28.12.07

HOJE NÃO ME APETECE ESCREVER


Estou triste e mais decepcionado com o mundo e as religiões que ainda não pararam de matar por vingança e pela obtenção do Poder.

No passado dia 27 foi assassinada na rua, a tiros de um desconhecido fanático islâmico da Al Qaeda, que depois se fez explodir matando mais cerca de 20 inocentes, uma mulher de coragem política e ainda por cima bela e bonita num país de gente feia, violenta, onde os homens vestem uma “saia” para tapar as nádegas e a parte da frente entre as pernas, e onde a religião não deixa as mulheres rezar com os homens e andar de cabeça e rosto destapado na rua.

Benazir Buttho, ex-primeira ministra do Paquistão que ia voltar a ser eleita como tal e continuar a Democracia onde o Islamismo radical, extremista e do passado impõe a Ditadura de um deus Alah que fala de Paz nas escrituras e tem seguidores que fazem o povo viver na Guerra e numa Pobreza que mete dó.

Por isto, hoje não me apetece escrever.

O meu coração está a chorar por esta mulher que foi grande e corajosa entre homens de um país de armas, violência e medo existente entre o Afeganistão, Índia, China, Irão e o Mar da Arábia…

Que o Ano 2008 seja menos pior que 2007, é o que desejamos ao Mundo e a todos os que estiverem connosco neste blogue aberto à vida, não-violência, paz e amor!



Texto: Marques Pereira
Fotos: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

21.12.07

NATAL TROPICAL




Depois de alguns anos, finalmente estamos aqui passando o nosso natal tropical. Não teremos frio, não teremos pinheiros, e não teremos o clima europeu. Porém estaremos juntos aos nossos e possivelmente mais felizes.

Isto nos permite também verificar o que mudou aqui no Brasil. A principio, tudo continua na mesma , todos a espera do décimo terceiro salário, pouco dinheiro no bolso e quem sabe se possa comprar um “Queijo do reino” para partilhar em família. Os pobres continuam pobres, mas a alegria sempre esta presente, fazendo esquecer o seu dia-a-dia.
Vejo o governo “Lula” dando de presente suas bolsas sociais, que não mudam o quadro de mendicância, mas servem para diminuir as dependências. Servem para enganar a barriga.
O governo inaugurou também a TV digital, e com muita festa e propaganda..Estamos com um dos melhores sistemas de comunicação do mundo, mas no Cariri nordestino há vastos territórios sem cobertura da telefonia móvel. Assim seguem as coisas, ou seja, vivemos a ilusão que dias melhores virão .
Quando pequeno, meu pai sempre dizia a mesma coisa e tudo me leva crer que isto segue assim desde os tempos de colônia.

Estou neste momento, diante da janela do apartamento, vendo os coqueiros e muita gente na areia desta linda praia de Intermares, com surfistas a volta e um calor de 35 graus, com muitos turistas que vem aos trópicos para desfrutar destas praias ensolaradas, aproveitam tudo aquilo que natureza proporciona.
Ao mesmo tempo questiono será que o papai Noel não é apenas uma figura criada para um lado do mundo. Será que Deus seria injusto de esquecer a metade do mundo? Não podemos deixar de refletir, que milhares de crianças não tem chaminés e que jamais “presentes” aparecerão em lareiras imaginarias. E que tudo que se passa é fruto da comercialização dos ricos. Se assim for, quero ate esquecer estas historias que fez sonhar gerações e mais gerações. Só assim poderei de cabeça erguida, entender que o natal tropical, também é Natal. Que há gente, que há vida e que podemos prevalecer que ele também é bonito. Será que seria demais, substituirmos as lareiras, por coqueirais?
Creio que não, talvez assim estivéssemos fazendo a nossa parte com o mundo do lado de cá, com o mundo que vive abaixo do equador, e mostrar que aqui no mundo dos pobres também se pode viver e ser feliz.

Feliz natal!

“ Nós que fazemos o Lusitânia Perdida, desejamos aos nossos leitores votos de um Feliz Natal e que no próximo ano possamos contar com sua companhia, e que nos comprometemos em escrever e divulgar as idéias que tentam esclarecer o nosso pensamento, bem como tentar criar um mundo mais justo, com menos desigualdades e consequentemente um mundo um pouco melhor”.


Texto: Paulo Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros

15.12.07

CIMEIRA POLÍTICA A PRETO-E-BRANCO


Lisboa, capital da presidência da União Europeia (UE) no segundo semestre de 2007, recebeu os chefes dos governos dos 27 países desta comunidade política e económica e da África reunida à volta da União Africana, cristãos e muçulmanos, durante dois dias, os quais tentaram aproximar-se mais uns dos outros, ora clamando por mais apoios europeus, ora exigindo mais respeito pelos Direitos Humanos, ora procurando fazer negócios que produzam desenvolvimento tanto num como noutro continente.

Apesar dos trambolhões que o nosso mundo tem dado, África ainda é referida como terra-mãe do Ser Humano descendente de um hominídeo (macaco) mais inteligente e evolutivo. Mas este facto materno e genético tem sido esquecido pelo Homo sapiens sapiens, o qual, organizado em nações, países e comunidades alargadas esqueceram a Mãe-África ao ponto de, na actualidade, ser a região mais abandonada e pobre do planeta.

África, todavia, tem dado muita riqueza aos colonizadores e exploradores dos seus territórios e habitantes.

Portugueses, ingleses, franceses, holandeses, alemães, belgas e asiáticos capturaram africanos para os escravizar noutros locais do globo a trabalhar em plantações e minas, tendo os sobreviventes deixado lá descendentes que foram resistindo até aos dias de hoje em países europeus e do continente americano, de forma inequívoca no Brasil, Venezuela, Cuba, Jamaica, Dominicana, Haiti, USA e outros. E ainda hoje há escravos africanos dentro e fora de África a encher os bolsos de indivíduos e empresas de raça branca e negra.

Nas actividades desportivas, a raça negra tem-se revelado acima da branca e “brilham estrelas escuras” no basquetebol e atletismo USA, no futebol de todas as nações que o praticam, sejam de matriz caucasiana, amarela ou “puritana”, ultimamente até no automobilismo de F-1.

Embora isto custe a engolir aos brancos, os negros são pioneiros da Humanidade e não está longe o tempo em que eles mostrarão ao mundo que foram os primeiros seres humanos da Vida e que poderão vir a ser grandes e respeitados no conceito das nações e no seu território rico em recursos sem os quais os brancos não poderiam viver bem e confortavelmente.

É evidente que para alcançarem tal meta terão de abdicar do tribalismo, ditaduras, racismo e tradições desajustadas do tempo em que vivemos, como o islâmico e desumano corte do clítoris às meninas para que elas não sintam prazer sexual.

Os africanos terão, também, que eliminar da sua História e do seu cérebro o ódio que ainda sentem pelos colonizadores que tantas feridas e mortes lhes deixaram a troco de trabalho forçado, tortura e intolerância racial e social.

Em África as raças branca e negra terão espaço e bens para viverem o Futuro.

Se puderes, vive para ver, companheiro de caminho. Quando? Talvez lá para depois do Ano 2100, quando o Presente começar a ser vivido no continente negro de imigrantes brancos…

Texto: MARQUES PEREIRA
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros.

30.11.07

Par(t)ida

Da vida uma triste partida fica,
As horas não esperam nossas horas
E dessa vergonha a cicatriz...
Eu te daria mais se me faltasse pouco
E muito se não me faltasse.

E te pariram prá que no mundo
Mais um sofresse.
Choravas tu, padecia eu...
Crescemos sem amor
Mas depois, amor, ele veio
Forte como as águas de março,
Arrancando tudo...
“E assim como veio, partiu”
Mas eu sei prá onde... Ah! E como eu sei.

Da vida
Uma triste partida
Mas cada dia que passa
Diminui cada dia.
E o diminuir do tempo é meu prazer,
Lapidando versos: pó, ética e mente
“E assim como veio, partiu”
E ninguém sabe,
Só quem partiu e veio.

Comentário: a vida é essa sucessão de chegadas e partidas e o que as qualifica está no quanto da gente se vai e no quanto se chega. As amizades, pelo menos as verdadeiras, sempre estarão no limiar da chegada ou da partida – ou naquele momento iminente e crucial que sempre nos espreita e põe à prova nossas relações com o outro. Partidas tristes, dos que se vão por vontade própria ou dos que são obrigados a ir, que deixarão elas? Tristes partidas! E seu oposto, as partidas alegres, de alívio, de controle, de desejo, de necessidades, que deixarão elas? Alegres partidas, em geral esquecidas mais além e com bem pouca saudade, tenho certeza.
Que na minha, na nossa partida, seja de uma tristeza boa, de saudade... “Eu lhe daria mais se me faltasse pouco e muito se não me faltasse”

Texto: Lucienio Teixeira
Webmaster : Paula Medeiros

24.11.07

Por qué no te callas?


