31.3.07

DIA DAS MENTIRAS É TODOS OS DIAS


Quem já leu e pensou nas estórias da História e da Religião que os historiadores e os religiosos escreveram e continuam a escrever, certamente terá chegado a esta conclusão: a História nem sempre se cinge à Verdade dos factos, antes revelam a Mentira a quem não interessam as verdades.

Todos sabemos (ou deveríamos saber) que uma Mentira contada muitas vezes, seja oralmente ou por escrito, pode transformar-se numa “verdade” política ou religiosa, consoante o receptor a quem e mensagem tenha sido transmitida por políticos ou religiosos.

A Religião é o exemplo maior do que as mentiras são capazes de influenciar e alterar o comportamento da mente humana, levando os fracos de espírito a acreditar em coisas que nunca existiram e a criar ódios e guerras que ainda não acabaram.

A Política, filha amada da Religião, vem a seguir. Um facto histórico recente demonstrou como a Mentira pode iludir alguma opinião pública e arrasar uma nação e um país. Quem ainda não tem conhecimento do crime contra a Humanidade cometido por George Bush, presidente de um país norte-americano (USA) que se diz cristão e lutador pela Liberdade e Democracia, com o apoio indesmentível (na reunião das Lages-Açores) dos primeiros-ministros da Inglaterra (Tony Blair) e dos muito católicos José Aznar (Espanha) e Durão Barroso (Portugal, hoje presidente da União Europeia)?

Tenho referido neste “blog” e em alguns jornais que a Mentira está sempre presente no que lemos e ouvimos, e até no que dizemos, reduzindo o espaço para a Verdade ser fiável e se impor na nossa vida.

A Mentira está sempre a querer obrigar-nos a crer que a Verdade não está naquilo que vemos e tocamos, mas naquilo que “eles” dizem e escrevem.

Mas até aquilo que vemos, tocamos e temos é merecedor da nossa desconfiança cerebral ou suscita-nos dúvidas.

Na actualidade tecnológica a realidade pode ser construída, transformada, adulterada e manipulada como se estivéssemos a utilizar um computador com um programa de Photoshop que melhora, piora, reduz, aumenta, ilude, modifica as imagens para parecerem aquilo que “eles” querem que pareçam e sejam aquilo que nós poderemos querer, ver, crer e conviver.

As estórias da Política são ditas e escritas pelos políticos conforme os seus interesses de exercer o Poder.

As estórias da Religião, Divino e Sagrado são feitas de imaginação, mentiras, demências religiosas e palavras mansas e fluentes.

Se eu perguntasse “O que é a Religião?”, certamente que só os religiosos que andam por dentro dos templos é que saberiam responder utilizando tudo o que imaginaram, mas nunca explicando cientificamente, nem mostrando verdadeiramente, a realidade e a Verdade do que dizem.

E o que é o Sagrado, senão uma “decisão” pessoal e colectiva dos manipuladores e dos praticantes das religiões? Sagrado e consagrados são o que “eles” querem, não todos os “filhos de Deus” que por o serem deviam sê-lo sem nomeações nem intervenção das hierarquias dominantes. Sagrada é a vida de todos os seres humanos, animais e flora –mas porquê a Religião matou, mata e deixa destruir? Sagrada é a Natureza que produz o Ar que nos mantem vivos no nosso planeta –mas porquê a Religião não a considera como uma Deusa de tudo o que está vivo, respira e morre naturalmente? Enfim, para que serve o Sagrado ao Ser Humano comum, livre, não afectado pelos deuses e diabos criados pela Religião?

Quanto às estórias do Divino não há qualquer sustentáculo histórico; apenas divagações e tretas gratuitas. Se os deuses são tão poderosos e bons, porque não acabam com a fome, a miséria, a maldade, a injustiça, as doenças sem cura, a guerra, as inclemências do tempo?

Os faraós Egípcios mandaram construir grandes túmulos fúnebres, as pirâmides, onde os seus cadáveres eram colocados para depois subirem para o Céu, daí tais monumentos histórico-religiosos apontarem para o Alto. O que aconteceu passados alguns milhares de anos? Os arqueólogos começaram a escavar na areia que taparam as pirâmides e foram encontradas as múmias dos faraós ainda na Terra, rodeadas das jóias e dos cadáveres dos escravos que os tratariam até partirem. Mas nunca partiram, porque da Morte ninguém regressa e ninguém ressuscita.

Jesus de Nazaré divinizou-se ao dizer que era “Filho de Deus”, quando todos sabemos pelas estórias contadas que o pai Dele foi o carpinteiro José de Nazaré. E, quanto à estória de Ele ter ressuscitado, a Mentira ainda anda a ser propagada num pedaço deste mundo.

