24.11.13

OS BRASILEIROS VISTOS POR UM ESTRANGEIRO RESIDENTE NO BRASIL






No último dia 9, o parisiense Olivier Teboul, que vive na capital mineira, Belo Horizonte, escreveu sobre algumas impressões que tem do Brasil no seu blog,  “O Outro Diário do Olivier”. Em uma semana, o post recebeu mais de 2.300 comentários e inspirou também outras matérias. “As 65 observações sobre o brasileiro e o seu cotidiano não são para ser levadas a sério. São observações, às vezes um pouco exageradas, sobre o Brasil”, afirma o francês na abertura do post.

“ 1. Aqui no Brasil tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas já bastam para constituir uma fila.

2. Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
 
3. Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hamburger se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plastico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
 
4. Aqui no Brasil todo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: e gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar vólei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo e gay : também é gay.  

5. Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma maquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem consertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo...

 6. Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujos cotas atingem valores estratosféricas.

7. Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
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. Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camisetas qualquer e comum. Comum também é sair de roupas de esportes mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.

9. Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garção, o garção traz a cerveja de qualquer jeito.

10. Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.

11. Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na radio.

12. Aqui no Brasil, a vida vai devagar. E normal estar preso no transito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Ai tem que ser rápido e sair ate antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Ai demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa da caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de credito, ai tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.

13. Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.

14. Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem musica ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão embora que não consideram que toquem se perguntar pra eles. Tem músicos talentosos, mas não tantos tocam as musicas deles. Bares estão cheios de bandas de cover.
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5. Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda - direita. Brasil é um pais de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferencia enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salario minimo é bastante comum, e ganhar o salario minimo ainda mais. As crianças de classe media ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões politicas. E de outro lado, existe um sistema de saúde publico, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.

16. Aqui no Brasil, e comum de conhecer alguem, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, ta?”, e nem trocar telefone.

17. Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na prática “não vou não”.

18. Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não está frio, todas as condicões estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porem, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão as moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.

19. Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.

20. Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o pais tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tiver tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?

21. Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida dolce é muito doce. Ate comida é muita comida.

22. Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.  

23. Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porém, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.

24. Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time tem uma capela.

25. Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter transito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num pais onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem transito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!

26. Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.

27. Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender porque...

28. Aqui no Brasil, não se assuste se estiver convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. E ‘normal’.

29. Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Daí sempre acaba por comer uma mistura de tudo.

30. Aqui no Brasil, o Deus esta muito presente... pelo menos na linguagem: ‘Vai com o Deus!’, ‘Se Deus quiser!’, ‘Deus me livre!’, ‘Ai, meu Deus’, ‘Graças a Deus’, ‘Pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.

31. Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’ tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa... 
 
 
 
 
 
 

32. Aqui no Brasil, pais com muita ascendência italiana têm uma lei que se chama ‘lei  do silencio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que la na Itália, a lei do silêncio (também chamada de “omerta”) e se refere a uma pratica da mafia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.

33. Aqui no Brasil se acha todo tipo de nomes e muitos americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.

34. Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.

35. Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.

36. Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo : “Ta bom?”, “obrigado”, “desculpa”.

37. Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi "Hitch" umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.

38. Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “Bom dia!”, mas também se fala “E aí?”. E aí o quê? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “Obrigado” e “Imagina”. Imagina o quê?

39. Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.

40.Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouve muito: “Vou te falar uma coisa”, “Deixa te falar uma coisa”, “É o seguinte”, e até o meu preferido: “Olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.

41. Aqui no Brasil, as lojas, os negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em vários ‘O melhor bife da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘O maior da América Latina’. Não custa nada e ninguém vai ir conferir.

42. Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de ferias na América Latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil as vezes parece uma ilha gigante na América Latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.

43. Aqui no Brasil os relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, ex-mulher. Amor com rótulos.

44. Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.

45. Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. É natural acolher alguém novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferencia do mundo. Obrigado, brasileiros!

46. Aqui no Brasil, os brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Estou esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.

47. Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido mas não deixa de ser esquisito.

48. Aqui no Brasil, tem um organismo chamado o DETRAN. Nem quero falar disso não, não saberia por onde começar...

49. Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido no alavanca de mudança pra colocar o lixo.

50. Aqui no Brasil, os brasileiros se escovam os dentes no escritório depois do almoço.

51. Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.

52. Aqui no Brasil, a versão digital de 'fazer fila' e 'digitar códigos'. No banco, pra tirar dinheiro tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos pra pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre tem que errar um pelo menos. Demora.

53.Aqui no Brasil, o sistema sempre está “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de credito.

54. Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direito e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), o conferir que sua firma é sua firma.

55. Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é o coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tens a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.

56. Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.

57. Aqui no Brasil, no tem agua quente nas casas. Dai tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a agua. Só tem um porem. Ou tem agua quente ou tem um vazão bom. Tem que escolher porque não dá para ter os dois.

