14.10.06

JESUS: SE TU VOLTARES, OS DE ROMA MATAM-TE OUTRA VEZ...


Olá, Jesus de Nazaré, filho de Maria e José!
Nós falamos e escrevemos-Te, mas tu não podes responder
Porque te mataram há cerca de 2000 anos...

Tiraram-Te a vida, mas deixaste vivas as tuas palavras da doutrina do Amor
Que não foste Tu que as escrevestes
Mas afirmam e escreveram que de tais ideias de Paz foste o autor.

Sim, quando as palavras não morrem com os enterrados
Nenhum homem, mulher, santos, santas ou deuses amados
Nunca serão calados!

Tu nasceste judeu e filho dos pobres nazarenos José e Maria
E nos Evangelhos fizeram de Ti um deus, o Messias.

Deus, dizem “eles”, fez a Vida e a Morte e ao 7º. dia descansou
E a prová-lo é que Deus te abandonou
Na cruz em que a religião dos judeus Te matou...

Lembras-Te, nesse momento, de teres perguntado ao teu Pai do Céu:
Deus, porque me abandonaste?
Mas ele não Te respondeu
E Tu crucificado e morto ficaste.

As tuas palavras são a Tua ressurreição
E a prática do teu Amor é a vida e a salvação!

Na nova religião que fizeram da tua luta e sofrimento
Deram ao teu corpo um misterioso desaparecimento
E disseram: foi para o Céu e sentaram-O à direita de Deus
Mas eu acredito que vives na Terra à esquerda Dele!

No céu para além da Atmosfera não existem nem vivem deuses
É um Universo negro com milhares de astros longínquos a brilhar
Onde não será descoberto Deus e o seu altar
Porque o Paraíso, o Céu e o Inferno da Terra lugares são
Com cada vez mais indiferença, pobreza e escravidão
Mais injustiça, doenças e exploração.

E as religiões teimam hipocritamente em não dizer
Que preferem todos os anos ver-Te a “morrer” e a “renascer”
Numa praxe folclórica da morte-ressurreição.

Estás morto e poucos respeitam a Tua mensagem
Nem muitos daqueles que Te rezam, cantam e merecem.

A tua vida é o Amor que Te veio de um pai e uma mãe viventes de Deus
Por isso não Te encontramos na História de Israel dos teus
Onde Te revoltaste contra os sacerdotes da tua religião
Que tinha a mentalidade de um Deus-opressão
O qual Te levou a lutar por um Deus novo, alegre e com compaixão.

Não denunciaste que os deuses foram todos feitos pela Humanidade
Mas tiveste a coragem de fazer sentir essa Verdade!

Após a Tua morte os teus discípulos sofreram martírios e dor
Para erguer na Europa a Tua igreja da Pobreza e do Amor
Mas essa igreja tornou-se Riqueza e Poder
E contra a Tua doutrina de ser e igual viver
Acumulou ouro, dinheiro, terras, impôs-se a reis, governou nações
E criou exércitos que mataram inocentes cidadãos e aldeões!

Era uma autêntica União Europeia económica e poderosa
Debaixo da capa de Deus tão papista e religiosa
Que até quis ser a única representante de Deus na Terra
Lançando-se na tentativa de destruir as outras religiões com a guerra...

Se tu, Jesus Cristo, a que agora Te chamam Homem-Deus
Ressuscitasses do teu corpo para sempre desaparecido
Os de Roma matar-te-iam outra vez, mas não serias vencido!

Lutarias sempre contra a hierarquia de todos os deuses
Que parados no tempo se deixam dominar pela Política
Deixando o mundo voltar a uma Era desumana e selvagem
Que permite a muitas seitas e às religiões da voragem
Vender a tua Palavra e a tua imagem
Para criar enganos, mentiras, ilusões
E viver em palácios e templos de ostentações!

Agradecemos, nosso Jesus, a tua doutrina de Amor, Justiça e Liberdade
Mas responde-nos com toda a Verdade:
Por que é que as religiões falam do Bem e da Paz
E milhões de mortos as culpam das guerras que Deus faz?

Quanto ao resto que dizem de Ti é imaginação, demência religiosa e conversa
Que aos verdadeiros Cristãos do Amor não interessa...

(Em memória de Albino Luciani (João Paulo I), o Papa do Povo por 33 dias, que apareceu morto, assassinado, no seu quarto do Vaticano, na madrugada de 28 de Setembro de 1978, por querer aplicar as riquezas da Igreja Católica na erradicação da pobreza mundial e ter começado a limpar a Santa Sé dos negócios sujos e corruptos dos clérigos do católico Banco Ambrosiano).

Autor: Marques Pereira (Cristão-católico progressista)
Foto: F.Kay Nietefeld
Webmaster: Paula Medeiros

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