Nota da redação:
Há anos que mantemos o Lusitânia Perdida, Entretanto neste ano de 2015, enfrentei dificuldades, principalmente com a parceria do Marques Pereira, que por motivos pessoais teve de afastar-se daquilo que ele mesmo ajudou a construir. Com isto tive de assumir os destinos do nosso blog , mas antes tive de dar um tempo naquilo que disponibilizávamos ao nosso leitor, e rever nosso conteúdo, realizando uma verdadeira autocritica. Assim, quero justificar-me aos nossos leitores com as falhas e a ausência cometida. Quero me comprometer a manter atualizado tudo que postarmos e procurar manter viva a concepção da nossa Lusitânia Perdida.
Neste clima natalino, republico um texto que sintetiza esse espirito descrito acima.
O texto é de julho de 2011
Espero que gostem!
Em Portugal, esta foto significaria ser apenas mais uma de
tantos parreirais que lá existem.
Na verdade é uma imagem capturada lá no Alentejo, próximo a
fronteira numa região singular ao redor de Elvas. Um pequeno parreiral de uvas
regionais , como Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon, e um pouco de
Syrah. Enfim, os componentes para fazer um vinho caseiro de boa qualidade, com
as características que só o Alentejo tem.
Vemos um solo rochoso, mas bem tratado, que fornece um fruto
incomparável, e não é a toa que na região se produz um dos melhores vinhos de
Portugal.
Neste momento que estou a escrever , degusto o primeiro
vinho desta quinta, e a foto nada mais são do que as parreiras da segunda safra
a ser concebida este ano. O que degusto , é um vinho encorpado e frutado, e
como o mesmo foi experimental apesar de muito bom ainda não pode ser chamado de
oficial. Foi elaborado com a experiência do Sr. Leonel Nascimento , lá da
Terrugem e do nosso amigo Juvenal Nunes(JUKA) de Castelo Branco com a
colaboração do Sr. Eiras.(também de Elvas) sob a coordenação do Roberto Medeiros(meu irmão)
Mas por que falar tanta coisa, e de um modesto vinho caseiro.
Este vinho simboliza concretização de um projeto em vida e do êxito , e que não
foi aventura , mas que foi materializado naquilo que chamamos de caminho
contrário as caravelas e que representa o mesmo caminho que começou com
ancestrais nossos que um dia partiram do Alto do Minho e Açores e com muito
orgulho conclui-se agora através do Roberto Medeiros, e no Alentejo.
Quem viveu os dois lados do oceano, não consegue mais viver
de um lado só. Quero ter sempre a mesma alegria de beber uma cervejinha numa praia
nordestina e sentir-me exatamente igual ao beber uma caneca de vinho numa tasca
Alentejana.
Quem sabe no Natal possamos eu e o Marques Pereira brindar
este vinho, em mais este verdadeiro traço de união entre Brasil e Portugal.
E, lógico, extensivo a todos os nossos leitores.
Um santo Natal aos nossos estimados leitores.