58.Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastantes  pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.

59. Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. Lá, na França, nem existe mandioca.

60. Aqui no Brasil, tem o número de telefone, tem um DDD e também um numero de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.

61. Aqui no Brasil, quando encontrar com uma pessoa, se fala de “Beleza?” e a resposta pode ser “Jóia”. Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um dialogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo em inglês: “The beauty? - The joy”. Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.

62. Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.

63. Aqui no Brasil, no táxi, nunca se paga o que esta escrito. Ou se aproxima pra cima ou pra baixo.

64. Aqui no Brasil, marcar um encontro às 20:00 significa às 21:00, ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
 

65. Aqui, em Belo Horizonte, é a menor cidade grande do mundo. 5 milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo.”
 
 

 

O meu comentário de Português não residente no Brasil: Após a leitura e transcrição destas impressões de um europeu, não posso deixar de confirmar que os Brasileiros são mais descendentes dos Portugueses do que dos alemães, italianos, polacos, austríacos, japoneses e franceses…

Texto de Olivier Teboul. Comentário final de Marques Pereira.
Fotos: ANI
Webmaster: Paula Medeiros

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

18.11.13

MENGELE E A RACIALIZAÇÃO DO BRASIL

 
Apresento esta semana texto do Jornalista  Mauro Santayana, do Jornal do Brasil, onde apresenta uma abordagem interessante sobre o assunto.
O texto me foi apresentado por João Aurélio, colaborador pessoal sobre  assuntos importantes  a  nossa sociedade. A minha posição pessoal é que em um pais multi- racial, é impossível determinar raças. Uma idéia absurda de um governo que tenta resolver os problemas por decretos em passes de magica. Ao nosso leitor em Portugal uma oportunidade para compreender sobre o que acontece no Brasil.



"A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, ontem, parecer do deputado Luiz Couto (PT-PB) referente à proposta de emenda à Constituição que reserva vagas a parlamentares de origem afro-descendente.

De acordo com o projeto de lei do deputado Luiz Alberto (PT-BA), a cota valerá para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara Legislativa do Distrito Federal por cinco legislaturas a partir da promulgação da emenda, prorrogáveis por até mais cinco legislaturas.

A primeira coisa que se estranha é que uma lei, que terá efeito limitado no tempo, seja inscrita no texto constitucional. Aparentemente, o número de vagas seria definido com base no percentual de pessoas que tenham se declarado “negras” ou “pardas”, no último censo do IBGE. O número de deputados “negros” eleitos por esse sistema não poderia ser menor que 20% do total, ou maior que a metade das vagas.

Com isso — segundo se calcula — o número de parlamentares “negros” aumentaria, imediatamente, de uma legislatura para a outra, de 30 para 150 deputados, no Legislativo federal. Parte significativa dos problemas vividos pela população mais pobre, hoje, no Brasil, é fruto de outra tentativa de mudar, na canetada, a situação dos negros, no fim do século 19. A lei assinada pela princesa Isabel foi feita sem levar em consideração as circunstâncias econômicas e sociais do país e da própria população escrava, à época de sua assinatura.

Querer alterar, por emenda, e com base em critérios “raciais”, a situação de um determinado segmento da sociedade, no contexto geral da  população, é um precedente perigoso, principalmente quando se quer fazer isso no texto constitucional. O importante é o princípio.  Ao admitir-se, teoricamente, que alguém pode ser privilegiado pela sua descendência e a cor de sua pele, admite-se também, implicitamente, que alguém possa — dependendo das circunstâncias históricas — ser punido pelos mesmos motivos.

Quem eleva alguém apenas por suas características raciais, pode rebaixá-lo pelas mesmas razões, amanhã. A Alemanha nazista fez isso com as leis de Nurenberg, em relação aos judeus e os ciganos, proibindo-os de votar, e estabeleceu cotas mínimas, para os “não arianos”, nas universidades, abrindo caminho, depois, para o extermínio puro e simples dos que haviam sido punidos pela nova legislação.

O único exemplo de cotas raciais para a formação do Parlamento nos tempos mais recentes é o da África do Sul sob o apartheid. Os brancos mandavam, mas indianos e mulatos tinham suas próprias casas legislativas. A população africana “pura” não podia votar e lutou, durante décadas, pelo princípio, simples, de “um homem, um voto”, como ocorre com a democracia no Brasil.