Este título é o produto emergente de uma polémica pergunta que o rei de Espanha, Juan Carlos I, irritado, lançou à cara de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, no passado dia 17 de Novembro, durante a sessão plenária da XVII Cimeira Ibero-Americana, que decorreu em Santiago, capital do Chile.

O facto que motivou a irritação do monarca espanhol foi ouvir Hugo Chávez chamar “um fascista de todo o tamanho” a José Maria Aznar, militante do Partido Popular (Direita), penúltimo primeiro-ministro de Espanha e apoiante de George Bush, com Durão Barroso ex-PM de Portugal e actual presidente da Comissão Europeia (UE), na mentira que levou os USA a invadir o Iraque e provocar uma guerra devastadora para o povo iraquiano e a economia mundial devido ao aproveitamento para aumento do preço do petróleo.

Juan Carlos viveu refugiado em Portugal com o pai, na linha do Estoril-Cascais-Lisboa, durante a sua juventude e em plena vigência da Ditadura salazarista, quando em Espanha “reinava” o feroz e assassino ditador Francisco Franco, o qual viria a preparar o monarca para ser o rei que é hoje e lançar os alicerces da Democracia no maior país da Península Ibérica, o que aconteceu após a morte do “caudillo” e depois do golpe militar de 25 de Abril de 1974 que acabou com 48 anos de opressão, tortura e privação da Liberdade dos portugueses.

Os revolucionários de Esquerda (comunistas e antifascistas) sempre chamaram “fascistas” aos políticos de Direita. Hugo Chávez é um militar revolucionário, um homem corajoso, esquerdista e sudamericano apoiado pelo seu camarada Fidel de Castro e pelas ideias de Simón Bolívar, venezuelano, lutador e conquistador da Liberdade que expulsou os colonialistas espanhóis de triste memória da chamada América Hispânica. Consequentemente, HC tem todo o direito de opinar politicamente sobre quem quiser, mesmo que o faça como ditador e político “mal educado”, porque os direitistas e os fascistas, usando Deus, Fátima e a Igreja, sempre “mimaram” os esquerdistas e revolucionários com “bocas” e diversos epítetos muito depreciativos e caluniosos.

Quem viveu sob a pata de uma Ditadura, seja da Direita ou da Esquerda, da Religião ou Revolucionários, não se coíbe de afirmar que são todos uns “grandes filhos-da-puta” para o povo-povo, explorando-o, manipulando-o, ajoelhando-o, empobrecendo-o e escravizando-o a dizer que é “A bem da Nação”.

Hugo Chávez acabou com uma ditadura da Direita mascarada de “democracia” na Venezuela e numa população em que 43% vivem na extrema pobreza, já reduziu em 10% esta situação social, usando a sua riqueza natural, o petróleo, para dar alimentos, vestuário, trabalho e casa aos pobres.

O rei de Espanha excedeu-se (talvez devido à instabilidade psicológica que assolou a sua vida familiar com “a separação temporal”, divórcio, da sua filha primogénita) e não foi correctamente político ao pretender, numa reunião democrática de latino-americanos, calar o presidente da Venezuela, um país grande, respeitável, bonito e que tem recebido e permitido a vida a emigrantes de toda a América do Sul. Para os continentes europeu e americano se rirem, ficou a frase “Por que não te calas” Hugo Chávez? Eu respondo: um revolucionário de Esquerda nunca se deve calar perante os deuses, os reis, os ditadores e a Justiça “deles”!

Não seria um ditador igual, comunista, revolucionário e de Esquerda que os brasileiros pobres e miseráveis estão a precisar, apesar do socialista democrático Lula da Silva já estar a fazer alguma coisa de útil à vida sem esperança desta grande fatia da população do Brasil? Sonhem que pode ser desta, com a descoberta de um vasto território marítimo de petróleo pela Petrobrás e a GALP (empresa petrolífera portuguesa), quando começar a exploração e exportação da “merda negra” lá para depois de 2011. E de uma coisa pode ficar certa a classe média brasileira: se os pobres ficarem com uma vida menos pior, todos ficarão melhor e os ricos enriquecerão mais.

Em Portugal também já se sonha com uma possível descoberta de gás natural no mar defronte do Algarve, de onde partiram os primeiros Descobrimentos marítimos…

Texto: MARQUES PEREIRA
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

17.11.07

A grande descoberta



Sem querer ser ufanista como o personagem de Monteiro Lobato, o visconde de Sabugosa, mas esta descoberta de um grande lençol petrolífero permite abrilhantar o nosso futuro económico. Não é a toa, o entusiasmo das autoridades, mas descoberta quando totalmente confirmada nos permitirá ser um dos maiores produtores a nível mundial.

Para entender a extensão das novas reservas, elas vão dos estados de Santa Catarina ao Espírito Santo. São 160 mil quilômetros quadrados abaixo do leito marinho numa superfície maior que o estado do Ceará.Numa região geológica formada há mais de 120 milhões de anos, chamada pelos técnicos de pré-sal, a Petrobras anunciou a existência de de uma área chamada provisoriamente de TUPI, algo como 5 bilhões de barris de petróleo e gás.

O momento é importante, pois veio em uma hora que nossa dependência do gás boliviano nos deixava numa situação incomoda, principalmente com a inercia de nosso governo no episódio. A descoberta proporciona deixar o país entre os 10 maiores produtores do mundo, bem como tornar-se exportador da OPEP. O Brasil é uma país com estabilidade politica e instituições democráticas em níveis muito superiores ao dos atuais membros do clube.

A Petrobras começou a apostar na existência de novas reservas há cerca de 10 anos. Foi quando técnicos constataram que o óleo extraida das três maiores bacias do país ( Espírito Santo, Campos e Santos) formava-se debaixo de uma camada de sal, de até 2.000 metros de espessura , no fundo dessas bacias.

Como essa camada é profunda o grande inconveniente é que a busca foi cara e muito demorada, mas na atual conjuntura vale a pena. Sabemos que há de se concluir estudos sob a viabilidade económica do que foi encontrado. Não adianta furar e tirar petróleo lentamente . Eles só valerão a pena se produzirem no mínimo 20 mil barris por dia, isto sem falar num determinante da equação que será sempre a cotação internacional do preço desse barril.

Mas , lhes digo que sou sempre a favor de tudo que nos possa elevar como país e principalmente melhores condições de vida para nosso povo. assim, repito a frase celebre do ex presidente Getúlio Vargas:

O petróleo é nosso !

Texto: Paulo Medeiros

Foto: Petrobras

Webmaster: Paula Medeiros

9.11.07

UMA MULHER SEM ROSTO


Por mais que pensemos e digamos que já sabemos muito ou alguma coisa sobre as relações humanas é na vivência com os outros que vamos conhecendo e aprendendo a reconhecer a criatura que fisiologicamente é nossa semelhante.

Que pensar da mulher que considerou um homem como “um Áries com a energia e a coragem do deus Marte” e em segredo com a sua personalidade em desagregação crê que o ama, mas tem medo de mostrar-lhe o rosto e os seus olhos?

Será que ela é uma esquizóide com vergonha da sua cara? Que é uma embuste? Que é uma fraude virtual? Que afinal não existe com o nome que diz ter? Que vive no horror de viver e se esconde de si e dos outros com quem se assume e gostaria de conviver?

Ela é um “mistério” de convivência humana que deixou de o ser quando comecei a escrever este comentário baseado numa história que me contaram, a qual aqui deixo como mais uma experiência que pode surgir na vida de outras pessoas, mesmo que a “misteriosa” criatura seja toda dedicada a Deus, santos e rezas, missas e à catequização de crianças às quais espero que ela não lhes tenha ensinado a esconder o rosto e os olhos que são a expressão da nossa alma e do nosso Eu exteriorizável através de um olhar.

A propósito dos olhos e do olhar, Anselmo Borges, padre da Igreja Católica, que também é teólogo e professor de Teologia, escreveu no jornal DN (Lisboa-Portugal):
“Não é dos olhos que se trata. O mistério é o olhar. Um dia terão perguntado a Hegel o que se manifesta e vê num olhar. E ele respondeu: "O abismo do mundo”. Num olhar, o que há é alguém que vem à janela de si e nos visita. Também por isso, para tornar alguém anónimo, venda-se-lhe os olhos. Faz-se o mesmo a um condenado à morte, porque é intolerável o seu olhar. Até para nós próprios somos por vezes terrivelmente estranhos. Quem nunca se surpreendeu ao olhar para o seu próprio olhar no espelho? "Quem é esse ou isso que me vê, desde o abismo?"

