26.5.07

NÃO É PORNOGRAFIA É POLÍTICA NUA E CRUA





Há pessoas que talvez ainda não tenham reparado que vivemos no Ano 2007 do III Milénio, a que alguém chamou o “Século do Sexo”. Erradamente, pois desde os primórdios da raça humana que os dias, os anos e os séculos têm sido de sexo, pois se não fossem a Humanidade não existiria como somos e a vemos a evoluir.

Mas a Humanidade está a evoluir para onde?

Para a nudez e as loucuras do fim que a poluição está a causar?

Para o tempo da mulher-macaca e do homem-macaco?

Este comentário reflectivo vem a propósito da atitude tomada pela mulher que a fotografia mostra, Tania Derveaux, que oferece 40 mil “blowjobs”, à média de 80 por dia, a quem votar nela para o Senado da Bélgica.

Ao que a Política e a ânsia de poder chegou!

Todos sabemos que na Política vale tudo, não há moral e nem sempre existem boas maneiras para chegar aos objectivos em vista, mas esta de prometer felatios, boquetes, “blowjobs”, sexo orogenital, sexo oral ou outros nomes populares e pornográficos que me dispenso de referir, é inédito numa candidatura a um mandato político.

Tania Derveaux vai ganhar o seu lugar como o conseguiu, em Itália, a estrela da pornografia Cicciolina, porque o sexo faz mover, alegrar e pacificar a vida, quer os moralistas, conservadores e religiosos “torçam ou não o nariz”. E terá mais votos do que aqueles que a sua promessa está a recolher, pois o felatio e o cunilingus tanto são do gosto da maioria dos homens como das mulheres.

Voltando-nos para nós, portugueses e brasileiros, votaríamos numa “tânia” nossa se ela nos prometesse este “prémio” por um voto?

Calculo que esta “tâniazinha” teria mais de seis milhões de votos dos portugueses de entre os nove mil inscritos nos cadernos eleitorais e no Brasil não me admiraria se uma previsão atingisse os 140 milhões.

O sexo em todas as suas dimensões e modalidades é “fatal”, tanto na Política como na vida dos não-políticos e outros seres humanos, pelo que é preciso aproveitá-lo bem enquanto existe a atracção física homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, pois ao que revelam as estatísticas deste mundo a sexualidade está a decrescer tendo por causas a alimentação plástica e a poluição atmosférica.

Texto: Marques Pereira.

Foto: Internet

18.5.07

ANTÔNIO DE OLIVEIRA SALAZAR



Como todo espaço democrático deve ser, abro aqui no Lusitânia Perdida para este português que odiado por muitos e adorado por alguns, ainda se faz presente nos dias atuais.

Muitos leitores no Brasil me indagaram porque quase não se fala dele. Sei que para os participantes e colaboradores portugueses de nosso blog o seu nome é sinônimo de atraso e de um tempo de um Portugal principalmente sem liberdade.

Mas, venho através da necessidade jornalística e com o compromisso de estudar a historia tentar entender os fatos de antes do 25 de Abril

Com outros lusitanos que conversei, ele aparece como um nacionalista, que manteve ou tentou manter um império com força e amor a sua terra e com a principal característica de morrer no poder e assim mesmo pobre.

Antonio de Oliveira Salazar, nasceu em Vimieiro (Santa Comba Dão) em 1889 e faleceu em Lisboa em 27/07 1970. Foi ministro das finanças, foi fundador da União Nacional e também do Estado Novo ( 1933-1974).

Nacionalista ao extremo, teve de conviver com a grande maioria dos problemas do século XX, tais como: segunda guerra, e principalmente as guerras coloniais.

Embora tenha levado o país a um equilíbrio em determinado tempo, foi considerado um ditador algoz.

Com o fim da segunda guerra, e com as dificuldades econômicas, a comunidade internacional defendia o fim da colonização e Salazar praticou uma política isolacionista

Sob o lema “ orgulhosamente sós”. Esta era uma de suas características, ser auto-suficiente.

