17.1.09

CARAMURU:MÍTICO HERÓI PORTUGUÊS DA ALVORADA DO BRASIL




Quem foi Caramuru? Foi um mito, uma lenda ou uma passagem da realidade histórica de Portugal e do Brasil?

No Brasil têm Caramuru como uma realidade, como se depreende destes dados escritos por Maria José Quintas, senhora brasileira de sangue Lusitano, muito interessada pela História e Cultura portuguesas, tendo sido professora no Rio de Janeiro, que amavelmente compilou para a introdução desta crónica:

“A fim de colonizar o Brasil, D. João III, rei de Portugal, casado com Catarina da Áustria de quem teve nove filhos, enviou, em fins de 1530, uma Expedição Colonizadora, chefiada por Martim Afonso de Souza. Na baía de Todos os Santos (Estado da Bahia) ele encontrou um português que vivia entre os índios. Era Diogo Álvares Correia.
Caramuru foi Diogo Álvares Correia, que havia naufragado naquela baía no ano de 1508. Seus companheiros foram devorados pelos índios Tupinambás. Diogo ficara extenuado na praia, refugiando-se depois entre os rochedos, onde foi encontrado pelos índios.
Os silvícolas costumavam encontrar entre as pedras um peixe ao qual chamavam Caramuru, ou moreia, agressivo e voraz. Assim os indígenas aproveitaram o peixe para dar ao prisioneiro o apelido Caramuru com que passou à História do Brasil.
Muito doente e fraco, Diogo Álvares foi salvo da morte pela índia Paraguaçu, filha do cacique Taparica. Ele, dias depois de ter sido salvo do naufrágio, ‘usou a sua arma de fogo e matou um pássaro, o que surpreendeu de tal modo os índios Tupinambá, que estes lhe atribuíram poderes divinos´.
E com Paraguaçu se casou, iniciando a ‘miscigenação que caracteriza a nação brasileira no acolhimento dos portugueses em terras de Vera Cruz’.
Paraguaçu veio a ser batizada em Saint-Malo, conhecida historicamente como “Cidade dos Corsários”, na Bretanha-França, com o nome cristão de Catarina do Brasil, em 30 de Junho de 1528, supostamente quando o casal terá contactado com Henrique II e Catarina de Médicis e foi recebido por Jaques Cartier (1491-1557, explorador) e sua esposa Catherine de Granches que os paraninfaram.
‘Trata-se da primeira família brasileira documentada, entrelaçada na sucessão de Garcia D'Avila com a Índia Francisca Rodrigues, e vinculada à Casa dos Albuquerques, pelos descendentes de Jerônimo de Albuquerque com a Índia Muira-Ubi – Maria do Espírito Santo Arcoverde –, primeira Sociedade brasileira. Seus sucessores vincularam-se à nobreza dos Pereiras e Marinhos; aos descendentes de Domingos Pires de Carvalho casado com Maria da Silva; à geração de Felipe Cavalcanti casado com Catarina de Albuquerque e com a descendência do casal José Pires de Carvalho - Tereza Vasconcellos Cavalcanti de Albuquerque Deus-Dará, dando origem a algumas das mais importantes famílias do Brasil e do continente, com prolongamentos até nas cortes europeias e, recentemente, na Casa Imperial Brasileira.’
Muitas lendas surgem em torno de Caramuru, mas a que a História do Brasil mais considera como verosímil é a que está aqui narrada. Frei Santa Rita Durão, no poema
"Caramuru", misturou a realidade com a fantasia; daí as muitas lendas, entre as quais a de uma jovem ( Moema) apaixonada por Caramuru que o teria seguido a nado até morrer de cansaço e ficar para sempre sepultada no mar.
Ao regressarem de França foram viver na aldeia indígena dos Tupinambás e tiveram quatro filhos.”

Diogo Álvares Correia, nasceu em Viana do Castelo, cidade-capital da região do Alto Minho, onde, em Arcos de Valdevez, num bafordo medieval a que se seguiram batalhas contra o rei de Castela e Leão (Espanha), começou a nascer Portugal pela coragem, destemor e aventura histórica bem sucedida de Afonso Henriques, o qual veio a ser o 1º Rei da nação europeia que veio a descobrir e colonizar o Brasil.

O município de Viana de Castelo, presidido pelo médico vianense Defensor Moura, colocou no principal rossio da cidade (Praça da República), com pompa e circunstância, uma estátua feita pelo mestre José Rodrigues representando Diogo Álvares Correia (Caramuru) e a sua mulher Catarina do Brasil (Paraguaçu).

Honra aos heróis de sempre de Portugal e do Brasil, que os vivos estão-lhes reconhecidos e orgulhosos!




Texto de Marques Pereira e Maria José Quintas.
Fotos: Gualberto Boa-Morte e A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

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