5.7.08

O ECLIPSE


Todo eclipse é passageiro,
Mais passageiro
Que tripulante...
De naves terras,
De naves sóis,
De naves luas.
O eclipse entende brilho,
Puro brilho
Que se vê angular por trás da noite
(rainha de tudo),
De naves terras
De naves sóis
E até de naves luas, que são bem mais poéticas, tens razão!
O eclipse entende escuridão
Mas, bem mais escuro
É um coração
Que navega terras,
Que navega sóis,
Que navega luas...
Um raro brilho no escuro,
O resumo de tudo,
O resumo de um eclipse
Que deliciando
Casa de aluguel,
Passageiramente transa todas...
Terras, sóis e luas
A poesia pode conter tudo, assim como tudo contém poesias,
Terras, sóis, luas e eclipses!
Comentário: a fugacidade das coisas pode lhe dar seu valor? Parece que sim, pelo menos no que diz respeito aos fenômenos naturais. Compreender que a efemeridade por si só não existe – mas que antes de tudo é dependente completa da uma rotina – é o caminho mais curto para a valorização de comum, do trivial. Assim como o amor!
Aqui vou me espelhar em um pensamento do atual Dalai Lama que diz que só reconhecerá o verdadeiro amor aquele que conseguir conviver por pelo menos 25 anos!! Pura rotina, dia-a-dia, sem nenhuma necessidade de divinizar ou de mistificar... O valor é próprio do concreto, onde o efêmero se alimenta. Querer fugir disto é querer negar a realidade, querer negar a realidade é caminho para o medo, caminhar para o medo é estar a um passo despropósito.

É isso!
Texto: Luciênio Teixeira
Webmaster: Paula Medeiros
Foto: A.N.I.

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