16.10.11

MULHÉ, CAFETÕES, CAFETINHAS E MADAMES

“Empolgado” pelo comentário de João Aurélio, que foi trabalhador-imigrante em Portugal, sobre aquilo a que ele chamou “indústria do sexo”, publicado neste “Lusitânia Perdida”, não posso deixar de escrever sobre o “animal” mais belo, perfeito e inteligente do nosso planeta: a Mulher.

Começo por recordar a todos os leitores, homens e mulheres, que a Mulher é a mãe natural da Humanidade, pelo que nos merece o melhor respeito e as mais elogiosas homenagens.

A vagina da Mulher, mesmo quando usada como um meio pessoal ou empresarial para negociar e ganhar dinheiro fácil, não é uma “instalação industrial”. A vagina é, como o pénis, um complemento de procriação gerado pela Natureza para que a vida animal se multiplique e não se extinga na Terra.

Religiosamente, não foi Deus, conforme está escrito na Bíblia, que disse à primata Eva e ao macaco Adão “Ide e multiplicai-vos”?

Mas eles, animais inteligentes, logo descobriram que os seus órgãos genitais também serviam para dar prazer ao corpo e paz à mente.

E copularam e gozaram de prazer físico todos os dias, sempre que lhes apetecia ou não tinham nada para fazer, começando a nascer os filhos que vieram a ser os macaquinhos e os macacões que foram povoando até hoje a Terra de espécies e raças humanas.

E a prostituição, a infidelidade e a traição apareceram entre eles, segundo se pode ler e entender através do que foi escrito no capítulo da Génesis da Bíblia Sagrada, o livro judaico-cristão que o Catolicismo adotou como argumento da “criação” e “evolução” da “vida e obra” do Deus criado pelo religioso persa Zaratustra, divindade que serviu para “toda a obra”, ignorância, medos e patifarias humanas, que foi aproveitado por Abraão e Moisés dominarem as tribos nómadas de Israel.

No tempo dos faraós do Egito, as prostitutas eram consideradas como “mulheres santas”, tal a importância que elas tinham para os homens e para a criação humana. E ainda hoje, os homens que queiram sentir o verdadeiro prazer sexual e não o têm em casa com as esposas, procuram os serviços destas mulheres ditas “profissionais do sexo”, “trabalhadoras sexuais” ou “putas”, muitas delas com grande beleza corporal, cultura e aparência de autênticas “senhoras de sociedade”, porque elas, de fato, fazem parte do nosso actual sistema e cultura capitalista e religiosa.

Na Europa, a Mulher brasileira morena, seja moralmente decente ou mal vista como prostituta, é muito apreciada pela cor da sua pele. E também pelo calor e ternura da sua voz. Como, também são as gostosas e as frias europeias brancas para os gulosos homens de toda a América do Sul.

Também existem prostitutos e muitos chegaram a Portugal idos do Brasil. E “cafetões”, “cafetinas” e madames” que sabiam como os europeus gostavam das sul-americanas, enchendo o lucrativo mercado da prostituição com jovens brasileiras que vinham para a Europa por sua vontade, para ganharem mais dinheiro, ou trazidas por eles como “escravas sexuais” e “material de alterne” de bares nocturnos.

O “fenómeno” da apetência dos europeus pelas “brazucas” é culpa exclusiva dos proxenetas brasileiros e das enxurradas de pornografia que chega a todo mundo, desde o Brasil, pela Internet.

Não são os Portugueses que têm uma má impressão ou desconsideração pela Mulher brasileira; são alguns Brasileiros que espalham essa “má fama” por Portugal e resto do mundo Cristão, Católico e Capitalista.

Em Fevereiro de 2010 publiquei neste “blog” um comentário sobre a prostituta brasileira Diana Ramos que, durante 48 horas, fornicou com 700 homens, estabelecendo um “record” mundial que espantou o Brasil e todo o mundo masculino e feminino. E acabei assim esta alusão à notícia espalhada por toda a Imprensa, Televisão e Rádio internacionais::

“É vulgo dizer-se, com muita verdade, que “a prostituição é a profissão mais antiga do mundo”. É verdade. Há 3 000 anos antes de Jesus da Nazaré, “O Cristo”, por toda a Antiguidade e por todas as Civilizações, “a prostituição era praticada por meninas como uma espécie de ritual de iniciação quando atingiam a puberdade. No Egipto antigo dos povos nesus e faraós, na região da Mesopotâmia e na Grécia, via-se que a prática tinha uma ritualização. As prostitutas, consideradas grandes sacerdotisas (portanto, sagradas), recebiam honras de verdadeiras divindades e presentes em troca de favores sexuais. Mais adiante, na época em que a Grécia e Roma polarizaram o domínio cultural, as prostitutas eram admiradas. Na Grécia existia um grupo de cortesãs chamadas de hetairas, ou heteras, que frequentavam as reuniões dos grandes intelectuais da época. Eram muito ricas, belas, cultas e de extrema refinação; exerciam grande poder político e eram extremamente respeitadas. No Cristianismo e durante a Idade Média houve a tentativa massiva de eliminar a prostituição, impulsionada em parte pela moral cristã e também pelo grande surto de sífilis. Em contrapartida, havia o culto ao casamento cortês, onde a política e a economia se sobrepujavam aos sentimentos, e as uniões eram arranjadas somente por interesse, que por si só já poder-se-ia considerar como prostituição e reforçavam ainda mais a necessidade de haver prostituição. Em muitas Cortes reais e do Império Romano e Vaticano/Igreja Católica, o poder das prostitutas era muito grande, pois muitas intervinham no conhecimento de questões do Estado e nas decisões”.

Portugal e os Portugueses respeitam as mulheres do Brasil como irmãs e somente as vêem como prostitutas quando elas “vestem a pele” da prostituição e nos vendem os bons prazeres do seu corpo. E não desprezamos aquelas senhoras brasileiras da alta e do meio da escala social, respeitáveis e imaculadas, aparentemente ou fingidamente, que como “coelhas” traem os maridos com amigos íntimos e gigolôs, porque na nossa opinião todos os seres são livres de viver e gozarem o corpo como querem neste chamado e impudico “Século do Sexo”.

Texto de Marques Pereira (15.Out.2011)

Foto: ANI

Webmaster: Paula Medeiros.


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