26.1.07

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA





Todo leitor que acompanha o nosso blog já deve ter percebido que de vez em quando ocorrem variações ortográficas em nossos textos.

Estudiosos há muito falam que apesar de interessante a variante do português europeu e do português brasileiro, isso torna danoso ao idioma como todo, pois não dá uma uniformidade que é fundamental para o crescimento da língua.

Basta observar que, por exemplo, as academias espanhola e inglesa já conseguiram esta uniformidade. Outro exemplo e muito recente foi no processo de reaprendizagem de nossa língua no Timor. Livros didáticos brasileiros quando comparados a portugueses geraram muitas dúvidas aos alunos.

Assim, não há como continuar. A solução sem dúvida passa por uma definição em relação ao acordo ortográfico de 1990. Tem-se a obrigação de deixarmos de ter dois padrões (apesar de reconhecido internacionalmente) para uma mesma língua e isto é um passo importante em nome da unidade.

Essa unificação acarretará uma mudança na forma escrita de apenas 1,6% do vocabulário usado em Portugal e 0,5% do usado no Brasil. Especificamente no Brasil muda a eliminação dos acentos em terminações “eia” (exemplo: assembléia) e a eliminação do trema em palavras como lingüiça ou freqüência, onde já é prática em Portugal desde 1945.

Em Portugal a alteração mais importante é a eliminação das consoantes não pronunciadas, como acção, eléctrico o que já acontece no Brasil.

Para um tratado de 1990, não se entende porque ainda não está em vigor, foram realizados posteriormente a esta data mais dois protocolos modificadores e já assinados pelo Brasil.

Inexplicavelmente só falta Portugal ratificar o acordo, o que não acontece devido a sua assembléia da republica não considerar o assunto prioritário, alegando a falta de um vocabulário ortográfico comum.

Uma pena!...

Texto: Paulo Medeiros
Foto: Paula Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros

12.1.07

HISTÓRIA DA LUSITÂNIA ONDE NASCEU PORTUGAL

Síntese da História da Lusitânia, onde nasceram os Portugueses e a sua nação Portugal, um povo e um país que descobriram o Brasil, lhe deram uma Língua e para os Brasileiros deixaram um dos mais vastos e ricos territórios da América.
(Este artigo foi escrito para este “blog” pelo Dr. João Manuel Lagarto de Brito, Mestre em História Medieval e do Renascimento.)
Cerca de 1500 a.C. atinge-se a Idade do Bronze. Conhece-se a presença de uma civilização do Bronze localizada a sudoeste da Ibéria, da qual são conhecidas duas fases, a do Bronze I (1500-1100 a.C.) e a do Bronze II (1100-700 a.C.).

A região do noroeste de Portugal, rica em ouro e estanho, desempenhou um papel importante no Bronze Final.

Durante este período dá-se um importante acontecimento, normalmente denominado como a primeira vaga Indo-Europeia.

Por volta do séc. VI a.C., como parte desta vaga migratória, chegam à Ibéria algumas tribos conhecidas por Lígures. Sabe-se que eram povos de estatura baixa e de pele morena, que habitavam em cabanas de madeira. Crê-se que foram responsáveis pela introdução das práticas agrícolas e do fabrico do bronze na Ibéria.

Cerca do séc. X. a.C. os Fenícios começam a estabelecer feitorias na Península Ibérica, tendo cá introduzido a metalurgia do ferro, a roda de oleiro, o melhoramento da exploração dos recursos marinhos, o vinho e o azeite.

Na mesma altura, séculos V e IV a.C., uma nova vaga migratória de origem Céltica entra na Península Ibérica, provocando um conjunto de migrações nos povos indígenas.

Os Lusitanos e os Celtiberos são as duas grandes nações hispânicas de origem continental. Parece que, no entanto, nunca se chegaram a fundir e até correspondem a duas diferentes vagas da migração indo-europeia: aos Lusitanos correspondendo a mais antiga e aos Celtiberos a mais recente.

