Setenta e dois corpos de imigrantes ilegais foram encontrados em uma fazenda perto da fronteira dos Estados Unidos, no México. quatro brasileiros foram vítimas desse acontecimento que chocou tanto o país como chamou a atenção mundial. Apenas um sobrevivente foi encontrado e capaz de relatar o acontecido.
O crime foi cometido por integrantes do grupo Zeta, um dos maiores cartéis de droga do México. O equatoriano sobrevivente, de 19 anos, contou que o grupo de imigrantes, formados por brasileiros, equatorianos, hondurenhos e salvadorenhos se dirigiam a fronteira do Estados Unidos, onde decidiam chegar a Brownwille (Texas). Antes de atravessarem a fronteira, o jovem contou que o grupo foi interceptado e levado para um rancho em San Fernando (Tamaulipas).
No rancho, os imigrantes foram interrogados e receberam a proposta de se tornarem capangas do Zeta, ao negarem, o grupo armado decidiu executá-los. No total, 14 mulheres e 58 homens foram assassinados. O jovem equatoriano apenas sobreviveu por se fingir de morto.
Este incidente chamou grande atenção do mundo, principalmente de países latinos que tiveram seus cidadãos assassinados neste massacre. Sabe-se que o governo mexicano vem há muito tempo tentando controlar a situação dos cartéis no país, mas desde que o atual Presidente Felipe Calderón declarou estado de guerra contra os cartéis mexicanos, a situação vem apenas se agravando e se tornando cada vez mais visível no mundo.
O embaixador do Brasil no México, Sérgio Florêncio, declarou para a Globo News que “esses conflitos fronteiriços, de mexicanos ou de outra nacionalidade que tentam ingressar nos Estados Unidos (…) é corrente.” e que “o que é muito inusitado é um massacre com essas proporções, envolvendo “nacionais” de tantos países”. Afirmou ainda que os brasileiros estão sendo identificados.
Irônico é ver que o Los Zetas, inicialmente um grupo de elite mexicano, destinado a combater o tráfico, acabou por criar seu próprio cartel de drogas. Essa situação mexicana, como já dito, vem chamando bastante atenção, principalmente no Brasil, desde que o programa brasileiro “Fantástico” fez um documentário sobre a crise urbana vivida no México, dando foco especial ás áreas do norte, que fazem fronteira com os Estados Unidos.
Esperamos apenas que ainda seja possível alguma solução para remediar o problema. Tem-se receio de que os grupos armados voltem a atacar e infelizmente em piores proporções. Desde 2006 mais de 28 mil pessoas já morreram no México por conta da violência relacionada ás drogas.
O assunto teve repercussão na opinião publica brasileira, pois não esta sendo muito comum pessoas imigrando, principalmente por este caminho de entrada perigoso e insensato. Serve para mostrar também que o posicionamento mexicano (através de seu governo) é falho e só atende aos interesses americanos e o pior que na sua porta existe hoje um cartel de narcotraficantes que transforma hoje a região em uma das mais perigosas do planeta.
Mais um exemplo que o problema da imigração nunca será resolvido através de muros e atos desumanos.
Texto Paula Medeiros e Paulo Medeiros
Fot: ANI
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