29.10.11

EMOCIONEI-ME AO OUVIR O HINO DO BRASIL


Sempre me emociono e quase me vêm as lágrimas aos olhos quando ouço o hino nacional de Portugal na comemoração de algum acto patriótico ou desportivo. Mas não esperava que ao ouvir o hino do Brasil em Guadajara, no México, através de uma reportagem em directo da TV Record, após a vitória da equipa brasileira feminina de Voleibol (Vôlei) nos Jogos PanAmericanos, tal me acontecesse.

O meu coração agitou-se de emoção e quase chorei, inesperadamente, por que motivo sentimental?, durante a apresentação de todo o hino acompanhado do hasteamento da bandeira nacional do Brasil.



Num jogo muito bem disputado, pleno de emoção nas bancadas e no resultado, com os mexicanos e as mexicanas a assobiarem e a vaiarem as voleibolistas brasileiras, as atletas “canarinhas” acabaram por ganhar 3-2 às cubanas no “tie-break” de 15 pontos.



Em São Paulo, via televisão, a voleibolista pernambucana do Recife tida como “a musa do Vôlei brasileiro”, Jaqueline Maria Pereira, “Pocahontas”, com um colar ortopédico no pescoço por ter fracturado duas vértebras da coluna cervical no jogo inicial com a República Dominicana, entre momentos de preocupação e alegria assistia a esta grande final contra Cuba, uma equipa muitas vezes campeã da América, recheada de “escurinhas” humildes e disciplinadas que acabaram por sucumbir à maior determinação e desempenho das brasileiras, ficando na minha memória não só a beleza das moças do Brasil, mas sobretudo a capacidade técnica da Sheila. No final do evento, durante a distribuição das medalhas de ouro, e também a ela nas mãos de uma colega, Jaqueline deixou escorrer algumas lágrimas pelo rosto moreno, simpático e feliz pela sua equipa ter conseguido esta vitória. Meninas, parabéns!



Também no Voleibol de Praia duas brasileiras e o Brasil ganharam a competição e receberam as respectivas medalhas de ouro. Elas, umas e outras, confirmaram ser, em 2011, as melhores praticantes de Voleibol de toda a América. Parabéns à Larissa e sua companheira de equipa!



E no Atletismo: Maurren Higa ganhou a medalha de ouro na disciplina de Salto em Distância atingindo a marca de 6,94 metros. Parabéns à paulista Maurren



Parabéns também para a jovem escritora paulista Andréa del Fuego, 36 anos, a quem foi atribuído por um júri de homens de Letras portugueses o “Prémio José Saramago - 2011”.



Após estas vitórias desportivas e cultural femininas haverá algum Brasileiro ou Português que não sinta orgulho na Mulher do Brasil?

Texto de Marques Pereira (Portugal, 29.Out.2011).

Fotos: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

23.10.11

Quando se paga pela fama

Nas ultimas edições do nosso blog, inicialmente polemizado pelos relatos do João Aurélio, e na semana seguinte comentado pelo Marques Pereira, tenho a dizer que o assunto além de conflitante, o mesmo depende muito do ângulo observado.

Para que o leitor entenda melhor, resolvi fazer minhas observações principalmente por ter vivido por alguns anos na Europa.

Para inicio de comentário há um fato importante a ser esclarecido. Tudo isto começou depois da criação da comunidade européia e o agravamento da crise econômica do Brasil nos anos 80 do século passado. Vale lembrar que antes disto haviam poucos brasileiros residindo em Portugal e os que iam a Europa eram turistas endinheirados pertencentes a classe alta da sociedade brasileira. Assim, os brasileiros eram sempre bem recebidos, afinal gastavam fortunas por lá. Por outro lado todo o Portugal, era cinzento e atrasado como dizem, porém não se ouvia quase nada de violência . Até em Lisboa, dormia-se em muitos sítios de portas abertas.