Para entender, basta ver algumas frases suas que o caracterizaram:

“A guerra foi por toda parte feita com liberdade possível e autoridade necessária.“

“Para cada braço uma enxada, para cada família seu lar, para cada boca seu pão.”

“Instrução aos mais capazes, lugar aos mais competentes, trabalho a todos eis o essencial.”

“Quem não é patriota, não pode ser português.”

Assim, ele teve o seu tempo, e o seu momento. O que traz curiosidade, é que nos tempos atuais, cada vez mais aparecem mais simpatizantes e jovens que não sabem nem exatamente explicar a causa. Basta dar uma olhada nas comunidades do Orkut na internet na maioria das vezes ligados a comandos de extrema direita.

Muitos deles afirmam que se fosse com ele Portugal não estaria hoje com a delinqüência, nem com tantos estrangeiros. E aí não sei o que seria dos meu compatriotas que hoje vivem no país, mas também, talvez não fosse o país mero balneário europeu.

Prefiro ver o caso através da ótica da neutralidade, e assim de sã consciência realizo apenas a pesquisa histórica.

Se há espaço para suas idéias nos dias atuais, cabe a sociedade portuguesa decidir, mas tenho de admitir que o homem fez parte da historia e teve a vida consagrada a nação . Como dizem, cometeu erros, é claro, pois era humano. Mas os princípios pelo qual lutou imagino que pensou serem justos.






Texto e pesquisa : Paulo Medeiros
Foto: Cortesia
Webmaster: Paula Medeiros

12.5.07

FÁTIMA: 90 ANOS DE RELIGIÃO E NEGÓCIO RELIGIOSO





A 13 de Maio de 1917, num local chamado Cova da Iria, três crianças atiradas para um monte a pastar todo o dia ovelhas e cabras, com as cabeças religiosamente “lavadas” e “drogadas” pelo pároco da sua aldeia de Aljustrel (Ourém), analfabetas e famintas, longe da civilização e de tudo, vivendo como “anjinhos do Senhor” como era costume e obrigação daquele tempo, inventaram uma visão religiosa e disseram que estiveram a falar com uma Senhora vestida de branco e brilhante, que lhe veio do Céu…

Esta “aparição” repetiu-se mais duas vezes, segundo as estórias que os clérigos contaram, depois de chamarem mentirosas às crianças (Lúcia, Francisco e Jacinta), tendo uma sido presa pela administrador do concelho de Ourém, duas foram deixadas morrer (Jacinta e Francisco) e a outra (Lúcia), após a Igreja Católica e o Estado Novo opressivo terem concluído graças a Deus que a “coisa” servia para calar o povinho que passava fome e vivia revoltado, foi encarcerada num convento em Tuy (Galiza-Espanha) até passar para Coimbra onde morrera como uma “santa” sem nunca ter saído para o meio da multidão e sem ter feito alguma coisa de serviço cristão ao povo.

A traços largos é esta a estória que levou à criação do santuário de Fátima, que graças ao dinheiro, ouro e jóias que recebe das adoradoras da inventada Nª Sª de Fátima, a quem no princípio foi chamada de Nª Sª do Rosário, vai em 10 de Outubro ter mais uma basílica cuja construção custou 53 milhões de euros, dinheiro do povo com fé na Virgem.

As religiões são feitas assim: com imaginações, ilusões, fantasias, aproveitamento de fenómenos atmosféricos, inverdades e com a ingenuidade e medo do povinho sem cultura religiosa que acredita em tudo o que “eles” dizem sem os questionarem.

Quantos católicos e católicas saberão, por exemplo, que esta Nossa Senhora de Fátima, como a conhecem, foi feita por um minhoto na Casa de Fânzeres, em Braga? E de uma coisa temos a certeza: não foi feita à imagem de Maria, mãe de Jesus, porque ela era euro-asiática, ou euro-africana, morena, e no seu tempo as roupas eram rústicas, escuras e pesadas.

