28.6.08

TEMPO DE FÉRIAS E VIAGENS DE VERÃO


Sob um Sol que já fez subir as temperaturas do ar a 42º graus centígrados, o Verão de 2008 em Portugal já se está a anunciar com o grito acalorado “Portugueses, cheguei!”.

E apesar da crise causada pelo aumento do custo dos combustíveis que encareceram o acto de viver todos os dias possíveis da nossa vida, ainda temos, mas nem todos, uns milhares de euros para gozar umas férias nas praias do Nordeste brasileiro, ou para fazer um cruzeiro ou uma viagem cultural.

Porém, viajar e ir de férias até algures também causa, por vezes, alguns problemas. Nem tudo são rosas. Os problemas começam logo nos aeroportos onde os viajantes formam multidões ansiosas por embarcar. Depois, na chegada ao aeroporto de destino, a mala pode não aparecer. Reclama-se, reclama-se, reclama-se. Mas acabamos por chegar, com ou sem roupa para vestir como queríamos.

Um amigo meu foi com a esposa fazer um cruzeiro ao Mediterrâneo, no primeiro dia de Junho, com partida de Barcelona. Embarcou em Lisboa num avião da TAP. Quando chegou ao aeroporto catalão já lá estava a mala dele, junto à passadeira rolante, à espera da sua chegada. Depois chegou a da esposa, com um canto inutilizado que obrigou a uma operação de recurso de forma a chegar ao navio sem deixar cair a roupa e o resto. Como foi possível a mala chegar antes do passageiro? Certamente que foi metida num avião que partiu anteriormente, mas como? Reclamar para quê? Para perder tempo com “tal eficiência” o melhor foi ficar calado.

Ao contrário da viagem de avião e dos problemas que podem surgir com as tão mal tratadas bagagens nos aeroportos, o momento antes do embarque no navio foi de uma organização de grande nível profissional. Com as malas entregues, iniciaram o preenchimento dos formulários pessoais, verificação dos bilhetes e passaportes, indicação do camarote.

Logo à entrada no navio, um quarteto de “mariachis” (músicos populares mexicanos) saudava individualmente os passageiros com a sempre linda música latino-americana. E um tripulante, muito simpático e prestável, levou os passageiros ao camarote, onde já os esperavam as suas malas.

Do avião para o navio a diferença parecia da noite para o dia. O navio “Ocean Dream” era um belo e confortável “hotel” flutuante que levou pelo manso Mar Mediterrâneo os passageiros até Tunis e Cartago (Tunísia-África do Norte); a monumental e católica Malta, a bela ilha e país da União Europeia onde se instalou definitivamente a história dos riquíssimos Cavaleiros da Ordem de Malta que começaram pobres a proteger os peregrinos de outros tempos que iam a Jerusalém adorar a memória de Jesus Cristo; a ilha de Sicília (Itália), conhecida pela “terra de mafiosos” e do vulcão Etna; o minúsculo estado-religião do Vaticano, onde se guardam as riquezas em obras de sacra e profana acumuladas em dois milhares de anos do Catolicismo; a monumental Roma, capital da Itália e do império dos césares e de uma grande Civilização europeia que ainda hoje está no sangue e na vida dos europeus; as cosmopolitas cidade mediterrânica de Nice (França) e o pequeno principado de Mónaco onde ainda vive a alma da grande actriz de cinema norte-americana e linda princesa Grace Kelly; a grandiosa e bela Barcelona (Catalunha-Espanha) onde o famoso arquitecto Antoni Guadi, naturalista, deixou a sua arquitectura em edifícios, jardins e na catedral da Santíssima Família (templo inacabado de peregrinação cristã mundial, apresentando Jesus crucificado todo nu, como era prática punitiva dos Romanos) que está em construção desde 1883 e só ficará acabada em 2029.

Regressados a Lisboa, capital do país da Língua Portuguesa, os meus amigos chegaram encantados com o cruzeiro e as excursões em que participaram, pois tiveram tudo o que faz um turista feliz, o mar, as cidades, os locais históricos, museus, praias, diversões, casino, biblioteca, lojas, refeições variadas e livres, bebidas, bares e piscinas à porta do quarto de dormir. Felizes com as suas férias no ar, mar e terra, confessaram-nos: “A melhor maneira de viajar e cultivarmo-nos é num navio de cruzeiros”.


Texto: MARQUES PEREIRA

Foto: Marques Pereira

Webmaster: Paula Medeiros

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