Os Celtas, oriundos do sudoeste da Europa, invadiram a península e misturaram-se com a população ibera, formando os Celtiberos que são considerados os antepassados dos Portugueses.

Os Portugueses são fruto de uma mistura de povos que migraram para a Península Ibérica no decorrer dos séculos. A mistura básica ocorreu entre os Celtas e os Iberos.
Os Iberos foram os habitantes indígenas de Portugal, oriundos do Norte de África, que migraram para esta região cerca de dez mil anos antes de Cristo.
Misturas menores ocorreram com a chegada dos Romanos à Península Ibérica.
Os Lusitanos eram um povo celtibero que viveu na parte ocidental da Península Ibérica, referidos na literatura greco-romana a partir do sec. III a.C., primeiramente formados por uma única tribo que viveu entre os rios Douro e o rio Tejo.
A região situada entre o rio Douro e o rio Tejo, particularmente a parte correspondente ao território português, era o território dominado pelos Lusitanos.

Ao norte do rio Douro limitavam com os Galaicos e os Astures na província romana da Galécia; ao sul com os Béticos; e a oeste com os Celtiberos na área mais central da Hispânia Tarraconensis.
Os guerreiros lusitanos usavam um pequeno escudo redondo suspenso ao pescoço, couraças de linho, capacetes de couro, uma adaga e uma lança comprida com ponta de bronze

Os Lusitanos eram sóbrios e frugais e bebiam apenas água, cerveja de cevada e leite de cabra. Não usavam azeite mas manteiga em sua substituição. Alimentavam-se de pão, de carne dos seus rebanhos e de peixe. Usavam cabelos compridos como as mulheres, untavam-se com azeite e celebravam vários jogos de destreza física. Os homens vestiam-se com lã preta ou com peles de cabra. As suas várias estátuas em pedra eram rudes, de javalis, porcos, touros e carneiros, às quais são atribuídas funções religiosas.

Este povo é, frequentemente, visto como antepassado dos Portugueses, apesar do povo português trazer consigo também outras ascendências, quer de outros povos indígenas quer de povos invasores.
A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos Romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus.
Viriato foi um pastor e um caçador na Lusitânia dos altos Montes Hermínios, actual Serra da Estrela, de onde era natural (Loriga) e foi eleito chefe dos Lusitanos. Depois de defender vitoriosamente as suas montanhas, Viriato lançou-se, decididamente, numa guerra ofensiva.

