6.6.09

" As Farpas"


Este senhor acima foi um dos maiores expoentes de nossa lingua portuguesa.
De renome internacional , se dispensa apresentações. Trata-se de José Maria de Eça de Queiroz, escritor português, cujo pai nasceu no Rio de janeiro e em 1871 escreveu o poema "As Farpas". Este poema se quizessemos dizer que tinha sido escrito hoje jamais se saberia. Quando me foi apresentado, achei-o simplesmente sensacional e atualizadissimo para a nossa realidade, assim bem como para com os politicos do Brasil e de Portugal.

Assim vos apresento : As Farpas

O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!
Texto introdutório: Paulo Medeiros
Poema: Eça de Queiroz
Webmaster: Paula Medeiros

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