As fronteiras eram fechadinhas, e imigrantes no país era inexistente. Perto dos anos 90, e com cada vez mais brasileiros chegando em Portugal, começou a chegar também o que chamo de lixo brasileiro. Ladrões, cafetões, e prostitutas também, afinal esta gente era oriunda do que havia de pior no Brasil. Portugal por seu lado, ainda não havia se acostumado com os novos tempos, bem com administrar as mazelas sociais.

Bem, num ambiente já contaminado, onde há explorador e explorado, iniciou-se assim “esquema” de prostituição em rede. Muitos "empresários" Europeus vinham e agenciavam meninas com propostas para trabalhar na Europa, mas quando lá chegavam a historia era outra e a vida dura já as transformavam em prostitutas. Lógico, que tudo isto trata-se de assunto para a policia Judiciária. Entretanto na pratica começou a proliferação de muitas casas de alterne.

Abriram estas casas até em pequenas aldeias, e como as “meninas “ eram majoritariamente formada por brasileiras, foi ai que a fama da mulher brasileira se espalhou de forma tão deprimente, pois foi-se generalizando o que não era verdade. Tudo cresceu feito bola de neve, e ai.......

Chegou no que chegou, e a maioria das pessoas passaram a generalizar um conceito falso de que a mulher brasileira era ardente, desinibida sexualmente e excessivamente liberal, como se todas fossem meio putas.

Uma pena! Mas posso garantir que não é assim.


O FIM DA ERA KADAFI




Por mais sanguinário que tenha sido o ditador líbio, não podemos esquecer que para o mundo civilizado as imagens espalhadas pelas redes internacionais foram chocantes.

Na verdade o que vimos foi uma execução sumária e sem direito de defesa , onde vimos um ser humano pedir clemência e estando ferido e mesmo assim ser morto.

Todo ser humano tem direito a um julgamento justo, e desejamos que este exemplo não mais venha a ser seguido.


Texto:Paulo Medeiros

Foto: web

Webmaster: Paula Medeiros

16.10.11

MULHÉ, CAFETÕES, CAFETINHAS E MADAMES

“Empolgado” pelo comentário de João Aurélio, que foi trabalhador-imigrante em Portugal, sobre aquilo a que ele chamou “indústria do sexo”, publicado neste “Lusitânia Perdida”, não posso deixar de escrever sobre o “animal” mais belo, perfeito e inteligente do nosso planeta: a Mulher.

Começo por recordar a todos os leitores, homens e mulheres, que a Mulher é a mãe natural da Humanidade, pelo que nos merece o melhor respeito e as mais elogiosas homenagens.

A vagina da Mulher, mesmo quando usada como um meio pessoal ou empresarial para negociar e ganhar dinheiro fácil, não é uma “instalação industrial”. A vagina é, como o pénis, um complemento de procriação gerado pela Natureza para que a vida animal se multiplique e não se extinga na Terra.

Religiosamente, não foi Deus, conforme está escrito na Bíblia, que disse à primata Eva e ao macaco Adão “Ide e multiplicai-vos”?

Mas eles, animais inteligentes, logo descobriram que os seus órgãos genitais também serviam para dar prazer ao corpo e paz à mente.

E copularam e gozaram de prazer físico todos os dias, sempre que lhes apetecia ou não tinham nada para fazer, começando a nascer os filhos que vieram a ser os macaquinhos e os macacões que foram povoando até hoje a Terra de espécies e raças humanas.

E a prostituição, a infidelidade e a traição apareceram entre eles, segundo se pode ler e entender através do que foi escrito no capítulo da Génesis da Bíblia Sagrada, o livro judaico-cristão que o Catolicismo adotou como argumento da “criação” e “evolução” da “vida e obra” do Deus criado pelo religioso persa Zaratustra, divindade que serviu para “toda a obra”, ignorância, medos e patifarias humanas, que foi aproveitado por Abraão e Moisés dominarem as tribos nómadas de Israel.