Essa estranheza assalta-nos até no olhar de um animal: um cão velho e abandonado que nos olha não nos deixa indiferentes. Mas é sobretudo o olhar de alguém que é perturbador. Ele há o olhar triste. O olhar meigo. O olhar arrogante. O olhar do terror. O olhar da súplica. O olhar de gozo. O olhar que baila num sorriso. O olhar concentrado. O olhar disperso. O olhar da aceitação. O olhar do desprezo. O olhar compassivo. O olhar do desespero. O olhar sedutor. O olhar envergonhado. O olhar da despedida final para sempre. O olhar morto, que já não é olhar.
O olhar é a presença misteriosa de alguém, que ao mesmo tempo se desvela e se vela. Já ao nível do tal cão velho e abandonado pode erguer-se o sobressalto da pergunta: o que é e como é ser cão? Mas é uma sensação de abismo, um belo dia, precisamente perante o olhar de alguém, ficarmos paralisados com a interrogação: o que é ser alguém outro? Porque a outra pessoa - o outro homem ou a outra mulher - não é simplesmente outro eu, mas um eu outro. Explicitando: o que é e como é ser o Juan ou a Eunice, viver-se a si mesmo por dentro como o Juan ou a Eunice? Nunca saberei. E como é o mundo visto a partir deles? E como é que ele ou ela me vêem? O quê e quem sou eu realmente para eles, a partir do seu olhar?
E como é que eu sei que há o outro, não enquanto outro eu -ainda no prolongamento de mim-, mas precisamente como um eu outro, sujeito inapreensível?

Sartre teorizou que esse saber é dado de modo indubitável no sentimento da vergonha. E dá o exemplo de alguém que, num hotel, está, concentrado, a espreitar pelo buraco da fechadura. Ouve passos no corredor. Então, no sentimento paralisante da vergonha, ao ficar objectivado pelo olhar do outro a quem os passos pertencem, sabe que há um sujeito que não é ele. Ele é objecto para esse sujeito que o vê: é visto.
Se a única ou a principal relação com o outro fosse a da vergonha, não se aguentava viver, porque "o inferno" seriam "os outros". Sartre cortou relações com Deus por causa do seu olhar horrorosamente indiscreto. É certo que só vimos a nós pela mediação do outro. Sem outros eus, enquanto tus, não há eu.

Mas será que a única ou mesmo a principal relação com o outro é a da vergonha?

Entre mim e o outro há uma tensão dialéctica: de distância e proximidade. Afinal, a relação com o outro pode ser de rivalidade ou de aliança, de destruição ou de criação. Então, precisamente no olhar do outro, enquanto próximo inobjectivável, irredutível, de que não posso dispor, pode revelar-se o apelo misterioso da proximidade infinita…”.

Lida a reflexão de Anselmo Borges, podemos crer que não devemos ter medo do rosto e dos olhos do Eu nem do Outro, tu de ti e eu de mim, nós Deles e todos de Nós, porque a nossa cara e os nossos olhos são a nossa imagem natural e passível de ser alterada por cirurgia reconstrutiva e reparadora (ou pela maquilhagem que nos leva a afirmar que “já não há mulheres feias”), inclusive os olhos que até os podemos fazer “mudar” de cor com lentes adaptáveis e existentes no mercado e serviços ópticos.

Quem não conhece a cara dos desengraçados aborígenes das tribos incivilizadas da Micronésia, Melanésia, Australásia, África Equatorial e Amazónia? Até eles não têm medo de mostrar os seus rostos feios e medonhos, porque entretanto descobriram que dentro das pessoas que não são bonitas pode haver muita humanidade, beleza e amor.

Nem Jesus de Nazaré, que tinha cara de afro-asiático e, por ser feio, o Catolicismo mandou pintá-Lo com um rosto de europeu de olhos azuis e cabelos louros e compridos.

Nem a Madre Teresa de Calcutá, uma santa que foi pessoa, viveu e ficou conhecida por dar o autêntico Amor Cristão aos mais pobres e aos que mais sofriam, feia como a noite num bairro miserável da Índia e nunca teve medo de mostrar o seu rosto ao mundo…
Texto: MARQUES PEREIRA
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

26.10.07

Revelação brasileira- JARDIM





É com enorme satisfação que apresento aqui no " Lusitânia Perdida", uma revelação brasileira, e agora com poesias. Considero mais uma faceta artística de LUCIENIO TEIXEIRA, este brasileiro das Minas Gerais, mas de família totalmente nordestina e portuguesa de origem. " LUA" como é mais conhecido, é ex diretor do DART( Departamento de Artes) da Universidade Federal de Campina Grande e professor do curso de Arte e Midia da mesma instituição.

Jardim

Se teu silencio

Não fosse tão vago

Tua cara-metade não seria

Esta linda flor que desabrocha numa manhã de julho, agosto

O licor de teus olhos embebedou-me

A doce chama de teus lábios.

E nesta manhã,

Ao tê-la perto de mim,

Essa linda flor que amava, morria.

Na minha inocência e na minha alegria

Quebrei o teu silêncio,

Meus passos não os continha... abafei tua cara-metade.

Tuas pétalas, tentei em vão desperta-las.

E morreste , enquanto me consumia

em teu jogo de criança.

Comentário: o desejo, o encontro e cada compartilhamento de idéias, sentimentos, razões nos coloca numa posição além de coadjuvantes. Nestes instantes acabamos por possuir o controle da situação... Mas nem sempre nos damos conta disto e somente o tempo deterá a chave de tal descoberta.Enquanto isto, o que fazemos? Passamos a procuração para o outro, para a outra: defina meus desejos; diga o quanto tenho de sofrer ou ser feliz; justifique meus erros, inclusive meus acertos; faça-me depender... Ou o extremo oposto onde acreditamos que "algo" sobrenatural se responsabiliza por cada ação, mas aí a categoria muda para teleguiados e assim não me interessa.Não cabe culpar a ninguém, mas se quiser encontrar um álibi... Responsabilize a falta de tempo, de experiência, afinal de contas quem realmente sabe o que quer? E cuide-se, depois não teremos tantas desculpas.

É isso!

Texto introdutório: Paulo Medeiros

Poema e comentário: Lucienio Teixeira

Webmaster:Paula Medeiros

Foto: Lucienio Teixeira

QUEM SÃOS OS BONS E OS MAUS?




As notícias de como vai caminhando o mundo dos homens e das mulheres, que chegam todos os dias ao nosso conhecimento, colocam-nos perante uma dúvida preocupante: quem são as pessoas boas e as criaturas más?

Em anos passados dizia-se que “anda meio mundo a enganar a outra metade”. Isto queria dizer que 50% da população humana andava a enganar, vigarizar, iludir e a manipular os que se deixavam ir na conversa fluente e doce dos hipócritas e troca-tintas.

Numa aldeia do centro de Portugal, um homem reformado de uma força policial, muito católico e tido pelos vizinhos como “boa pessoa e que nunca fez mal a ninguém”, aliciou três moças com prendas e doces, abusou sexualmente delas, matou-as e fez desaparecer os cadáveres numa barragem.

Numa cidade do interior português, uma mulher “muito boa pessoa, católica praticante e catequista” cortou a cabeça a uma filha, matou um filho à facada e suicidou-se.

Um padre andava a utilizar a confiança que os fiéis católicos depositavam nele, na Argentina, para os entregar à Ditadura que os matava ou fazia desaparecer para sempre.

Um canadiano que em jovem quis ser padre e foi capelão, apareceu na Internet como pedófilo e foi preso na Tailândia onde era bom professor, por “andar a comer” crianças asiáticas.

Não é fácil às pessoas entenderem como muitos “servidores de Deus”, que deviam ser pessoas de boas acções e amor ao próximo, aparecem na sociedade como diabólicos criminosos.

Mas não são somente os “incarnados” e as rezadoras que falam de Amor e Paz e viram uns “filhos da puta” da Humanidade. Não nos esqueçamos dos políticos, alguns ainda vivos e a usar Deus como protector e bênção aos seus crimes, que vão matar e destruir onde lhes apetece e o seu poderio militar se impõe como no tempo dos Romanos, Hunos e Cruzadas.

Quanto à Internet, cuidado! Andam nela muitos vigaristas, homens e mulheres, a tentar enganar as crianças, os jovens, os idosos e os ingénuos. Não levem a mal os meus amigos brasileiros, mas tenho de referir que os maiores “filhos da puta” da Internet são oriundos do Brasil, Nigéria, Roménia, Ucrânia e Rússia. Eles usam todos os meios para entrar no nosso computador e recolher informações que usam para nos utilizar e vigarizarem, alguns com “ares de santos” e propaganda a Jesus, Maria e Deus.

Toda a pessoa humana tem alma de caçador, mentiroso, fingido, maléfico, criminoso e assassino, mesmo aqueles que por vezes praticam alguma caridade e se dizem amigos.

A moral das religiões falhou, a educação e as leis dadas pelos governos não endireitam a onda avassaladora de criminalidade que se espalhou pelo mundo.

E as pessoas começam a compreender que, pouco a pouco, estão a ser obrigadas a regressar a uma vida de “cada um por si” à moda do “farwest” norte-americano, muitos sendo já prisioneiras armadas e guardadas por grades e seguranças dentro e ao redor das suas próprias casas vulneráveis a assaltos e a morrerem nelas à mão de assassinos à solta, que até podem ser seus amigos ou vizinhos.

Quem são os bons e como saber que eles e elas não são pessoas muito más?

