O vulcão islandês Eyjafjallajokull, que estava a dormir debaixo de gelo há 187 anos, acordou em 14 de Abril de 2010 e no dia seguinte as suas nuvens de poeira das entranhas do planeta elevaram-se para a Atmosfera e começaram a cobrir o Este e o Sudeste da Europa, obrigando os aviões a ficarem nos aeroportos em todos os países.
A Islândia é uma país-ilha nórdico no norte do Oceano Atlântico, entre a Noruega e a Inglaterra, tendo cerca de 320 mil habitantes, uma área territorial de 103 000 klms2 e vive da pesca, exportação de bacalhau e de reduzida pecuária.
Onde a Natureza impõe as suas vontades e regras não há deuses, santos, rezas e cientistas que a impeçam ou façam mudar de atitude.
Mais de duas centenas de milhares de pessoas em viagem de trabalho, negócios ou turismo ficaram reféns nos aeroportos, esgotaram hotéis em cidades, dormiram em cadeiras e pelo chão.
Até ao momento em que escrevemos esta crónica, Portugal não foi atingido pelas poeiras da erupção vulcânica na Islândia, ou Iceland, terra gelada, com muitos vulcões e geysers de onde brota água quente aproveitada para produzir energia eléctrica, aquecimento das casas, fábricas, ruas e tratamentos termais.
Os aviões continuam em terra por toda a Europa, não havendo voos desde os países norte-europeus nem da Península Ibérica (Portugal e Espanha) e sul do continente.
Há um caos nos aeroportos e na vida das pessoas apanhadas por este evento da toda-poderosa Natureza. E ninguém ainda avançou com uma previsão desta situação que começa a ser calamitosa.
O presidente de Portugal e a esposa, que ali foram de passeata gastar mais uma boa fatia do pouco dinheiro do Estado, ficaram retidos em Praga, capital da Checa, com a sua vasta comitiva. As últimas notícias referiram que eles vão regressar por terra em três automóveis e três auto-pulmans na próxima terça-feira, 21, se a neve não os fizer parar em França, Alemanha ou Espanha.
Também a chanceler alemã, Ângela Merkel, teve de aterrar em Lisboa, pois não podia voar até Berlim.
Conclusão a tirar: há muitas pessoas a depender do serviço de transporte dos aviões e poucos fazem ideia do trânsito que existe por cima de nós.
Terá a Natureza obrigado os aviões a ficar estacionados nos aeroportos para reduzir as emissões de gases que eles lançam na Atmosfera?
Será possível que os líderes religiosos se sirvam deste acontecimento (como se serviram de tantos outros) para dizer que “Deus estava zangado com os políticos e os grandes capitalistas por eles estarem a matar a Terra e causou esta reacção da Natureza”? As tretas das religiões servem para tudo que tenha por finalidade manipular, enganar e iludir as pessoas vulneráveis deste planeta com muitas vulnerabilidades ambientais.
Mas não esqueçam: se a Natureza adoece ou morre, todos morreremos com os deuses e santos inventados para nos adormecerem e deixar aceitar esta situação de degradação ambiental
Ainda se pode pensar noutra coisa: será que já está em curso um regresso ao clima de há 10 milhões de anos?
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Texto de Marques Pereira
Fotos: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros
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