26.1.08

SOBRE AS MENTIRAS DE QUEM DIZ QUE NUNCA MENTIU


Quem mais mente neste mundo?

Se não pretende apontar o dedo a ninguém, embora saiba, acho que quem mais mentiu e mente no planeta são a Religião, a Política, os vigaristas, os dirigentes dos clubes de futebol e alguns jornalistas que “venderam a alma” aos patrões dos mídia.

Sobre a mentira li esta interessante reflexão do padre Anselmo Borges, in DN, que diz muita coisa sobre a mentira, as inverdades e a falta de verdade que existe no nosso mundo.

Eis o que este clérigo escreveu:

“Quando se reflecte sobre a mentira, é difícil não vir à mente o famoso paradoxo de Epiménides. Diz um cretense: "Todos os cretenses são mentirosos." Sendo cretense, também ele mente. Então, a sua afirmação é verdadeira ou falsa?

Pessoalmente, também lembro uma estória que um jesuíta me contou. Ah! o céu vai ser a coisa mais fabulosa que possamos imaginar. Mas, nos primeiros dois-três dias, no fim do mundo, antes da entrada no céu, quando Deus começar a entregar os filhos aos verdadeiros pais e o dinheiro aos verdadeiros donos, portanto, quando se repuser a verdade, que confusão!...

Afinal, independentemente do paradoxo do cretense, todos mentimos. Mentimos às crianças e ensinamo-las a mentir, com este resultado caricato: "O pai disse para dizer que não está em casa." O miúdo acha que a tia é feia e diz-lho na cara, mas é claro que vai ser repreendido.

Se uma mulher gorda nos pede a opinião "Estou gorda, não estou?", vamos aliviá-la: "Nem pense nisso!"

Imaginemos que uma bela manhã todos se levantavam com a decisão firme de, fossem quais fossem as circunstâncias, dizerem na cara dos colegas, dos amigos, dos vizinhos, dos superiores hierárquicos, dos amantes, dos companheiros de viagem em comboios e autocarros, dos imbecis, dos governantes, fosse de quem fosse, o que verdadeiramente pensam deles. O que seria a vida social sem algumas mentiras ou, pelo menos, sem a omissão da verdade nua e crua?

Os políticos! Desses diz-se que têm como condição de sobrevivência mentir.

Depois, há sempre o que não é conveniente...

E é assim que a verdade raramente se diz, pelo menos toda. Porque realmente não é conveniente: nem na política, nem nos media, nem no sexo, nem aos amigos. Pascal escreveu que, se os amigos soubessem o que os amigos dizem deles na sua ausência, talvez não restassem no mundo mais do que dois ou três. O que pensam e dizem realmente de nós os nossos amigos? Quereríamos saber?

Todos mentimos. Há, porém, mentiras e mentiras. Tomás de Aquino distinguiu entre mendacium (mentira) e falsiloquium (não dizer a verdade a alguém que não precisa de sabê-la ou não tem o direito de sabê-la). No limite, pode acontecer que mentir seja uma obrigação moral. Se um assassino procura um inocente para matá-lo, deve-se mentir quanto à sua localização. O detentor da chave do segredo para desencadear a guerra nuclear deverá mentir ao terrorista que a exige...

A mentira não se refere imediatamente à verdade, mas à veracidade: dizer a alguém o contrário do que se julga ser verdade, com a intenção de enganar.

Aprofundando mais, deve-se acrescentar: não dizer a verdade a alguém que tem o direito de sabê-la. M. Onfray escreveu que nunca se deveria mentir, fossem quais fossem as consequências, como exige Kant. Mas, se Kant tem razão em princípio, esse princípio é na realidade não vivível, impraticável; por isso, aceita a definição de mentira como "o facto de não dar a verdade, sem dúvida, mas só a quem é devida". Uns têm direito a ela, outros não: por exemplo, um nazi que procurava um judeu para matá-lo não tinha o direito à verdade. Deve-se distinguir "a mentira prejudicial, impura, a que procura um engano destinado a submeter o outro, a limitá-lo, a evitá-lo, a desprezá-lo, e a mentira para ajudar, limpa, chamada por alguns mentira piedosa, a que cometemos, por exemplo, com a finalidade de poupar sofrimento e dor a uma pessoa querida".

Em Portugal, quando se olha para as promessas incumpridas dos políticos, jogos obscuros na banca, subterfúgios à procura da localização de aeroportos, uma política de saúde que fecha maternidades e urgências e descura pobres e velhos, o caos na justiça, um leque salarial gritantemente indecoroso, previsões inverdadeiras da inflação e outras infindas manobras com corrupção activa e passiva à mistura, tem-se a sensação de que se avança em terreno minado pela mentira, com uma democracia perplexa, triste e quase impotente, quando os portugueses têm direito à verdade.”

Após esta excelente reflexão, questiono:

E no Brasil será diferente? Não, apenas chamam “mentirinhas” à Mentira, porque os brasileiros são “mais doces e envolventes” a abordar este tema religioso, político, social e económico que sustenta a vida e as relações humanas em ambas as nações.

Todo o mundo mente, minha gente!