Quem sãos os maus e como os distinguir entre a vizinhança, os colegas e a multidão, se eles andam disfarçados de bons?

Como diz o povo-povo português “fia-te na Virgem e não corras”.

Portanto, para que ninguém seja enganado, burlado ou surpreendido com o comportamento de alguém, “põe-te a pau com os que tens à tua frente, ao lado e atrás, porque nem todos são o que parecem ou pretendem ser aos olhos e apreciação dos outros”…

Texto: Marques Pereira
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros






13.10.07

Brasileiros em Luanda


Este era um local completamente desconhecido do publico brasileiro

Era, depois que o "Fantástico" colocou no ar uma reportagem da série "Minha Periferia", apresentada por Regina Casé e que consiste em visitar os subúrbios e favelas de várias partes do mundo. Domingo, foi a vez do Bairro dos Ossos, em Luanda, Angola. Naquele lugar paupérrimo onde não há energia elétrica há 15 anos, Regina Casé descobriu que dezenas de moradores se reúnem para ver novela brasileira por meio de uma TV, ligada a um gerador movido a gasolina. Tudo, e não apenas no bairro da periferia, mas em toda Luanda, parece girar em torno das produções da Globo. Assim, há os mercados Roque Santeiro e Beato Salu, a loja Os Trapalhões e a moda brasileira, ou melhor, os modelitos que vêm da novela. O estilo Foguinho (personagem de Lázaro Ramos em "Cobras e Lagartos"), que exibia um bigodinho descolorido, fez o maior sucesso entre os jovens de Luanda. Agora, são as blusas ousadas de Bebel a sair como água das lojas que vendem roupas brasileiras
Muitos brasileiros pensavam que tamanha pobreza, só era possível nas periferias de nossas cidades, mas a reportagem mostra que ainda existe um mundo pior. Este subúrbio de Luanda onde não chega energia elétrica, onde o mais curioso é que há um novelódromo com um gerador, onde seus habitantes se acotovelam para numa minúscula TV, assistir o ‘ Paraíso tropical”
A roupa brasileira de uma maneira geral, é sucesso no país onde foi possível encontrar uma loja chamada Parangolé, pertencente a uma família nordestina do Brasil.
Imaginem, senhores influencia brasileira no meio da miséria africana, onde já aparecem sulanqueiros( vendedores informais de mercadorias e bugigangas) vindos do Nordeste vender seu produtos.E já há aqueles que neste meio fazem alguma fortuna e podem ate morar em bairros bem perto dali, onde há vivendas de mais de 850 mil dólares americanos. Realmente , é mais um modelito de sobrevivência onde ricos ficam mais ricos e pobres cada vez mais miseráveis.
Se dizem que os angolanos estão a aprender conosco, não sei, mas a continuar assim muita coisa parecida irá sucedendo, e onde ate tem gente que sente saudades da época que tudo aquilo era parte do Portugal ultramarino
E viva o mundo lusófono!.
Texto: Paulo Medeiros
Foto: Cortesia
Webmaster:Paula Medeiros

6.10.07

CHAMAM-LHE “SENHORA DA VINHA E DO VINHO”


Tenho que escrever isto mais uma vez, porque a memória de muitas pessoas é fraca: as religiões servem para tudo, até para facilmente fazer uma “santa”.

O povinho imagina, os clérigos criam ou abençoam e a “santa” é moldada em pau, gesso, pedra, bronze e poliéster, um dos muitos e diversificados sucedâneos que se extraem do petróleo bruto.

Depois inventam-se “milagres”, dizem-se mentiras, faz-se uma “santa” publicidade, nasce a “fé” e surgem os ajoelhados, as rezadoras e os papalvos que dão esmolas à “santa” para alimentar as igrejas que alojam as ditas e a clericalagem que vive deste “sagrado” negócio da “santidade” dada a estátuas, estatuetas e esculturas feitas por santeiros e fábricas de “santinhos” que também ganham com os que têm “fé” em qualquer coisa menos em si e nos seus semelhantes humanos de corpo e alma.

A única pessoa santa que eu conheci, tive à minha frente e cumprimentei numa sua visita a Portugal foi a Madre Teresa de Calcutá. Alguém tem dúvidas de que esta mulher tinha dentro de si, nas palavras e acções de serviço que prestou aos que viu sofrer, o Amor ao próximo e o serviço aos que sofrem de Jesus de Nazaré?

E quantas mulheres e homens bondosos há por este mundo, que foram e são umas santas pessoas, as quais nunca tiveram direito ao título de beatificação e santidade católica só porque não pertenceram a uma Ordem, Irmandade e convento religioso submisso ao Vaticano?

Esta “Nossa Senhora da Vinha, Vindimas e Vinho” começou por ser um monumento identificado como A Vinha e o Vinho pelos vitivinicultores de Alpiarça (Ribatejo). Mas por ter sido colocada numa praça e defronte de uma igreja, logo as “ratas de sacristia” levaram o pároco a repudiar a localização desta linda e original obra escultórica.

Os dias, os meses e os anos foram passando e os que vivem do trabalho, produção e venda do “sangue de Cristo” começaram a chamar-lhe, em surdina, para Deus não os ouvir, “Nossa Senhora do Vinho”. Ela ainda não foi reconhecida pela hierarquia de Deus nem decretada pela Santa Madre, mas com a passagem dos anos ainda chegará aos altares, pois nesta coisa de “santos” os seguidores e os pagadores de promessas (povinho) são quem mais ordena. E, mais convincente do que todos os “homens de saias”, Deus ainda não deixou de beber vinho…

Eu não vejo que haja nesta imagem estética, sensual e bonita, sem silicone nas mamas e na bunda (nádegas em Portugal), nem na referência popular a esta estátua como “Nossa Senhora do Vinho”, qualquer motivo de indignação, heresia ou pecado, até porque o vinho foi uma bebida de todos os deuses da Religião e dos Reis, nunca deixando de ser tomado pelos sacerdotes nas missas como sangue de Cristo e à mesa dos papas, cardeais, bispos, padres, freiras e praticantes da apostólica e romana Igreja Católica.
Quanta da “santa” gente que se diz incarnada em Deus não apanhou grandes e “santas” bebedeiras em comezainas e orgias religiosas e outras?

Já agora, para terminar esta crónica, é bom que se saiba que o vinho é anterior à Escrita, aparecendo assim chamado pela primeira vez na Grécia, onde também foram escritos os Evangelhos.

Em Roma, capital do civilizacional Império Romano, em Latim era chamado e escrito viñum, nome que também se aplicava à videira, a planta que dá o fruto chamado uva, a qual, depois de pisada, prensada ou fermentada se transforma num saboroso líquido. O que resta, o mosto, é aproveitado e destilado até correr dele a aguardente.

Os três maiores produtores mundiais de vinho são a França, Itália e Espanha. Portugal, onde se fazem excelentes vinhos, está em 11º lugar. O Brasil é o 16º.

O Deus do Vinho é o grego Dionísio, filho de Zeus e o único de uma mãe mortal, Sêmele.

No Império Romano a divindade do vinho foi Baco, de onde derivam os bacanais que eram as alegres e desinibidas festas e orgias à alegria, prazeres sexuais e comunicação verbal (in vino veritas) que o vinho provoca em quem o bebe em liberdade.

O vinho é um velho, divino e silencioso amigo que quando se torna num vício do apreciador actua como uma droga que pode destruir a mente, o corpo e a vida de homens e mulheres. Mas há pior: as chamadas “bebidas brancas” e as misturas que os adultos tomam nos bares e os jovens nas discotecas.

O vinho é uma bebida deliciosa, mas a água é o líquido de que o corpo mais necessita para viver. Não nos esqueçamos…


Texto: Marques Pereira
Foto: Marques Pereira
Webmaster: Paula Medeiros

27.9.07

Isto é Brasil!


Nestlé pede, e Kassab reduz carne em sopa


Por solicitação da Nestlé, que queria participar de licitação, Prefeitura de São Paulo piorou a qualidade nutricional do alimento.


Nutricionistas haviam previsto 7 kg de carne a cada 100 kg de sopa; com a mudança, administração passou a exigir só 0,5 kg.

A pedido da Nestlé, a Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir a qualidade nutricional da sopa que pretende distribuir em um programa que irá reunir pais e alunos aos sábados nas escolas e creches municipais.A gestão Gilberto Kassab (DEM) diminuiu a quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa depois de um apelo feito pela multinacional durante uma consulta pública para a compra do produto.

A previsão das nutricionistas do município era que uma das sopas tivesse 7 kg de carne, 2 kg de cenoura e 3 kg de "outras" hortaliças (por 100 kg de sopa desidratada a ser distribuída).

Com a mudança feita diante da manifestação da Nestlé, a mesma sopa deverá ter só 0,5 kg de carne, 0,8 kg de cenoura e 1 kg de "outras" hortaliças.A redução na quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa é condenada pela presidente da Associação Brasileira de Nutrição, Andrea Galante, que também contesta a escolha desse alimento para ser distribuído nas escolas municipais.