A PEC se refere à “população afro-descendente”. Como vamos fazer para classificá-la e catalogá-la para efeito do preenchimento dessas cotas raciais? Se o critério é o da auto-declaração, a lei é inócua e ridícula. Supondo que alguém se apresenta como negro, ou um loiro chamado Altenhofen, e  fizer o mesmo para concorrer em Santa Catarina, como vai se  provar que ele não é negro? Será colhido seu sangue para fazer o DNA? Ou, se o critério for antropométrico, que tabela vamos usar? Convocaremos o doutor Mengele, para que volte do além, para dizer qual é a diferença de largura da narina de um “branco” e a de um “negro”, usaremos, no caso dos cabelos, critérios de elasticidade, e, para classificar a pele do candidato, uma escala de cor?          

E se outro brasileiro, loiro, de sardas e olhos azuis, chamado Feingelbaum, tiver perdido noventa por cento da família de seu pai, irmãos, tios, bisavô e bisavó, carregando pedras quatorze horas por dia, espancados com chicotes de fios elétricos trançados, em campos de concentração nazistas como Birkenau, Belgen-Belsen, Sobibor, não será ele, também, um descendente de escravos? E não terá ele, ainda, do ponto de vista humano, direito a uma compensação derivada de sua condição “racial”?

E o que faremos com os descendentes de índios, ou de ciganos, por exemplo, que até 1864 eram escravizados e podiam ser comprados ou vendidos, mortos ou espancados até ficarem aleijados, em países como a Romênia? Vamos abrir cotas também para eles, segundo sua proporção demográfica e populacional?

O inferno está cheio de boas intenções. E a história não se faz por decreto. A população “negra” estará legitimamente representada no Parlamento quando resolver — no exercício do voto, ao escolher seu candidato — que cor da pele é critério de representação. O que é uma questão discutível. Se essa abordagem valesse nos Estados Unidos, por exemplo, onde os “negros” são minoria , Obama jamais teria sido eleito presidente.

É, também, preciso, saber a quem estaremos privilegiando, caso essa emenda seja aprovada. Aumentar o número de “negros” no Parlamento não quer dizer que  vá melhorara situação da população “negra” — já que o critério de autodeclaração é subjetivo.

As cotas raciais para as universidades existem há mais de dez anos, e milhares de profissionais negros já devem ter sido formados graças a elas. Existem centenas de instituições de defesa da comunidade e da cultura “negra” no Brasil.

Mas alguém já ouviu falar em uma “Associação Brasileira de Médicos Negros”, formada para prestar assistência, voluntária e gratuita, na periferia, à população “negra” ou afrodescendente? Ou que, ao menos,  oferecesse seus membros para trabalhar, para o governo, em comunidades quilombolas do interior? E de engenheiros negros, para ajudar em projetos de saneamento e mutirão para a comunidade negra das grandes cidades? E de advogados, para atender gratuitamente os milhares de jovens negros que são presos arbitrariamente, muitas vezes, ou assassinados, todos os dias, no Brasil, ou para trabalhar nas Defensorias Públicas para defender a sua “gente”, alguém já viu?

Sou a favor de cotas sociais; raciais, não. A situação da comunidade “negra”, assim como a da população menos favorecida, de modo geral, não vai ser resolvida com a aprovação dessa PEC, promulgada para favorecer — não tenho dúvida — certos parlamentares ou grupos de interesse — eleitoral — que trabalham  para sua aprovação.

A população negra, índia, cigana, no Brasil, ou melhor, os brasileiros, de modo geral, precisam de mais cultura e educação, para votar em deputados  comprometidos com as necessidades do povo,  e menos com seus próprios interesses, independentemente da cor de sua pele. "
 
Texto: Mauro Santayana
Foto:Web
Webmaster: Paulo Medeiros
 

 

11.11.13

VENEZUELA DÁ AO MUNDO A “MISS UNIVERSO-2013”

 
 
 
 
 

Este país sul-americano é uma “fábrica” de mulheres bonitas. E este ano deu à luz dos olhos de quem gosta de ver rostos e corpos lindos a sua 7ª.  “Miss Universo”. 


Ela é Maria Gabriela Jesus Morales, 25 anos, apresentadora na TV Venevision.  Um “regalo” da América do Sul eleita entre 86 concorrentes a este trono de beleza por um ano numa gala realizada em Moscovo, capital da Rússia onde não gostam de homossexuais, para todo o mundo dos heterossexuais e lésbicas. 


A “Miss Espanha” ficou em 2ª. lugar e teve de se contentar com o estatuto de “dama de companhia” da rainha. 


Este título, “religiosamente” comentando, foi um prémio que Deus deu ao governo venezuelano do comunista Maduro por ter mudado o dia de Natal para o 1º. Dia de Novembro. Esta graça divina não tem nada de novidade, pois o governo ladrão da Direita portuguesa (PSD+CDS) anda a pagar o subsídio de Natal aos funcionários do Estado a “soluços” desde Janeiro. E, assim, a Venezuela e Portugal estão a dar razão àqueles que dizem e afirmam que “o Natal é todos os dias”.  


