa democrática onde todos podem participar da mesma de várias maneiras. Quem quiser rever o passado e observar as nossas origens na verdadeira roça, temos uma ótima opção em nossa cidade, que é visitar o Sítio São João, numa feliz criação do ativista cultural João Dantas. O nosso Maior São João do Mundo salvo engano em sua 30ª edição, está aí para comprovar tudo isto com suas várias atrações e folguedos liderando em todo o Nordeste e transformando a nossa cidade sem dúvida alguma através do Parque do Povo no templo oficial do forró e Campina Grande em sua Capital durante 30 dias. "
Texto Introdutório: Paulo Medeiros
Texto principal: Joaquim Franca Filho
Fotos: WEB são João de Campina Grande- PB - Brasil
Webmaster: Paula Medeiros