11.7.09

MINISTRO DEU “CORNOS” AOS DEPUTADOS NUM PAÍS DE TOURADAS



Em casa de discussão política há sempre cenas de “touradas” e outros espectáculos partidários de baixeza comum. Os senhores políticos, engravatados e bem faladores, que nos sorriem em tempo de eleições, afinal também podem ser uns “broncos” em Portugal, no Brasil e pelo resto deste mundo onde há Democracia e Liberdade para pensar, dizer, opinar, irritar ou achincalhar o próximo.

Estes cornos gestuais foram armados na “arena” da Assembleia da República Portuguesa, facto que obrigou o primeiro-ministro José Sócrates a demitir imediatamente o seu ministro da Economia ainda na sede da deputação (Palácio de S. Bento, em Lisboa) onde ainda decorria o debate anual sobre o Estado da Nação.

Manuel Pinho, independente, não militante do PS, que foi administrador do Banco Espírito Santo (BES) e um bom ministro, não gostou da “faena” do comunista Bernardino Soares (que lhe chamou “mentiroso” quanto às dificuldades laborais nas minas de Aljustrel, no Alentejo) e com os dedos indicadores fez e dirigiu-lhe dois “cornos” que colocou na sua própria testa. Não lhe quis chamar-lhe “cornudo”, pois esse gesto faz-se com uma mão apenas, com o polegar a dobrar os dedos do meio e a esticar o indicador e o mínimo.

Bono, vocalista dos U2, faz sempre este gesto aos milhares de jovens e adultos que o vão ver e ouvir aos seus concertos, não se indignando nenhum e até lhe batem palmas.

Surpreendentemente, os deputados, o Presidente da Assembleia da República, o Presidente da República, o Partido Socialista, o Partido (in)Social Democrático, o CDS/Partido Popular, o Partido Comunista e até o “bocas porcas” Alberto João Jardim, (presidente da Região Autónoma da Madeira) ficaram indignados e consideraram esta cena um “episódio muito grave, insólito, lastimável”.

Os deputados portugueses esqueceram-se das “touradas” que têm acontecido no “lugar sagrado” do palácio de S. Bento, na Assembleia da República?

E na Madeira, onde AJ Jardim tem proferido palavras ofensivas como no tempo fascista contra o PR, PM e de incitação à separação da ilha de Portugal?

Nenhum se recordou que “eles” são eleitos pelo povo-povo, mas governam para si próprios e defesa dos interesses das suas cambadas.

A deputação nacional portuguesa não responde às petições dos cidadãos, o que é democraticamente mais grave, vergonhoso, insultuoso, lamentável e de grande indignidade democrática.

Por favor, políticos portugueses em exercício: façam política decente e não tornem este País mais merdoso do que é. Tenham vergonha! Não se esqueçam do Povo-povo que lhes dá os votos, o Poder. E não voltem a ofender os bois, os cabrões e os carneiros servindo-se dos cornos deles, nem que a próxima cena do ridículo parlamentar seja andar ao murro, à dentada ou à cadeirada!

Texto de Marques Pereira
Foto: A.N.I.
Webmaster: Paula Medeiros

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