12.6.10

PROPAGANDA POLÍTICA ANTI-DILMA


“Cadeias boas mesmo eram aquelas dos anos 1965 a 1985. Elas, sim, reabilitavam os presos. Foram um modelo brasileiro para todo o mundo. Nenhum país conseguiu reabilitação igual. Que maravilha de exemplo! Um orgulho brasileiro a não perder.

Entraram guerrilheiros, torturadores, fraudadores, traficantes, corruptos, estupradores, ladrões, assassinos e sequestradores. E saíram governadores, ministros, prefeitos, deputados, senadores, vereadores, um presidente e uma candidata à presidência do Brasil”.

É assim a propaganda política a funcionar no Brasil contra uma mulher (Dilma Rousseff) que o PT, Partido dos Trabalhadores socialista de Lula da Silva, actual presidente brasileiro em fim de mandato, lançou como candidata a Presidenta do Brasil.

Mas a ministra da presidência Dilma Rousseff, nascida em Belo Horizonte, filha de pai búlgaro, ex-guerrilheira, economista, não é a única mulher na grande corrida para o Palácio do Itamarati, pois também há a senadora ambientalista Marina Silva (PV, Partido Verde) nascida num seringal de Acre, região de selva limitada pelos estados do Amazonas e Rondónia e fazendo fronteira com a Bolívia e Peru. A morena Marina só começou a aprender a ler e a escrever aos 16 anos e hoje é licenciada em História. A branca Dilma tem sido alvo privilegiado da Direita política brasileira que tem contado muitas histórias inerentes ao tempo comum das eleições, mas ela vai à frente a caminho da vitória segundo as sondagens que também a dão como empatada com José Serra. Pelos comentários e ataques que temos lido, a “petista” (como a Direita chama aos filiados no PT)) parece-nos ser uma “mulher de tomates” com uma personalidade dominadora e uma lutadora nata com provas dadas que “mete medo” aos homens que com ela se encontram e debatem no trabalho e na política partidária.

Em tudo na vida, quando alguém diz muito mal de outrem é porque essa pessoa tem valor e na política faz e contribui para mudanças na sociedade ou num país. Estou a lembrar-me da história da vida de Boris Yeltson, um aldeão que a trabalhar, a transformar cidades e a modificar ideias conservadoras com coragem e sem cirar a cara às dificuldades chegou a governar a imensa e poderosa Rússia.

Até Outubro será que vão aparecer mais mulheres a candidatar-se a Presidenta da República Federativa do Brasil contra José Serra candidato do PSDB?



Para nós, portugueses democráticos do outro lado do Atlântico, não traria qualquer admiração ver mais uma mulher a governar um país da América do Sul. E a presidenta do Brasil a continuar a “tradição” de os brasileiros não gostarem dos argentinos, particularmente quando a disputa é entre as selecções de futebol de uma e outra nação.

Os homens e as religiões, servindo-se das mulheres para a cama e para formar multidões de rezadoras e submetidas aos donos de Deus e de Cristo, nunca gostaram das mulheres e muito menos quando elas entram ou tentam entrar nos espaços que lhes são tradicionais.

É assim em toda a Terra que está nas mãos das civilizações machistas, onde os homens-machos estão cada vez mais prisioneiros das fêmeas. E olhem que não é por graça de Deus, não…

Mulheres ao Poder político e religioso em todo o mundo, inclusive no Brasil e em Portugal!


Texto de Marques Pereira

Foto: Internet/A.N.I

Wemmaster: Paula Medeiros





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