2.8.08

PALAVRAS

De tua boca
Caíram palavras
Delas o sentido, sentir delas
O teu hálito ver...
... Delas me entristecer,
ante a tristeza tua.
Por fim, delas descobrir
Que teus olhos as diluem
Tornando-as rotas, tortas
Os poetas, meu amor, são ingênuos
Tão quanto seus olhos
E suas palavras vão longe,
Muito longe, além da desesperança.




Comentário: esta é uma de minhas preferidas. Talvez a razão desta preferência seja a força que se mostra ao colocar as palavras no topo e, ao mesmo tempo, ao largo do acontecimento. Fica claro o embate entre a sonoridade das palavras – evidenciando a irresponsabilidade de não levar seu valor em consideração – e o impacto de um fato – seja este visível ou não aos olhos. A palavra pode ir e vir, pode ser de qualquer natureza, mas seu sentido real (se existir) deverá ser concreto, ou será apenas uma palavra vã.
Texto: Luciênio Teixeira
Webmaster: Paula Medeiros

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