No tempo dos faraós do Egito, as prostitutas eram consideradas como “mulheres santas”, tal a importância que elas tinham para os homens e para a criação humana. E ainda hoje, os homens que queiram sentir o verdadeiro prazer sexual e não o têm em casa com as esposas, procuram os serviços destas mulheres ditas “profissionais do sexo”, “trabalhadoras sexuais” ou “putas”, muitas delas com grande beleza corporal, cultura e aparência de autênticas “senhoras de sociedade”, porque elas, de fato, fazem parte do nosso actual sistema e cultura capitalista e religiosa.

Na Europa, a Mulher brasileira morena, seja moralmente decente ou mal vista como prostituta, é muito apreciada pela cor da sua pele. E também pelo calor e ternura da sua voz. Como, também são as gostosas e as frias europeias brancas para os gulosos homens de toda a América do Sul.

Também existem prostitutos e muitos chegaram a Portugal idos do Brasil. E “cafetões”, “cafetinas” e madames” que sabiam como os europeus gostavam das sul-americanas, enchendo o lucrativo mercado da prostituição com jovens brasileiras que vinham para a Europa por sua vontade, para ganharem mais dinheiro, ou trazidas por eles como “escravas sexuais” e “material de alterne” de bares nocturnos.

O “fenómeno” da apetência dos europeus pelas “brazucas” é culpa exclusiva dos proxenetas brasileiros e das enxurradas de pornografia que chega a todo mundo, desde o Brasil, pela Internet.

Não são os Portugueses que têm uma má impressão ou desconsideração pela Mulher brasileira; são alguns Brasileiros que espalham essa “má fama” por Portugal e resto do mundo Cristão, Católico e Capitalista.

Em Fevereiro de 2010 publiquei neste “blog” um comentário sobre a prostituta brasileira Diana Ramos que, durante 48 horas, fornicou com 700 homens, estabelecendo um “record” mundial que espantou o Brasil e todo o mundo masculino e feminino. E acabei assim esta alusão à notícia espalhada por toda a Imprensa, Televisão e Rádio internacionais::

“É vulgo dizer-se, com muita verdade, que “a prostituição é a profissão mais antiga do mundo”. É verdade. Há 3 000 anos antes de Jesus da Nazaré, “O Cristo”, por toda a Antiguidade e por todas as Civilizações, “a prostituição era praticada por meninas como uma espécie de ritual de iniciação quando atingiam a puberdade. No Egipto antigo dos povos nesus e faraós, na região da Mesopotâmia e na Grécia, via-se que a prática tinha uma ritualização. As prostitutas, consideradas grandes sacerdotisas (portanto, sagradas), recebiam honras de verdadeiras divindades e presentes em troca de favores sexuais. Mais adiante, na época em que a Grécia e Roma polarizaram o domínio cultural, as prostitutas eram admiradas. Na Grécia existia um grupo de cortesãs chamadas de hetairas, ou heteras, que frequentavam as reuniões dos grandes intelectuais da época. Eram muito ricas, belas, cultas e de extrema refinação; exerciam grande poder político e eram extremamente respeitadas. No Cristianismo e durante a Idade Média houve a tentativa massiva de eliminar a prostituição, impulsionada em parte pela moral cristã e também pelo grande surto de sífilis. Em contrapartida, havia o culto ao casamento cortês, onde a política e a economia se sobrepujavam aos sentimentos, e as uniões eram arranjadas somente por interesse, que por si só já poder-se-ia considerar como prostituição e reforçavam ainda mais a necessidade de haver prostituição. Em muitas Cortes reais e do Império Romano e Vaticano/Igreja Católica, o poder das prostitutas era muito grande, pois muitas intervinham no conhecimento de questões do Estado e nas decisões”.

Portugal e os Portugueses respeitam as mulheres do Brasil como irmãs e somente as vêem como prostitutas quando elas “vestem a pele” da prostituição e nos vendem os bons prazeres do seu corpo. E não desprezamos aquelas senhoras brasileiras da alta e do meio da escala social, respeitáveis e imaculadas, aparentemente ou fingidamente, que como “coelhas” traem os maridos com amigos íntimos e gigolôs, porque na nossa opinião todos os seres são livres de viver e gozarem o corpo como querem neste chamado e impudico “Século do Sexo”.