O nome deste concurso de beleza é uma mentira, pois não está aberto às beldades da Lua, Marte, Vénus e outros planetas mais longínquos, mulheres que gostaríamos de ver concorrer e sentir como falam, enganam e são social e sexualmente. 


Comentário humano: a Venezuela tem um presidente feio e gordo, mas possui tantas mulheres belas e bonitas que até fazem esquecer a imagem física do seu líder político.  


Aproveito para informar as interessadas que em São Paulo (Brasil) já está em organização o concurso da “Miss Gay 2014”. Estima-se que no Brasil existam 17,9 milhões de homossexuais. 


E no Peru houve pancadaria no final da votação da “miss” de 2013 deste género humano que se está a expandir-se à grande pelo nosso planeta, tanto no que se refere a “eles” como a “elas”, sendo mais notório “neles” devido aos perfumes e à “lingerie” da roupa íntima que usam, e por recorrerem à imitação da sensualidade das mulheres heterossexuais nos seus gestos femininos que enlouquecem os homens machos com tesão e a sexualidade que a Natureza dá a todos os seres que não desviantes do seu género natural. 


Em Angola também há “gays” e elas apresentam-se assim, tão sensuais. Se o leitor / leitora fizesse parte do júri de um concurso de beleza entre “gays”, por qual destes optaria para coroar como rainha do Universo Gay de África…?
 
 
 
 

O mais famoso certame de beleza “gay” realiza-se no Japão (Ásia). Veja-se na foto a seguir como elas estão tão bonitas, a rainha e as damas de honor…
 
 
 
 

Texto de Marques Pereira

Fotos: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

 

3.11.13

Serra Gaucha

 
 
 

Esta semana apresento ao nosso leitor alguns detalhes acerca de uma região brasileira , extremamente interessante , e que tive o prazer de conhecer pessoalmente na ultima semana.

A Serra Gaúcha, onde se destacam as cidades de Gramado e Canela, fica no estado do Rio Grande do Sul, uma terra simpática e que não é a toa lugar de nascimento de grandes nomes do Brasil. Destacam-se o Getúlio Vargas e o Dr. Leonel Brizola, politico, que sempre tive um respeito e profunda admiração.

Como o estado é maioritariamente plano, a serra gaúcha é uma proeminência da região nordeste do estado, que graças a esta altitude traz um clima magnifico e extremamente próximo do europeu. Por isso que esta região foi escolhida pela grande maioria dos imigrantes alemães e italianos.

 
 
 
 
 

Os alemães começaram a chegar por volta do ano de 1850 e ocuparam as terras mais baixas da serra. Esses imigrantes eram em sua maioria oriundos da Renania(HUNSRUCK), por isto ainda hoje  é fácil encontrar agricultores conversando no dialeto Hunsruckish. Eu tive oportunidade de ver isto na praça central de Nova Petrópolis, quando da abertura da festa da primavera na ultima semana.

Um pouco depois, em 1870 começaram a chegar os italianos da região de Veneto, e se fixaram nas terras mais altas da serra, onde foi iniciado o cultivo da uva e a produção de vinhos. Assim, se explica como prevalece a culinária italiana na região, que tanto se disseminou por todo o Brasil.

Nos dia atuais, é digamos talvez o maior destino nacional de todos os brasileiros de outras regiões. Lugar escolhido por jovens casais para passar dias importantes como comemoração de bodas ou ate mesmo a lua de mel. Realmente tenho a dizer que a aura do lugar favorece mesmo a tudo que se queira fazer. Este que escreve , passou varias horas só contemplando a linda paisagem. Nada mais merecido para quem viajou 4 mil quilômetros.

Gostei imenso da cordialidade e pelo bom acolhimento ao turista , e até  mesmo quando abria a boca com meu acento nordestino, percebi o esforço para a cordialidade.

Afinal não devemos esquecer que embora não pareça, esta região pertence ao Brasil e como tal também tem e partilha dos nossos problemas como o desemprego e outras coisas. Conversei com recepcionistas, taxistas e pessoas comuns e observei que eles dimensionam a importância de um bom e perfeito atendimento pois suas vidas dependem hoje do turismo.

 
 
 
 


Particularmente estava ali também dentro das comemorações de meus 25 anos de casamento com a minha esposa e ela também me confirmou que aquele destino era um daqueles que gostaria de ir novamente.
Sinceramente este destino teve tanto impacto visual, que pelo que me recorde só tive igual, quando estive pela primeira vez no Funchal lá na ilha da Madeira.
Fico feliz pelo destino ter-me dado a oportunidade de conhecer um lugar que surpreendeu a quem já conheceu tantos outros lugares.
Por isto que sempre digo, o Brasil é especial, porque surpreende sempre!
 
 
Texto: Paulo Medeiros
Fotos: WEB
Webmaster: Paula Medeiros