Apesar de as fronteiras da Lusitânia não coincidirem com as de Portugal de hoje, os povos que aqui habitaram são a base etnológica dos Portugueses do centro e do sul. Desde épocas remotas que esta faixa territorial foi ocupada pelo Homem e dos tempos pré-históricos restam vestígios como as grutas naturais e artificiais de Estoril, Cascais, Peniche, Palmela e Escoural.
Muitos dos povos antigos que entraram na Península Ibérica deixaram no território da Lusitânia vestígios bem marcados dos contactos comerciais e de influência cultural perfeitamente acentuados e reveladores de uma assimilação mais profunda. São os vestígios da ocupação Romana e também os das invasões dos Visigodos e dos Árabes.
Alguns historiadores mais antigos referem-se ao ouro da Lusitânia, riqueza que como a prata é hoje testemunhada pela frequência dos achados em Portugal de numerosas jóias típicas fabricadas com esses metais -colares, braceletes, pulseiras e arrecadas, argolas ou brincos. O cobre, em abundância, extraía-se das minas do Sul.
A expansão imperialista de Roma na Península Ibérica conduziu aos primeiros contactos com os Lusitanos cerca de 194 a.C. Seguiram-se longos anos de lutas de guerrilha, só vencidas pelos Romanos dois séculos depois, com a conquista de toda a Península por volta de 15 a.C., após subjugar os Lusitanos.
A romanização da Península contribuiu para a modernização da cultura da vinha, com a introdução de novas variedades e com o aperfeiçoamento de certas técnicas de cultivo, designadamente a técnica da poda. Nesta época, a cultura da vinha teve um desenvolvimento considerável, dada a necessidade de se enviar frequentemente vinho para Roma, onde o consumo aumentava e a produção própria não satisfazia a procura.
Seguiram-se as invasões bárbaras e a decadência do Império Romano. A Lusitânia foi disputada aos romanos por Suevos e Visigodos que acabaram por vencê-los em 585 d.C., tendo-se dado, com o decorrer do tempo, a fusão de raças e de culturas, passando-se do Paganismo à adopção do Cristianismo.
No início do Século VIII outras vagas de invasores seguiram-se, desta vez vindas do Sul. Com a influência Árabe começava um novo período para a vitivinicultura Ibérica. O Corão proibia o consumo de bebidas fermentadas, onde o vinho se inclui. No entanto, o emir de Córdoba, que governava a Lusitânia, mostrou-se tolerante para com os Cristãos, não proibindo a cultura da vinha nem a produção de vinho. Para os Árabes, a agricultura era importantíssima, aplicando-se aos agricultores uma política baseada na benevolência e protecção, desde que estes se entregassem aos trabalhos rurais, para deles tirarem o melhor proveito. Mesmo no Algarve, onde o período do domínio árabe foi mais longo, ultrapassando cinco séculos, produziu-se sempre vinho, embora se seguissem os preceitos islâmicos.
Entretanto, já se tinha iniciado a Reconquista Cristã.
A fundação de Portugal, em 1143, por D. Afonso Henriques, e a conquista da totalidade do território português aos mouros, em 1249, permitiu que se instalassem Ordens religiosas, militares e monásticas, com destaque para os Templários, os Hospitalários, Santiago da Espada e Cister, que povoaram e arrotearam extensas regiões, tornando-se activos centros de colonização agrícola.
Tinha nascido Portugal essa pequena nação que desbravou os oceanos e deu a conhecer novos mundos ao mundo.


Texto de apresentação: MARQUES PEREIRA
Foto: Marques Pereira
Webmaster: Paula Danielle Medeiros

5.1.07

A MORTE DE SADDAM HUSSEIN



A execução do ex-homem forte do Iraque, tem todos os ingredientes para acirrar ainda mais todos os ânimos anti-ocidentais por parte dos árabes.
Segundo especialistas, o dia da execução correspondeu ao primeiro dia da festa muçulmana de AIDA AL ADHA ou do sacrifício. Melhor explicando, esta festa comemora o gesto de Abraão que, segundo o Corão, estava prestes a sacrificar o seu primogénito Ismael quando Deus enviou um cordeiro para o sacrifício, salvando a criança.
Saddam foi conduzido a forca como um cordeiro, esperando ser abatido. Tudo isto de certeza vai provocar cólera e o humilhação por todo o mundo islâmico, quer seja apoiante de Saddam ou não.
Afora de isto tudo relatado acima, adiciono também que o ex-ditador é encarado como aquele que enfrentou ameaças exteriores afrontando os norte-americanos e enviando mísseis contra Israel. Assim, no mínimo os executores escolheram uma data errada ou no mínimo infeliz.
Para os americanos o “jogo” está sendo um horror, pois a morte de tantos soldados era justificada pelos “perigos dos iraquianos”, mas o tempo comprovou que não havia ou não se encontrou nada que mostrasse existência de armas de destruição em massa.
Aqui na Europa, é quase uma unanimidade que a execução foi um erro não só pelo fato de ser contra a pena de morte, mas também por ficar comprovado que houve muito mais perdas. Milhares de Euros, vidas humanas e muito mais simplesmente baseado em fatos e ameaças que verdadeiramente nunca existiram. Muito pelo contrário, nos expõe ainda mais a ameaças suicidas de terroristas fanáticos que agora têm muito maior motivação.
Acho que os executores entram para a história muito mais como criadores de um mártir do que como realizadores de justiça.
E assim segue a humanidade...

Texto: Paulo Medeiros
Foto: Saddam Hussein
Webmaster: Paula Medeiros