Texto: Marques Pereira

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

19.1.08

FEBRE AMARELA


Infelizmente uma doença que parecía erradicada no Brasil, voltou nos últimos días a atingir o nosso país.
Trata-se da febre amárela, uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, transmitida pelo mosquito Aeds Egypti ( aquele mesmo que transmite a DENGUE.
O epicentro foi no estado de Goiás ( situado no centro-oeste do Brasil) e a causa foi muito provavelmente mais um desequilibrio `provocado pelo homem.
A seguir , segue ao nosso leitor um roteiro explicativo, produzido pela equipe do Dr Druzzio Varela:
Sintomas
Os principais sintomas da febre amarela - febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos já citados, sintomas graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas. Diagnóstico
Como os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os da dengue e da malária, o diagnóstico preciso é indispensável e deve ser confirmado por exames laboratoriais específicos, a fim de evitar o risco de epidemia em áreas urbanas, onde o vírus pode ser transmitido pelo mosquito da dengue.
Tratamento
Doente com febre amarela precisa de suporte hospitalar para evitar que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos específicos para combater a doença.
Basicamente, o tratamento consiste em hidratação e uso de antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico. Casos mais graves podem requerer diálise e transfusão de sangue.
Vacinação
Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos. Nas áreas de risco, a vacinação deve ser feita a partir dos seis meses de vida. De maneira geral, a partir dos nove meses, a vacina deveria ser recomendada para as demais pessoas, uma vez que existe a possibilidade de novos surtos da doença caso uma pessoa infectada pela febre amarela silvestre retorne para regiões mais povoadas onde exista o mosquito Aedes aegypti.
A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.
Recomendações·
Vacine-se contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar para áreas de risco e não se esqueça das doses de reforço que devem ser repetidas a cada dez anos; · Use, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo; · Aplique repelente sistematicamente. Não se esqueça de passá-lo também na nuca e nas orelhas. Repita a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se tiver transpirado muito; ·
Não se esqueça de reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água; ·
Use mosqueteiro, quando for dormir nas áreas de risco, ·
Procure informar-se sobre os lugares para os quais vai viajar e consulte um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para esclarecimentos sobre cuidados preventivos; ·
Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito da dengue nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos de febre amarela nas áreas urbanas.
Não se descuide das normas básicas de prevenção.
Texto: Paulo Medeiros
Foto: Aeds Egypti
Webmaster: Paula Medeiros

11.1.08

PORTUGAL VAI TER UM NOVO AEROPORTO



Após alguns anos de intenções, polémicas partidárias e jogos de interesses económicos, Portugal vai ter um novo aeroporto para substituir o de Lisboa. A decisão, ainda dependente da aprovação da Comissão Europeia (UE), foi tomada pelo Governo socialista (PS) liderado pelo engenheiro civil José Sócrates.

Se o actual e maior aeroporto está implantado no centro de Lisboa, capital histórica e política de Portugal, na margem direita do rio Tejo, o próximo vai ser construído mais a Sul, no lado esquerda deste curso de água hispano-lusitano, entre os concelhos de Benavente, Montijo e Alcochete, mais próximo da vila agrícola de Canha, com 1600 habitantes, distando 37 quilómetros de Lisboa.

A construção deste novo aeroporto está orçada em cinco mil milhões de euros, mas, como acontece em todas as obras públicas, não admirará ninguém que atinja uma despesa para além e a caminho dos 10 000 milhões, incluindo uma nova ponte rodo-ferroviária necessária ao TGV (comboio de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, capital de Espanha), extensão de auto-estradas e outras melhorias viárias.

É um maná para as empresas de engenharia, arquitectura e construção, assim como uma onda de trabalho que vai empregar os cerca de 9% de desempregados portugueses que quiserem trabalhar em vez de viver do subsídio estatal e da caridade organizada por ONG´s, Caritas e outras organizações religiosas.

E também vai haver trabalho para ocupar imigrantes europeus, africanos, asiáticos e brasileiros especializados em obras públicas, como aconteceu na construção da Ponte Vasco da Gama entre Alcochete e Sacavém/Lisboa

Todavia, se muitos estão contentes pela construção deste novo aeroporto intercontinental, ponto de escala dos voos entre os continentes América e Europa, outros irão ficar descontentes ao ver as suas propriedades agrícolas e casas destruídas para dar lugar ao progresso. São poucas, pois a maior parcela de terreno a ocupar é de um campo de tiro enorme da Força Aérea portuguesa.

Este aeroporto estava, inicialmente, apontado para ser construído em Ota (Alenquer-Ribatejo), a 50 quilómetros a norte de Lisboa, mas o Laboratório Nacional de Engenharia Civil indicou ao Governo que a margem sul do Tejo era melhor em disponibilidade de terrenos e menos custos.

Se as obras forem iniciadas em 2009 ou 2010, talvez até 2015, ou 2017, os Portugueses, os Brasileiros e os demais cidadãos deste mundo global possam chegar e partir de Lisboa depois de atravessar o rio Tejo e ver a paisagem plana e verde das lezírias ribatejanas com touros bravos a pastar…


Texto: Marques Pereira

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

4.1.08

PARA 2008

Quisera uma poesia para 2007
Todavia não a via...

Resta-me tatear algures, mas não tão longe.
Dentro de mim e dentro de nós, no tempo...
Na calada da noite, nas manchetes de jornais,
Nos desejos incontidos, no conteúdo da ambição.
Na luta... em qualquer tipo delas.
Nas leituras lentas e rápidas;
Na indignação do dia-a-dia;
Nos beijos do “noite-a-noite”... num abraço, num toque!

Não a via,
Mas poesia havia... como sempre haverá.
Em nós que às vezes nos calamos, emudecemos
Feito chorume... lacrimejados, marejados, nem sempre incólumes.
Mas vivos, ainda que empedernidos,
respirando mesmo que em tosse.

Há anos que encerram em poesia
E há anos que terminam em oposição ao verso... prosaicos, cheio de si.
Este é 2007...
E esta é para 2008: um ensaio de desejos, de quereres...
... transitivamente indireto, como deve ser!
SALVE!

Comentário: com mais ânsia de desejar a todos paz, saúde e solução para nossos problemas!
Abraços prá quem for de abraços, beijos prá quem for de beijos e até janeiro próximo.

Texto: Lucienio Teixeira
Webmaster: Paula Medeiros