"Baixar a quantidade de verduras e hortaliças vai contra aquilo que preconiza a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Uma maçã tem os mesmos nutrientes que uma porção dessa sopa, que ainda será servida em uma época de calor."O edital prevê a compra de 750 toneladas de sopa desidratada por mês. O Sábado na Escola está previsto para começar no final de semana.O TCM (Tribunal de Contas do Município), no entanto, determinou ontem a suspensão do pregão que ocorreria hoje para definir a fornecedora.Um dos motivos contestados pelo tribunal foi a exigência de que a entrega da sopa, com embalagem personalizada, começasse no dia 15, três dias depois do anúncio do resultado.

O TCM avaliou que a condição só poderia ser atendida por alguém que já tivesse pronta toda a infra-estrutura para distribuição, algo que abriria margem para direcionamento.

R$ 46 milhões

O TCM também considerou que a prefeitura precisa explicar a razão para a contratação de um único fornecedor do programa. Empresas menores alegam que apenas as grandes do segmento teriam condições de entregar a quantidade exigida.

A Nestlé atualmente mantém contrato com a prefeitura para a distribuição de leite nas escolas, tendo pronta sua estrutura logística de entrega.Tanto a multinacional como a gestão Kassab não quiseram se pronunciar ontem.

O valor total do contrato para a compra da sopa não foi informado pela prefeitura. Só na semana passada, Kassab destinou R$ 46 milhões ao programa.A prefeitura também atendeu a outro apelo da Nestlé: a inclusão de pimenta na sopa com carne, que é produzida pela multinacional.A liberação foi considerada "estranha" pela Pink Alimentos, uma das concorrentes da licitação. Em quase quatro décadas fornecendo merenda escolar no país, a empresa afirma desconhecer outros casos de inclusão do produto.

Nutricionistas consultadas pela Folha também disseram que a pimenta não agrega nenhum valor nutritivo à sopa.

Na sua solicitação para alteração do edital de compra da sopa, a Nestlé alegou que a redução dos componentes permitiria a participação na licitação dos maiores fabricantes do setor, que costumam trabalhar com menor proporção dos referidos nutrientes. Sugeriu, dessa forma, uma formulação mais próxima dos produtos vendidos por ela no varejo.

A Secretaria de Gestão, em resposta à solicitação da empresa, acata a sugestão "a fim de possibilitar a participação do maior número de participantes na licitação", conforme ata obtida pela reportagem.

Texto: Reportagem da Folha de São Paulo

Webmaster: Paula Medeiros

Foto: Paula Medeiros

22.9.07

DIFICULDADES DA IGREJA NO MUNDO ACTUAL



Reproduzo, dada a necessidade de reflectirmos sobre o tempo parado e os recuos do Catolicismo, este artigo de opinião saído em 20.09.2007 no jornal de referência português Diário de Notícias.
Cada vez são mais as pessoas que questionam: para onde nos estão a levar as religiões, com tanta violência e pobreza a espalhar-se pelo planeta? Por quê há pessoas a adorar "santos" de pau e gesso, inventados, que nunca foram pessoas, desobedecendo ao 1º Mandamento de Deus?


Anselmo Borges padre e professor de Filosofia


"Tudo começa com um equívoco. Hoje, quando se fala da Igreja, é numa gigantesca instituição e nos seus altos e médios hierarcas que de facto se pensa: Papa, bispos, padres. Já se esqueceu que, no princípio, não era assim, pois Igreja significava a reunião das Igrejas, entendidas como assembleias dos cristãos congregados em nome de Jesus.

Foi com Constantino e Teodósio que tudo se modificou, quando o cristianismo se tornou religião oficial do Estado e a Igreja acabou por transformar-se numa instituição de poder. Desde então, de um modo ou outro, espreitou o perigo de esquecer a Igreja enquanto comunidade dos fiéis a Cristo, que caminha na fé e na tentativa de actualizar no mundo o reinado de Deus a favor de todos os homens e mulheres, sobretudo dos mais pobres e abandonados, para sublinhar sobretudo uma Igreja-instituição, hierarquizada e poderosa. Quem congrega é menos Jesus do que a hierarquia, e a fé está mais dirigida ao dogma do que à pessoa de Jesus e ao Deus salvador.

Depois, tenta-se o diálogo da Igreja com o mundo. Mas que pode entender-se por isso? Também a Igreja não é de facto mundo, embora mundo a partir de uma determinada visão? Pertencemos todos ao mesmo mundo, ainda que a partir de visões múltiplas e diversas. Mas, mesmo no pressuposto do diálogo, ele torna-se difícil, já que houve rupturas quase insanáveis. Pense-se, por exemplo, que até à década de 60 do século passado se manteve o Índex, isto é, o catálogo dos livros cuja leitura era proibida aos católicos. Aí figuravam não só muitos teólogos, mas também os pais da ciência e da filosofia modernas, figuras eminentes da história, da literatura e do direito: Copérnico e Galileu, Descartes e Pascal, Bayle, Malebranche e Espinosa, Hobbes, Locke e Hume, também Kant, evidentemente Rousseau e Voltaire, mais tarde, John Stuart Mill, Comte, os historiadores Condorcet, Ranke, Taine, igualmente Diderot e D'Alembert com a Encyclopédie e até o Dictionnaire Larousse, os juristas e filósofos do Direito Grotius, Von Pufendorf, Montesquieu, a nata da literatura moderna, de Heine, Vítor Hugo, Lamartine, Dumas pai e filho, Balzac, Flaubert, Zola, a Leopardi e D'Annunzio, entre os mais recentes, Bergson, Sartre e Simone de Beauvoir, Unamuno, Gide. Com o fim do Índex, não terminaram as censuras a dezenas de teólogos, entre os quais Hans Küng, Leonardo Boff, J. Masiá, Jon Sobrino. Como se a Igreja vivesse sob o reflexo do medo de quem ousa pensar. As dificuldades são diversas, tanto ao nível da doutrina como da própria organização. O mundo moderno pôs em causa o princípio da simples autoridade vertical, mas a Igreja tem dificuldade em aceitar a dúvida e argumentar. Ao princípio da democracia a Igreja contrapõe uma monarquia absoluta. Na sociedade civil, aos dirigentes aplicam-se denominações funcionais: ministros, reitores, directores, mas, na Igreja, o Código de Direito Canónico continua com categorias quase ontológicas: são "superiores" e até "superiores maiores", o que implica que os outros são "inferiores". Jesus tinha dito: "sois todos irmãos". Mal um padre é nomeado bispo fica o seu nome próprio precedido de "Dom", abreviatura de "Dominus" (senhor), título senhorial antiquado. Dificuldade maior é a reconciliação com o corpo, com a sexualidade e com as mulheres na sua igualdade com os homens. Do ponto de vista doutrinal ainda hoje causa espanto que o padre Teilhard de Chardin, o cientista que tentou conciliar a fé com uma concepção evolucionista do mundo, continue sob suspeita. Mas como se pode proclamar ainda, no quadro da evolução, a visão tradicional de Adão e Eva e do pecado original? Como é concebível que dois seres apenas semiconscientes tenham cometido um pecado que estaria na origem de todo o mal do mundo? Como é possível continuar a transmitir a ideia perversa de que Deus descarregou sobre o seu Filho na cruz toda a sua cólera, reconciliando-se desse modo com a Humanidade? Este é o nervo da questão: acredita-se, sinceramente, por palavras e obras, que Deus é Amor?"


Texto de introito: Marques Pereira
Gravura de Abraão: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

13.9.07

DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO

Depois de alguns e previsiveis dias, aqui encontro-me a escrever novamente.
É evidente que não possuimos nem os equipamentos que tinhamos na Espanha, mas a vontade e o empenho em bem resolver, nos levam a superar os abstáculos.
Encontramos o nosso Brasil com os problemas de sempre e com muita gente lutando para sobreviver. Por outro lado também vimos a mesma alegria e capacidade única no mundo de superação.
Eu e a Paula Medeiros, retornamos ao convívio desta ponde do interior nordestino e aos poucos vamos compartilhando nossa experiência de vida com todos aqueles nos rodeiam.
O impressionante é que alguma coisa na área social foi modificada. O governo do "Lula da Silva" e suas bolsas sociais podem até ter diminuido a fome e a miséria dos menos favorecidos. Entretanto têm proporcionado um aumento da vagabumdagem que toda esmola propicia.
Opiniões a parte, voltamos com orgulho ao nosso país, pois mesmo com todos os defeitos do mundo, é o que temos. Sendo assim, cabe a nós fazer ou tentar as mudanças que se necessita.
O importante é ter a esperança que um dia há de melhorar.
Os grandes impérios caem, e as coisas mudam.

Texto: Paulo Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros

21.7.07

AMIGOS PARA SEMPRE


Na região de Portugal onde nasci chamam, hipocritamente, “amigo” a toda a gente, mesmo não conhecendo ninguém. É um tratamento falso que eu nunca aceitei nem considerei, porque um amigo é algo mais do que uma palavra, mesmo que esta seja uma forma pacífica de aproximação verbal.