Texto de Marques Pereira (15.Out.2011)

Foto: ANI

Webmaster: Paula Medeiros.


2.10.11

DE QUANDO VIVI NA PENÍNSULA (II)


A Indústria Do Sexo

Por João Aurélio

Esta semana tive a ler na ótima revista “Carta Capital” alguns artigos sobre o preconceito com relação às brasileiras em Portugal.

Um dos artigos falava sobre uma prostituta brasileira chamada Gina, personagem de banda desenhada que é apresentada na RTP2.

Várias ongs estão a cobrar das autoridades portuguesas que a tv estatal retire do ar o programa por insuflar o preconceito à figura da mulher brasileira, inclusive, “avaliando a possibilidade de fazer uma denúncia às autoridades da Comunicação Social de Portugal” , como diz a revista.

Em Portugal existe uma inconsciência completa sobre o que é a mulher brasileira, sobre seu comportamento e seus valores. E digo que isto não é culpa do povo português, mas sim de quem insufla, estrategicamente, o preconceito na mente dos portugueses.

Lembro-me, de certa vez um amigo português, o Rodrigo(1), me falou sobre um amigo dele que foi a Natal/RN de férias, e ao chegar ao aeroporto fora recebido por prostitutas. Ele quis me convencer que qualquer pessoa que for de férias para Natal, teria a mesma recepção.

Deu trabalho para fazer o Rodrigo entender que o tal amigo só tivera “tão calorosa recepção” porque agendara com antecedência o encontro, pois, no Brasil não se encontra prostituta em qualquer sítio.

Rodrigo falava do Brasil como se ele, que nunca fora ao país, o conhecesse mais que eu. Ele tentava me convencer que em qualquer lugar se podia encontrar companhia fácil, pois fora isto que ouvira do seu amigo.

O pensamento de Rodrigo é a síntese do que pensa boa parte dos portugueses sobre as brasileiras. Entretanto, a sociedade portuguesa não nasceu pensando isto. Esta idéia foi estrategicamente plantada.

Das várias vezes que tive oportunidade de conversar, com portugueses, sobre os motivos de haver tanta prostituta verde amarela em Portugal, as pseudo-razões que ouvi é que “a mulher brasileira é mais quente”; que “têm sangue indígena”; “o país é mais liberal”, etc. Nunca vi alguém colocar como razão que há tráfico de mulher, que há cooptação de pessoas, que há uma indústria da prostituição na Europa e há um braço dessa indústria em território português.

Para os grandes “empresários” que aliciam essas prostitutas latinas (como também as prostitutas do leste da Europa), é mais saudável para seu negócio que seja colocado na cabeça das pessoas os motivos acima citados, do que deixar que as pessoas vejam a realidade do tráfico de gente.

As pessoas quando falam sobre o assunto, nem citam o tráfico. Elas falam como se o ato de se prostituir fosse o natural dessas mulheres.

É óbvio, também, que muitas delas não são ingênuas. Elas sabem o porquê vão para a Europa. Estas procuram os agenciadores. São as prostitutas profissionais.

Mas, também, é verdade que existem muitas que vão com promessas de trabalho legal e são enganadas e postas à mercê da “indústria do sexo”.

Num restaurante que trabalhei, falava-se de uma cliente que viajava constantemente para “contratar” como prostitutas mulheres do norte do Brasil.

Por isto, esse problema do preconceito com relação às mulheres brasileiras em Portugal e Europa no geral, só será vencido quando for encontrada a maneira de conseguir desarticular a indústria do sexo, porque prostitutas “sempre as tereis convosco”...

(1) Rodrigo é um nome fictício.

A sociedade brasileira, rejeita a idéia transmitida pela comunicação social portuguesa de que a mulher brasileira seja apresentada com este estereótipo. Até mesmo porque não condiz com a verdade, além de ser uma tremenda injustiça.

A foto acima é da Ribeira (Porto), onde afluem diariamente muitas prostitutas.......De muitas nacionalidades

Texto: João Aurélio
Foto: João Aurélio
Webmaster: Paula Medeiros