Teria sido uma Mentira do nazareno Jesus aquela “profecia” de que o mundo ia acabar no Ano 1000? Mas como a Terra continuou viva, “eles” alteraram o fim do planeta para o Ano 2000. E o nosso mundo continua vivo e a girar à volta do Sol, não por graça e obra de Deus, mas porque o Universo o vai permitindo.

Nero, o louco imperador de Roma, é um exemplo da demência religiosa que entra na construção do Divino. Ele, querendo todos os poderes da Terra e do Céu, desvairado pelo ódio que tinha aos Cristãos, divinizou-se, fez-se um deus, para que fosse adorado mais do que Jesus de Nazaré e outras divindades do mundo de então dominado pelos Romanos.

O norte-americano Joseph Smith Jr disse que teve uma visão e falou com Deus e Jesus, há cerca de 180 anos. Escreveu uma nova bíblia a que deu o título “O Livro de Mórmon” (The Book of Mórmon), na qual se lê que Jesus de Nazaré nasceu em Jerusalém e não em Belém da Palestina como dizem os Evangelhos (Mateus 1:20), que são a Bíblia Sagrada (Novo Testamento) e a base religiosa do Cristianismo de que nasceu o Catolicismo. Os evangelistas que foram discípulos de Jesus mentiram, ou está a mentir o profeta mórmon da Igreja SUD?

Outro norte-americano a quem atribuem (?) o advento da Igreja Adventista, William Miller, armou-se em “profeta” e disse ao rebanho que juntou: “Jesus vai ressuscitar em 1843”; não ressuscitou, como qualquer racional livre de religiões esperava. Para manter o rebanho junto e a render-lhe dinheiro, disse que houve um engano e alterou a data da ressuscitação para 1984. Nada ocorreu. Como este cultivador da Mentira há milhões na Religião, mas o povinho continua a cair nestas aldrabices e vigarices religiosas.

O padre Luís Kondor, clérigo que tem vivido à custa da Mentira que foram as “aparições” de Maria de Nazaré na Cova da Iria, sendo inventada daí a Nossa Senhora do Rosário que depois foi rebaptizada de Nossa Senhora de Fátima, afirmou recentemente que Lúcia, a mais velha dos “três pastorinhos” que armaram a mentira das visões, foi superior à santa Madre Teresa de Calcutá, a qual fez, na Índia, uma grandiosa obra cristâ pelos adultos, crianças e doentes abandonados pelas ruas, tratando-os, dando-lhes comida e um tecto, espalhando pelo mundo dos pobres mais pobres um Irmandade de serviço de Amor. O Padre Kondor proferiu uma Mentira própria de analfabetos, surdos e cegos, com a intenção de alargar o negócio de Fátima com uma “santa” Lúcia que passou a vida presa em três conventos e nunca mexeu uma palha para fazer o Bem a alguém. E até já lhe começaram a arranjar “milagres”, mesmo sabendo-se que os mortos não têm vida para ajudar os vivos que sofrem e são injustoçados.

O actual Primeiro-ministro de Portugal ganhou as eleições com a promessa de que não aumentaria os impostos. Depois de tomar posse todos os impostos aumentaram. Mentiu para ganhar.

A Política e a Religião são feitas de Mentira, não somente os mitos e as lendas, Deus, o Diabo e as “nossas senhoras” de Fátima e Aparecida.

O Dia das Mentiras nasceu em França, onde a chegada do Ano Novo era festejada a 25 de Março, no primeiro dia da Primavera, e a festa durava até 1 de Abril. Com a adopção do Calendário Gregoriano, em 1564, o rei Charles IX colocou a festa em 1 de Janeiro. O povo francês não gostou da alteração e continuou a festejar a 25 de Março, tornando-se o 1 de Abril um “dia de mentira”.

No Brasil, o “Dia das Mentiras” começou a ser comemorado a 1 de Abril de 1848, data em que começou a ser publicado em Pernambuco um jornal periódico com o título “A Mentira”, o qual informou que o rei D. Pedro tinha falecido, o que era Mentira.

E Você, Leitor, se é um mentiroso convicto e militante, aproveite o 1 de Abril para sentir como é bom para o cérebro e saudável para o coração falar e escrever sem recorrer à Mentira. E não me chame “mentiroso” por ter escrito o que acabou de ler atrás, sem antes pensar e procurar esclarecer-se na literatura que a sua Religião e a sua Política lhe proibiram de ler…

Texto: MARQUES PEREIRA

Foto: A.N.I.

Webmaster: Paula Medeiros

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