Esta amizade que surgiu entre o Paulo Medeiros e mim nasceu através da sua leitura de artigos de opinião que publiquei num jornal que lhe chegou às mãos por um português que vive há meio século no Brasil. Quem diria que alguém, a cinco mil quilómetros de distância, iria ler o que eu escrevia…

O nosso primeiro encontro luso-brasileiro, cordial e como “irmãos” da mesma Língua, foi na serra da Arrábida, um rochedo continental de flora mediterrânica com paisagens deslumbrantes que surgiu do oceano Atlântico que separa Portugal do Brasil.

Daí para a frente continuamos a contactarmo-nos ora pelo telefone, ora pessoalmente, em minha casa, por restaurantes, num dos seus locais de trabalho, na residência de um seu irmão médico-dentista, que é a profissão de Paulo Medeiros e da sua linda esposa.

Paulo Medeiros é um homem de paz e de trabalho, comunicativo, bem-educado, bom marido e pai, gentil e alegre, com raízes consanguíneas portuguesas. Com todas estas qualidades e mais algumas, aceitei-o como amigo de verdade e decidi sê-lo para sempre.

Vou ficar triste com a sua partida da península Ibérica onde nasci e resido, embora sabendo que ele um dia irá voltar com saudades dos amigos que por cá deixou e nunca o esquecerão de portas abertas para o receber. Eu já estou convidado para ir visitá-lo ao Brasil.

Ele regressa ao seu Nordeste e eu fico com uma certeza: o Brasil vai ficar menos pior, melhor, com a sua presença e trabalho que vai continuar junto das populações da sua necessitada região.

E a sua família regressa a casa e voltará a viver a felicidade que merece, embora com saudades da Europa no coração…

Texto: MARQUES PEREIRA
Foto: Roberto Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros

14.7.07

EDITORIAL




Depois destes alguns anos de Europa, é chegado o momento do retorno. Muitas coisas aconteceram, mas a mais importante foi conhecer a realidade atual entre os continentes e principalmente sentir o que pensam e o que acham e principalmente a visão que têm do mundo sul-americano.

Como passei a maior parte do tempo em terras de Espanha, percebi que a simpatia um pouco melhor para com os brasileiros, se deve mesmo aos ritmos musicais do Carlinhos Brown e ao futebol do que mesmo pelo conhecimento sobre o nosso povo.

Em Portugal, passa um fenômeno diferente, os antes simpáticos brasileiros, são hoje mais conhecidos pelas prostitutas e gente desqualificada imigrante do que qualquer outra coisa. O antes respeitado Brasil, não passa hoje de um mero país do terceiro mundo, que alem do exposto acima envia marginais e bandidos. Foi-se o tempo da chegada dos profissionais qualificados, como os dentistas que para lá foram na década de 80.

Se terei saudades, claro que sim! Afinal tive uma oportunidade, pertencente a poucos, que me deu experiência de vida incomparável e ao mesmo tempo me fez descobrir ainda mais que temos uma nação que em muita coisa não fica em nada a dever a lugar algum. Que somos um gigante, de muitas potencialidades e principalmente ver o que a falta de informação proporciona. Dá-me vergonha ver jovens de meu país passar humilhações, por buscar empregos que encontraria no Brasil. Um país com tantas potencialidades não necessita que seu jovens saiam.

Por outro lado, vi também que é possível ter uma sociedade multicultural, é o que a comunidade européia esta demonstrando apesar das sua facetas ainda por estudar.
Também há muita hipocrisia por parte dos europeus quando das soluções para a pobreza no mundo, e que a soluções não são apenas enviando migalhas ou levantando muros. Há necessidade de algo muito mais concreto, que se chama determinação nas soluções.

Explanações a parte, devo me ausentar em escrever no Blog por uns 30 dias, devido ao tempo que necessito para por em ordem a vida privada. Neste meio tempo, o Marques Pereira com certeza seguirá com o nosso “Lusitânia perdida” e manterá o nosso leitor sempre com novidades.

De momento meus agradecimentos a minha filha e hoje nossa Webmaster Paula Medeiros e a exemplar parceria e sem fronteiras de meu amigo MP.

Sigo para o outro lado do Atlântico, feliz pelo dever cumprido e principalmente orgulhoso pelo espaço conquistado.

Um até breve!




Texto : Paulo Medeiros

7.7.07

LULA EM PORTUGAL LANÇANDO A PONTE DO BRASIL PARA A UNIÃO EUROPEIA COM A GLOBALIZAÇÃO, OS PRODUTOS E OS IMIGRANTES BRASILEIROS


O presidente Lula da Silva veio a Portugal e à União Europeia tentar lançar uma nova ponte de comércio e imigração do Brasil.

E sendo um político com um discurso fluído e calmo, ele deu uma lição em Lisboa de economia política e recebeu o doutoramento em globalização na cidade de Bruxelas, capital da Bélgica e da U.E.

Em Portugal, a realidade da imigração brasileira de momento resume-se a estes números compilados pela LUSA, agência noticiosa portuguesa.

“A imigração brasileira em Portugal cresceu quase nove vezes entre 1986 e 2003, sendo constituída por pessoas cada vez mais jovens e com menos qualificações, de acordo com um estudo divulgado recentemente.

O estudo "Imigração Brasileira em Portugal" foi apresentado pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) na véspera da Cimeira entre a União Europeia (UE) e o Brasil, que se realizou no quadro da presidência portuguesa da UE.

Segundo o estudo, que visa aprofundar o conhecimento sobre a maior comunidade de imigrantes em Portugal e ao qual a Lusa teve acesso, entre 1986 e 2003, o número de imigrantes brasileiros regulares cresceu quase nove vezes, passando de 7.470 para 64.295.

Com cerca de 67 mil brasileiros a viver em situação regular no país, em 2004, esta comunidade imigrante é o maior grupo de estrangeiros em Portugal, ultrapassando os imigrantes oriundos da Europa do Leste e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), adianta o documento.

O aumento mais significativo desta população em Portugal registou-se, de acordo com o estudo, durante o período de expansão ocorrido entre finais dos anos 90 e 2000/2001.

O documento salienta o facto de os perfis dos imigrantes brasileiros que chegaram neste último período serem diferentes dos que chegaram na segunda metade dos anos 80 e 90, verificando-se uma tendência de maior inserção em segmentos de mercado de trabalho menos qualificado.

“Nos fluxos mais recentes houve um aumento dos jovens de média e baixa qualificação dispostos a se dedicarem a serviços mal remunerados e desvinculados da sua preparação profissional", lê-se no estudo.

Embora se continue a verificar procura em domínios técnicos recentemente desenvolvidos, como é o caso dos profissionais da área de marketing, propaganda e informática, a expansão de actividades comerciais modernas (turismo, hotelaria, industria da construção civil), tem demandado um grande número de trabalhadores não-qualificados.

Enquanto em 1991 dados do Instituto Nacional de Estatística referiam que os imigrantes brasileiros que viviam legalmente no país trabalhavam na sua maioria em profissões liberais (28,4 por cento) ou tinham empregos de média qualificação (16 por cento), já em 1999 dados da Inspecção-Geral do Trabalho relatavam que a maioria trabalhava em sectores de trabalho menos qualificados.

Segundo esses dados, 29 por cento dos imigrantes brasileiros trabalhavam na construção civil, 25 por cento em restaurantes e hotéis e 27 por cento em actividades de serviços não-qualificados, incluindo emprego doméstico e limpeza em geral.

Estes dados demonstram, segundo o estudo, uma "degradação das condições de inserção de imigrantes brasileiros no mercado de trabalho português", evidenciando importantes mudanças no seu perfil, nomeadamente o facto destes serem mais pobres, terem menor grau de instrução, menor qualificação profissional e, consequentemente, menores oportunidades de conseguir uma ascensão social.

De acordo com o estudo, estes trabalhadores são, na sua maioria, oriundos de áreas semi-rurais e pequenas localidades urbanas no Brasil, especialmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Baía, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Pernambuco.

Outro factor que aponta para a mudança dos perfis dos imigrantes brasileiros da segunda vaga, relativamente aos que chegaram na segunda metade dos anos 80 e 90, é a sua distribuição regional.

O estudo conclui que a comunidade imigrante brasileira se estabeleceu, a partir dos anos 90, sobretudo na Região de Lisboa, em detrimento do Norte Litoral, explicando que este fenómeno tem a ver com o facto da imigração se ter tornado mais laboral, especialmente na vaga pós-1999.

Quanto às áreas de residência e de trabalho dos imigrantes brasileiros, destacam-se, segundo o documento, a Área Metropolitana de Lisboa (41,2 por cento) e a Região do Porto com 13,6 por cento, seguindo-se Aveiro (nove por cento) e Braga (cinco por cento).