Mas, como me dizia uma amiga, “eu tenho fé Nela e pronto”. Todavia, a minha amiga e certamente milhões de praticantes desta adoração mariana não tem a mesma fé no Ser Humano, nas pessoas das suas relações, amigos, familiares, vizinhos e nos médicos que lhes curam as doenças e elas vão agradecer a Deus ou aos “santos” de barro e pau. Porquê? Nesta gente que anda de joelhos e de rastos, a orar pelas igrejas e santuários, aos milhões, são raras as pessoas que acreditam no seu semelhante e fazem serviço de Amor ao próximo como o filho de Maria de Nazaré, Jesus, gostaria.

A mim revolta-me, como aconteceu a Jesus Cristo, ver a Religião a fazer dos seus “espaços sagrados” um grande centro comercial, um “shopping”, como acontece em Fátima, Lourdes, Aparecida e no santuário da virgem polaca negra Chestokova.

E não gostei de o Papa Ratzinger ir ver a Aparecida do Brasil e não vir comemorar os 90 anos da invenção de Fátima em Portugal. Ele podia fazer uma coisa a seguir à outra, mas preferiu apanhar um banho de um milhão de brasileiros. O outro “banho” foi-lhe dado pelo presidente Lula da Silva que não aceitou a proposta papal de assinar uma concordata e ainda lhe ensinou que o Estado e a Igreja não se devem “casar”, certamente a pensar na ditadura do Islamismo nos países árabes e muçulmanos, o que não se coaduna com a tradição política dos “nossos irmãos”.

É tudo o que sinto para escrever 90 anos depois sobre esta estória da Cova da Iria mal contada por “eles” e engolida pela fé dos portugueses e pelos turistas estrangeiros da religião que gostariam, como eu, de ver o mundo com mais uma Deusa com o nome português de Maria, fosse ela tão bonita e bela como a imagem de Fátima, ou feia como uma campónia que nunca conhecemos nascida numa aldeia remota e pobre do Médio Oriente…

Texto de MARQUES PEREIRA

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

5.5.07

GRANADA E “LA ALHAMBRA”



Ultimamente, muito se fala na escolha das sete maravilhas do mundo. Coincidência ou não, aproveito este momento para por duas maneiras prestar minha homenagem a esta encantadora cidade espanhola que absorveu a mim e minha família durante este tempo em Espanha.

A primeira maneira é para afirmar que irei sufragar um dos meus votos a este castelo na escolha de uma destas maravilhas. Na verdade, é fazer justiça a este monumento mundial.

“La Alhambra” significa muralha vermelha. O castelo foi construído entre 1248 e 1364 no reinado árabe de Ibn – al – Ahmar. O palácio sofreu modificações depois da conquista cristã da cidade (1492) e também pelo imperador Carlos V (1516-1556). Em 1812 por ordem de Napoleão Bonaparte algumas partes foram destruídas, bem como um sismo em 1821 ocasionou estragos.

Nada porém fez o mesmo perder a sua importância. Em 1828 foi iniciado o restauro pelo arquiteto José Contreras e que permanece quase igual ao que é hoje.

Assim além de ser a marca principal desta cidade e tendo enfrentado tantos desafios faz mais do que jus a ser maravilha mundial.

Seguindo neste espírito, tomo a liberdade de abrir espaço em nossa Lusitânia de pela primeira vez escrever algo que não é na língua de Camões, mas que no contexto é minha outra maneira de prestar minha homenagem pessoal a quem nos promoveu tantas oportunidades. Para falar do tempo, transcrevo um pequeno poema em espanhol feito por minha filha:

¿Qué se lleva el tiempo?

El tiempo se lleva la infancia

Se lleva,

todos aquellos momentos de descubrir algo nuevo

de experimentar algo por primera vez.


Se lleva consigo,

memorias de una infancia llena de alegrías, esperanzas y sueños.

Apenas dejando al final,

soledad y sosiego eternamente.

(Paula Medeiros)




Texto: Paulo Medeiros

Foto: Paulo Medeiros

Webmaster: Paula Medeiros