23.8.08

O Nosso Ouro Olímpico


Sabemos que não podemos nos comparar às grandes potências olímpicas. Se já não bastassem todas as dificuldades que passamos, imagine em um esporte de base amadora.

Como é sabido, o que estamos vendo é de fazer gosto, pois o pouco que os brasileiros estão conquistando é de fazer história. Vejo, com alegria e muita simpatia, exemplos como o da Maureen Maggi com toda sua alegria cantando o nosso hino nacional.

No futebol feminino fomos vice e não protestamos. Muito pelo contrário, nunca vi toda uma população elogiar tanto e reconhecer tanto.

Nesta vida, os episódios fomentam novas experiências e estas fazem até repensar muitas idéias. Cresce cada vez mais a opinião que devemos privilegiar nossos atletas que vivem no Brasil, pois muitos já acham que os grandes salários e a caça por parte dos empresários europeus danificam e atrapalham o nosso esporte. Opiniões a parte, o importante é ressaltar a emoção do “podium”. Um ato soberbo que orgulha toda a nação.

Tudo isto que lhes falo trata-se de uma homenagem pessoal à atleta Maureen Maggi no qual transcrevo alguns dados mais pessoais para que o leitor a conheça:

Oito anos após sua primeira Olimpíada, em Sydney, em que foi apenas a 25ª colocada no salto em distância, Maurren Maggi voltou ao cenário internacional para a parte mais difícil da retomada de sua carreira, o sucesso em uma Olimpíada.

Em 2003, então dona da melhor marca do mundo na temporada (7,06 m) no salto em distância, a brasileira foi flagrada em exame antidoping e viu seu futuro virar às avessas. Fora do Pan e de Atenas-2004, Maurren ficou dois anos afastada. Neste período, Maurren não treinou, abandonou o esporte, foi morar com o piloto Antônio Pizzonia em Mônaco. Só decidiu retomar sua carreira no início de 2006. O que restou do casamento é hoje seu maior incentivo, sua filha Sophia. A readaptação foi rápida e a atleta acredita que seu amadurecimento pessoal contribuiu para isso.

Porém, Maureen não se iludiu: "Ainda estou errando bastante na prova, tenho que melhorar muito. Preciso segurar mais o joelho, aí deve sair um salto mais longo. O que não posso é errar em Pequim".

E Maurren não errou mesmo. Logo em seu primeiro salto, a brasileira conquistou a medalha de ouro em Pequim. Com a marca de 7,04 m, deixou a pressão com suas rivais. O desfecho não poderia ser melhor. Se ela não conseguiu melhorar seu salto, as adversárias também não o fizeram. Medalhista de prata, a russa Tatyana Lebedeva queimou quatro de seus saltos e só no último chegou a assustar, com 7,03 m. Foi o suficiente para comemorar o primeiro ouro individual feminino da história brasileira.


Texto: Paulo Medeiros
Webmaster: Paula Medeiros
Foto: ANI

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