O documento aponta ainda como principais factores de promoção da inserção dos imigrantes brasileiros em Portugal, o processo especial de regularização chamado "Acordo Lula" assinado em Julho de 2003, que permitiu já a legalização de cerca de 20 mil brasileiros, e o facto de falarem português”.

O nosso comentário final: neste estudo não foi abordada a “imigração do prazer” que trouxe e espalhou por Portugal uma minoria de uns milhares de prostitutas, travestis, lésbicas e gays ilegais que chocaram o sector católico da sociedade portuguesa, tal foi para a Igreja a mudança sentida nos “libertinos costumes da noite”. Também não foi referido que os brasileiros são a maioria da população estrangeira nas prisões portuguesas devido a crimes de vigarices, gatunagem, traficância de droga, assassinatos e outros delitos.

Eu continuo a gostar dos brasileiros e do Brasil, pois uns milhares de incivilizados e criminosos sul-americanos não podem representar o rosto de uma respeitável e grande nação com 190 milhões de humanos que nasceram de Portugal e, na maioria, descendem dos Portugueses.

Texto: MARQUES PEREIRA

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

30.6.07

30 anos da morte do rei




Normalmente, aqui no lusitânia perdida damos ênfase aos assuntos ligados a comunidade lusófona. Mas há casos que estão acima desta realidade, pois há situações em que o assunto está acima dos contextos.

A musica faz parte de todo ser humano, e nos marca época. . Seja de que forma for a musica além de salutar é essência para nosso dia-a-dia. Na musica popular contemporânea, temos os chamados “monstros sagrados” e na verdade o maior de todos, o rei do rock, foi e sempre será Elvis Presley. Hoje em dia e para quem tem mais de 40 anos, jamais nos esquecemos do ídolo maior de toda uma geração. Fez sucesso numa época em que não havia CDs, nem toda a tecnologia que hoje dispomos.

Dotado de uma voz incomparável, e capacidade artística acima da média, fez mudar hábitos e modificou conceitos. Verdadeiramente revolucionou uma época.

Aproximamos agora de 16 de agosto, quando completará exatamente 30 anos do falecimento do cantor.

Lembro-me que naquele dia a noticia nos pegou surpresa e de muita tristeza. Durante todo o dia, as rádios não pararam de tocar suas canções. Isto foi em 1977. No Brasil e no mundo, a perplexidade foi total.

Mais que um mito, Elvis também era humano, e naqueles 1977, já se percebia sua completa ausência de saúde, alem de no palco esquecer letras das musicas que sempre havia cantado. A solidão, excesso de medicamentos e principalmente o excesso de peso, fizeram que o coração parasse.

Foi interrompido um legado, que em vida conseguiu vender mais de 600 milhões de discos. Marca jamais batida por ninguém, isto sem acrescentarmos os vendidos pós-morte.

Para as novas gerações, uma garantia que ele foi realmente o maior, basta verificar abaixo uma de suas performances:






Lennon disse uma vez: Queria ter escrito o livro " Alice no país das maravilhas e pelo menos ter sido igual a Elvis presley.

Texto:Paulo Medeiros
Foto: Cortesia

23.6.07

CARTA A UMA VIRGEM CASADA COM JESUS CRISTO




Nas religiões tudo é possível acontecer, imaginar e mentir, até celebrar abençoados casamentos, com um morto, de mulheres que se inibem de viver uma vida natural, terrena e em sociedade com a Humanidade que não se inventa nem alimenta de ilusões divinas, celestiais ou paradisíacas.

Qualquer freira tem direito a casar-se com Jesus de Nazaré, sendo ou não virgem. Casar com mortos não é permitido pela Lei de nenhum país, mas na Igreja Católica tal é permitido para que as suas mulheres refugiadas das realidades da vida em conventos e irmandades não se sintam sós e sem um homem para partilhar o corpo, ter filhos, pensar, conversar e fazer amor em secretismo com a sua solidão e cobardia humana.

Esta carta de que vou reproduzir algumas passagens foi escrita por Lucília Serra e veio publicada no tri-mensário “Fraternizar” de Junho, editado por um padre e publicado no norte de Portugal. E porque o faço? Talvez por ser um documento que mostra as distâncias que separam a mulher-Mulher a quem a Igreja viva dá o sacramento do matrimónio e a mulher-Religião que recorre a um casamento imaginário, adúltero e funerário com o Homem com mais de 2000 anos que vem sendo transformado em Deus pelo Catolicismo Romano.

Escreveu a autora: “Era uma moça nova e entrou a falar com tal ardor da sua vocação, do ideal abraçado, da sua entrega ao Senhor, que pela boca dela fiquei a saber que era uma das tais casadas com Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Lucília Serra, defendendo a sua honra de leiga, disse à jovem “esposa” de Jesus:

“Olha, menina, casada sou eu. Recebi o grande sacramento do matrimónio. Quer queiras, quer não, tens um sacramento a menos do que eu! Mas ficando na tua de que és casada com Jesus Cristo, só te digo que arranjaste um partidão. Fizeste um casamento de seda. Arranjaste um marido que, já sabias, não é rabujento, não te mói de pancada nem te dá peúgas para lavar; não gasta o ordenado todo na jogatina ou nas “boites”; não te invade a casa bêbedo; não te põe um par de chavelhos e não foge com outra, deixando a criar meia dúzia de filhos. Não andas de vestido coçado nem de sapatos cambados e chegas ao final do mês sem as preocupações inerentes a uma pobre leiga que tem de pagar a renda da casa, água, luz, alimentação, medicamentos, roupa, calçado, livros, transportes. Não corres o risco de dar-à-luz filhos deficientes, nem te consomes de dor porque são marginais, drogados, ladrões. Nós, as mães a que a Igreja chama “leigas” é que estamos sujeitas a isto”.

“Há tempo falei com uma freira que estivera nas antigas colónias e agora vive roída de saudades porque ”deixou” lá 60 filhos. Sessenta! Eu, leiga pecadora, casada pela Igreja, só tenho três. Mas ela não era mãe de verdade. Ser mãe a sério é coisa diferente”.

“Parece que vives só para guardar a tua virgindade. Mas como é isso possível se casaste com Jesus Cristo, um homem morto que vós considerais vivo ao ponto de casarem com Ele? A virgindade não se reduz a um pormenor anatómico. A verdadeira virgindade está no coração. Não é virgem quem tem o coração atolado de invejas, intrigas e de calúnias e se esquece de amar, porque anda muito ocupada a guardar a sua virgindade.”

“Quando chegares ao Paraíso e o Senhor te perguntar ‘Quem és tu?´, responderás: Eu sou uma das tuas virgens. O Senhor replicará: Isso não interessa; mas se amaste, se fecundaste algo de jeito, se cometeste feitos que me agradem e te deste aos outros és virgem”.

Ser virgem e não amar redobradamente, para que Diabo serve? –assim terminou esta carta de uma cristã-católica que não é virgem, graças a Deus que a mandou não fugir às realidades da vida, viver e “sacrificar” a sua virgindade à continuação da Humanidade.

Marques Pereira

Texto: Marques Pereira

Webmaster: Paula Medeiros

16.6.07

A IRREVERÊNCIA



Recentemente no Brasil ocorreu um daqueles fenômenos, sem razão explicável e que só é possível na internet. Detalhes a parte, mas não se pode deixar de mencionar o “estouro” de tamanho sucesso. Sociólogos e pedagogos tentam de todas as formas estudarem tais fenômenos. Na verdade e na pratica sei que em milhares de lares do Brasil esta música horrenda para os mais tradicionais, causou furor.

Particularmente, acho que a explosão se deve a capacidade típica do brasileiro em fazer gozação com todos os seus problemas.

O vídeo é interpretado pela atriz Cristina Nicolotti de 49 anos. . Seu clipe é uma única tomada de si mesma cantando um hino "gospel" de um verso só. Ela é acompanhada por um coral e até por um dublê de Bob Dylan.

"A repercussão mostra que está todo mundo de saco cheio", diz. Seu filho, Luca Nicolotti, 15, adora a música. "O problema é com os pais dos amigos dele." O marido e autor da faixa, Caca Bloise, 57, compôs a melodia para um vizinho. "Acho que ele ainda não sabe que fizemos para ele", especula Cris.
No dia 26 de junho ela estréia "Se Piorar Estraga", no teatro Frei Caneca. A canção que virou febre é um "spoiler" deste espetáculo, que se encerra ao som do hino da "culosofia".

Conhecendo um pouco mais:

Cristina Nicolotti já trabalhou no SBT, Band e TV Shop Tour
Cris não é uma desconhecida, repare. Nos anos 80 a humorista atuou na Band e no SBT; na década de 90, fez televendas na TV Shop Tour. "Comecei fazendo teatro infantil com 17 anos, na sessão de brinquedos do Mappin. Um currículo brilhante, não?"
Para este papel, a atriz, que é católica, diz ter se inspirado na bispa Sônia. O humorístico narra a história de Roberléia, a vendedora que segue o "cusistencialismo", uma "corrente filosófica de libertação". "Não tem a menor lógica, é humor nonsense e pronto."

