OS “PELÉZINHOS” DE SETÚBAL

O jogador brasileiro de futebol Pelé foi o maior de sempre e ainda continua na memória dos portugueses através do pequeno Clube Desportivo “Os Pelézinhos” existente num bairro de Setúbal, cidade a sul do rio Tejo que dista de Lisboa 40 quilómetros. É desta associação desportiva de futebol infantil e juvenil que hoje “vou falar”, pois fui revisitá-la com uma saudade sustentada por um título distrital conquistado na época de 1993/94.

Este clubinho foi criado num pequeno terreno em forma de U que era uma amostra de “campo de futebol”, nas traseiras de um prédio na Praça do Brasil, em Setúbal. Era tão pequenino que mais parecia um “clube de brincar”. Mas os pais e as crianças gostaram e treinando naquele pedacinho de terra batida, os meninos foram aprendendo futebol honrando o seu ídolo Pelé

Muitos destes “pelézinhos” chegaram a jogadores seniores de clubes da 1ª. Divisão Nacional como o Vitória de Setúbal, Benfica, Sporting e até outros estrangeiros.

O título de primeiros campeões distritais de Setúbal no escalão de “Escolas” (dos 7 aos nove anos) obtido sem nenhuma derrota e á frente do grande clube local (Vitória Futebol Clube de Setúbal) mereceu da entidade municipal setubalense a atenção devida, atribuindo-lhe um espaço desportivo com dois campos com as medidas máximas no espaço de ambiente protegido na Várzea da cidade de Setúbal.

O CD “Os Pelézinhos” continua a ser um clube de formação futebolística para crianças, competindo também nos escalões de Infantis, Iniciados e Juvenis, saindo depois para o clube maior e mais representativo do distrito (VFCS) e para os outros grandes de Lisboa.

Outros dois clubes de bairro (Comércio e Indústria, mais o 1º. de Maio) vêm seguindo as pegadas do CD “Os Pelézinhos”, mas estes continuam a ser os pioneiros e o que mais agrada aos pequenos praticantes, devido à influência carinhosa dos “inhos” do nome do clube que rima com pequeninos. E, na verdade, a política dos formadores é de carinho, liberdade para se divertirem ao pontapé e cabeçada na bola, crescerem a aprender e a competir, sempre acompanhados dos pais, mães e avós a ver os jogos e os treinos, o que lhes dá coragem e um sentimento reconfortante de protecção.

Depois de ver um jogo-treino dos “Pelézinhos” com os Infantis contra os Iniciados, desloquei-me ao campo do 1º. de Maio, na Varzinha, onde encontrei o seu campo divido em dois com as equipas do referido clube e do Benfica a competirem simultaneamente em Infantis e Iniciados. Eis as fotos que consegui neste sábado de céu escuro a ameaçar chuva há três dias, mas os produtores de vinho meteram um requerimento ao Governo do Céu para o “manda chuva” deixar primeiro fazer as vindimas com as finalidade de o “Sangue do Senhor” a beber nas missas dominicais também fosse de boa qualidade para os almoços e jantares dos sacerdotes celebrantes.

O panorama natural e paisagístico dos campos que visitei têm como fundo o belo castelo de Palmela.

O futebol infantil e juvenil de Portugal precisa de mais investimento estrutural, financeiro e técnico, pois o nosso país precisa que haja mais revelações e menos conflitos que nos diminuem aos olhos das outras nações e põem em causa a nossa participação nos campeonatos europeus e mundiais.

Texto de Marques Pereira

Fotos: Marques Pereira

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