21.12.07

NATAL TROPICAL




Depois de alguns anos, finalmente estamos aqui passando o nosso natal tropical. Não teremos frio, não teremos pinheiros, e não teremos o clima europeu. Porém estaremos juntos aos nossos e possivelmente mais felizes.

Isto nos permite também verificar o que mudou aqui no Brasil. A principio, tudo continua na mesma , todos a espera do décimo terceiro salário, pouco dinheiro no bolso e quem sabe se possa comprar um “Queijo do reino” para partilhar em família. Os pobres continuam pobres, mas a alegria sempre esta presente, fazendo esquecer o seu dia-a-dia.
Vejo o governo “Lula” dando de presente suas bolsas sociais, que não mudam o quadro de mendicância, mas servem para diminuir as dependências. Servem para enganar a barriga.
O governo inaugurou também a TV digital, e com muita festa e propaganda..Estamos com um dos melhores sistemas de comunicação do mundo, mas no Cariri nordestino há vastos territórios sem cobertura da telefonia móvel. Assim seguem as coisas, ou seja, vivemos a ilusão que dias melhores virão .
Quando pequeno, meu pai sempre dizia a mesma coisa e tudo me leva crer que isto segue assim desde os tempos de colônia.

Estou neste momento, diante da janela do apartamento, vendo os coqueiros e muita gente na areia desta linda praia de Intermares, com surfistas a volta e um calor de 35 graus, com muitos turistas que vem aos trópicos para desfrutar destas praias ensolaradas, aproveitam tudo aquilo que natureza proporciona.
Ao mesmo tempo questiono será que o papai Noel não é apenas uma figura criada para um lado do mundo. Será que Deus seria injusto de esquecer a metade do mundo? Não podemos deixar de refletir, que milhares de crianças não tem chaminés e que jamais “presentes” aparecerão em lareiras imaginarias. E que tudo que se passa é fruto da comercialização dos ricos. Se assim for, quero ate esquecer estas historias que fez sonhar gerações e mais gerações. Só assim poderei de cabeça erguida, entender que o natal tropical, também é Natal. Que há gente, que há vida e que podemos prevalecer que ele também é bonito. Será que seria demais, substituirmos as lareiras, por coqueirais?
Creio que não, talvez assim estivéssemos fazendo a nossa parte com o mundo do lado de cá, com o mundo que vive abaixo do equador, e mostrar que aqui no mundo dos pobres também se pode viver e ser feliz.

Feliz natal!

“ Nós que fazemos o Lusitânia Perdida, desejamos aos nossos leitores votos de um Feliz Natal e que no próximo ano possamos contar com sua companhia, e que nos comprometemos em escrever e divulgar as idéias que tentam esclarecer o nosso pensamento, bem como tentar criar um mundo mais justo, com menos desigualdades e consequentemente um mundo um pouco melhor”.


Texto: Paulo Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros

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