Ainda sobre dados do vídeo, ele esta na rede há alguns dias e já ultrapassou mais de um milhão de acessos isto sem falar nas outras versões remix e outras parodias .


Tive a oportunidade de assistir suas entrevistas em programas de audiência no Brasil, como em “Jô Onze e meia” e lhes garanto que achei interessantíssimo. Não se pode negar que atrás da irreverência há um dote artístico incomum...

Assim segue o Brasil!

Obs: Esta música bem que poderia ser dedicada a certos políticos do Brasil e de Portugal.

Texto: Paulo Medeiros

Webmaster: Paula Medeiros

2.6.07

Rodrigo Santoro – um brasileiro no mundo do cinema internacional

Estou aqui mais uma vez no blog Lusitânia Perdida para falar de algo que me interessa bastante, o mundo do entretenimento. Especialmente hoje vou me centrar na carreira do ator brasileiro Rodrigo Santoro, de como ele começou como estudante de jornalismo e acabou sendo um dos atores mais conhecidos do Brasil em todo o mundo.

Rodrigo Junqueira dos Reis nasceu no dia 22 de agosto de 1975, em Petrópolis, RJ. Na sua adolescencia costumava ser excluído das festas pelos amigos e, além disso, tinha uma mania estranha quando o assunto era figurino, que era quase sempre de vanguarda. Os amigos achavam que ele era muito metidinho, pois vivia de rabo-de-cavalo preso por um pedaço de meia calça. Só no 2° grau isso mudou, quando passou a ficar mais enturmado.

O interesse pelo palco começou desde a infância, quando fazia teatro de fantoches para a família no Natal e na Páscoa. Aos 15 anos, decidiu atuar em peças pequenas do colégio. Porém, ainda não tinha em mente a carreira. Tanto que se mudou para o Rio, aos 18 anos, a fim de fazer vestibular para medicina. Ele até foi aprovado na PUC, mas, preferiu optar por comunicação e, assim, fez outro vestibular. No final disso tudo, resolveu atuar mesmo e continuar cursando a faculdade. Entrou para a Oficina de Atores da Globo e, em 1994, já estreava na Rede Globo, na novela "Olho no Olho", onde fez uma pequena participação. A partir daí, vieram outras novelas, como Pátria Minha, Explode Coração e Suave Veneno. Em "O Amor Está No Ar", fez pela primeira vez um protagonista e isso lhe obrigou a largar a faculdade.

No cinema nacional, teve sua estréia em 1996, no curta-metragem "Depois do Escuro", de Dirceu Lustosa. No filme, fazia três personagens diferentes. Mas, foi em "Bicho-de-sete-cabeças" que teve seu verdadeiro destaque. Depois deste, foi cada vez mais se consagrando como ator, em "Abril Despedaçado" e "Carandiru", onde choca a todos pelo papel de travesti escolhido.

Sua estreia no cinema internacional foi no filme "As Panteras: Detonando", aonde teve uma breve participação como vilão. Posteriormente, fez um personagem coadjuvante no filme "Simplesmente Amor", com Hugh Grant. Ficou mais conhecido ainda com um pequeno papel na consagrada série “Lost” e por seu último filme sucesso de bilheteria nos EUA, “300”, onde atua como o vilão Xerxes ao lado de Gerard Butler.

Para que os nossos leitores tenham uma oportunidade de conhecer o talento deste jovem brasileiro.



Texto e pesquisa: Paula Medeiros

Foto: - Rodrigo Santoro em sessão fotográfica realizada em RJ (Brasil).

- Foto promocional do filme “300”.

Webmaster: Paula Medeiros

26.5.07

NÃO É PORNOGRAFIA É POLÍTICA NUA E CRUA





Há pessoas que talvez ainda não tenham reparado que vivemos no Ano 2007 do III Milénio, a que alguém chamou o “Século do Sexo”. Erradamente, pois desde os primórdios da raça humana que os dias, os anos e os séculos têm sido de sexo, pois se não fossem a Humanidade não existiria como somos e a vemos a evoluir.

Mas a Humanidade está a evoluir para onde?

Para a nudez e as loucuras do fim que a poluição está a causar?

Para o tempo da mulher-macaca e do homem-macaco?

Este comentário reflectivo vem a propósito da atitude tomada pela mulher que a fotografia mostra, Tania Derveaux, que oferece 40 mil “blowjobs”, à média de 80 por dia, a quem votar nela para o Senado da Bélgica.

Ao que a Política e a ânsia de poder chegou!

Todos sabemos que na Política vale tudo, não há moral e nem sempre existem boas maneiras para chegar aos objectivos em vista, mas esta de prometer felatios, boquetes, “blowjobs”, sexo orogenital, sexo oral ou outros nomes populares e pornográficos que me dispenso de referir, é inédito numa candidatura a um mandato político.

Tania Derveaux vai ganhar o seu lugar como o conseguiu, em Itália, a estrela da pornografia Cicciolina, porque o sexo faz mover, alegrar e pacificar a vida, quer os moralistas, conservadores e religiosos “torçam ou não o nariz”. E terá mais votos do que aqueles que a sua promessa está a recolher, pois o felatio e o cunilingus tanto são do gosto da maioria dos homens como das mulheres.

Voltando-nos para nós, portugueses e brasileiros, votaríamos numa “tânia” nossa se ela nos prometesse este “prémio” por um voto?

Calculo que esta “tâniazinha” teria mais de seis milhões de votos dos portugueses de entre os nove mil inscritos nos cadernos eleitorais e no Brasil não me admiraria se uma previsão atingisse os 140 milhões.

O sexo em todas as suas dimensões e modalidades é “fatal”, tanto na Política como na vida dos não-políticos e outros seres humanos, pelo que é preciso aproveitá-lo bem enquanto existe a atracção física homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, pois ao que revelam as estatísticas deste mundo a sexualidade está a decrescer tendo por causas a alimentação plástica e a poluição atmosférica.

Texto: Marques Pereira.

Foto: Internet

18.5.07

ANTÔNIO DE OLIVEIRA SALAZAR



Como todo espaço democrático deve ser, abro aqui no Lusitânia Perdida para este português que odiado por muitos e adorado por alguns, ainda se faz presente nos dias atuais.

Muitos leitores no Brasil me indagaram porque quase não se fala dele. Sei que para os participantes e colaboradores portugueses de nosso blog o seu nome é sinônimo de atraso e de um tempo de um Portugal principalmente sem liberdade.

Mas, venho através da necessidade jornalística e com o compromisso de estudar a historia tentar entender os fatos de antes do 25 de Abril

Com outros lusitanos que conversei, ele aparece como um nacionalista, que manteve ou tentou manter um império com força e amor a sua terra e com a principal característica de morrer no poder e assim mesmo pobre.

Antonio de Oliveira Salazar, nasceu em Vimieiro (Santa Comba Dão) em 1889 e faleceu em Lisboa em 27/07 1970. Foi ministro das finanças, foi fundador da União Nacional e também do Estado Novo ( 1933-1974).

Nacionalista ao extremo, teve de conviver com a grande maioria dos problemas do século XX, tais como: segunda guerra, e principalmente as guerras coloniais.

Embora tenha levado o país a um equilíbrio em determinado tempo, foi considerado um ditador algoz.

Com o fim da segunda guerra, e com as dificuldades econômicas, a comunidade internacional defendia o fim da colonização e Salazar praticou uma política isolacionista

Sob o lema “ orgulhosamente sós”. Esta era uma de suas características, ser auto-suficiente.

Para entender, basta ver algumas frases suas que o caracterizaram:

“A guerra foi por toda parte feita com liberdade possível e autoridade necessária.“

“Para cada braço uma enxada, para cada família seu lar, para cada boca seu pão.”

“Instrução aos mais capazes, lugar aos mais competentes, trabalho a todos eis o essencial.”

“Quem não é patriota, não pode ser português.”

Assim, ele teve o seu tempo, e o seu momento. O que traz curiosidade, é que nos tempos atuais, cada vez mais aparecem mais simpatizantes e jovens que não sabem nem exatamente explicar a causa. Basta dar uma olhada nas comunidades do Orkut na internet na maioria das vezes ligados a comandos de extrema direita.

Muitos deles afirmam que se fosse com ele Portugal não estaria hoje com a delinqüência, nem com tantos estrangeiros. E aí não sei o que seria dos meu compatriotas que hoje vivem no país, mas também, talvez não fosse o país mero balneário europeu.

Prefiro ver o caso através da ótica da neutralidade, e assim de sã consciência realizo apenas a pesquisa histórica.

Se há espaço para suas idéias nos dias atuais, cabe a sociedade portuguesa decidir, mas tenho de admitir que o homem fez parte da historia e teve a vida consagrada a nação . Como dizem, cometeu erros, é claro, pois era humano. Mas os princípios pelo qual lutou imagino que pensou serem justos.






Texto e pesquisa : Paulo Medeiros
Foto: Cortesia
Webmaster: Paula Medeiros