1.5.11

JOÃO PAULO II: SANTO PAPA FEITO BEATO


Um beato é uma pessoa a quem a hierarquia da Igreja Católica consente que lhe seja feito culto público. Depois, conforme a “freguesia” (devotos que lhe dão cera e dinheiro para os cofres do Vaticano), talvez seja elevada à santidade e o promovam a Santo.



As pessoas que não pertencerem ao quadro de pessoal da Igreja Católica, por mais bondosas, imaculadas, pacíficas e verdadeiras que sejam, ou tenham sido, nunca serão feitas beatas nem santas. E a única razão é esta: esta religião fundada em Roma pela mão de Pedro e Paulo, dois discípulos de Jesus de Nazaré, sempre, por razões financeiras, considerou “pecadores” os seus seguidores.



Os pecados eram limpos com dinheiro vivo, velas e rezas. E os estúpidos dos “pecadores” iam pagando, queimando cera e rezando a um Deus inexistente e a um Jesus morto e impotente para disciplinar e meter na ordem dos seus princípios a cambada de oportunistas, extorsionários e torturadores, eles sim, uns autênticos pecadores religiosos.



João Paulo II não foi um santo em toda a extensão do seu múnus papal. Nem podia ser, porque a Igreja é a essência imoral da política e interesses da Direita política, económica e capitalista.



Ele veio de um país de Esquerda do leste da Europa (Polónia), onde também vivia a ditadura do Comunismo da URSS, e foi para os europeus um dirigente católico que sorria naturalmente ao povo e tinha um rosto bondoso para todos.



Como “santidade” teve a coragem de assumir que a Igreja Católica foi, no passado, uma religião assassina usando o nome de Jesus Cristo como bandeira para cometer os seus horrendos pecados.



Como “santidade” tentou pacificar as relações entre as diversas confissões religiosas sob o bondoso espírito de S. Francisco de Assis, mas não conseguiu porque todas têm os seus territórios e negócios religiosos e não querem perdê-los.



Como “santidade” conseguiu que o povo jovem e velho gostasse dele e não o esquecesse depois de ter morrido.



Como “pecador” matou a Teologia da Libertação que na América do Sul foi um grito da igreja pobre mandada erguer por Jesus de Nazaré contra a exploração dos ricos. E a Igreja e os pobres desta parte do mundo continuam pobres.



Como “pecador” não permitiu o casamento dos padres e madres conforme a Natureza da Humanidade que a Bíblia judaica ter sido “feita por Deus”.



Como “pecador” não deixou as mulheres serem sacerdotisas, porque isso iria tocar no domínio machista dos velhos e novos dirigentes do Catolicismo. Eles preferem ter as mulheres de joelhos à sua frente, sempre disponíveis por fazer sacrifícios a eles por Deus e Jesus, não tendo que “aturar” a sua inteligência e capacidade de luta e criação.



Como “pecador” continuou a receber na “casa de Deus”, a sorrir e a abençoar ferozes e assassinos ditadores como o chileno Pinochet.



Não concordo que alguém depois de morrer seja considerado beato ou santo, porque seria mais justo promover isso quando se vive. A Morte põe fim à vida e ela própria morre individualmente com os seus mortos. Os mortos não têm vida para fazer “milagres” para ninguém. Só os vivos podem ser bondosos e caritativos para ajudar e prestar serviço cristão aos que mais necessitam.



Mas as religiões, todas, foram feitas de imaginações, demências, inverdades, balelas, tretas, teatro e espectacularidade.



Em 1 de Maio de 2011, Dia da Mãe católico e mundial do Trabalhador, João Paulo II foi promovido a beato da Igreja Católica no Vaticano, durante um espectáculo religioso que levou milhares de turistas do Catolicismo à Praça de S. Pedro. O novo beato católico não viu nada, mas o evento em si foi mais um dia festivo e de muito negócio “in loco” e à volta do templo. Se fosse vivo, João Paulo II ficaria contente se o dinheiro que os presentes gastaram nesta festa o doassem às instituições que nas ruas e nas casas dos pobres com fome e dores distribuem comida, medicamentos e fazem serviço de apoio á vida. Mas, infelizmente, nos seus comportamentos e vaidades pagãos, os católicos continuam longe de ser Cristãos como Jesus quis ao dizer-lhes “Amai-vos uns aos outros como a vós próprios”…




TEXTO DE MARQUES PEREIRA


Foto: A.N.I.


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