29.1.12

João Goulão



Recentemente assistimos na TV a polemica sobre o combate das autoridades contra o uso de drogas na cidade de São Paulo. Há uma área no centro de São Paulo (maior e mais desenvolvida cidade do Brasil), chamada de “Cracolândia”. Nesta região há cerca de 15 anos as autoridades tentam e na maioria das vezes sem êxito controlar a situação.

Recentemente as autoridades tentaram e também sem êxito na minha ótica , fazer uma espécie de internação compulsória dos viciados. A atitude que considero intempestiva chamou a atenção de especialistas de todo o mundo, incluso aí o Sr. João Goulão,que é responsável pela política antidrogas mais elogiada do mundo.

A política adotada por este senhor transformou uma área horrível que existia em Lisboa chamada Casal Ventoso. Esta região litorânea de Lisboa, quando Portugal perdeu suas colônias,toda esta região perdeu o impulso e se tornou a principio, área de contrabandistas e depois de consumo e trafico de drogas. Chegou a ser conhecida como o maior supermercado de drogas da Europa.

A abordagem naquele bairro foi somente de assistência social, e iniciou-se apenas nos primeiros anos com a troca de seringas, que diminuiu o índice de contaminação de doenças(entre elas a AIDS) , e somente após conquistar a confiança dos viciados é que foi possível aproximar os serviços de saúde. A policia neste caso só fez acompanhar.

O exemplo acima comprova que estamos adotando um método errado na Cracolândia paulista, pois a internação compulsória leva o viciado para um lugar fora da realidade, ou seja não é apenas privá-lo da substancia, é necessário mudar seu habito de vida e isto não é possível internando-o a força.

O leitor pode perguntar, como um método de liberação ou seja de descriminalização das drogas foi possível numa sociedade conservadora como Portugal. Segundo o ilustre vistante o uso das drogas fez parte da explosão de liberdade que o país viveu com o fim da ditadura de 1974. Começou com maconha, depois heroína etc. Assim rapidamente os viciados já representavam 1% da população e quase todo mundo já tinha um parente viciado. Deste modo foi fácil perceber que o dependente era uma pessoa honesta e necessitava de ajuda. A partir daí foi mais fácil resolver a questão e o melhor não foi uma decisão política.

Esta provado que o modelo português pode ser aplicado em qualquer lugar do mundo, onde sua característica principal é combater o vicio e não o viciado.

Sou uma testemunha pois em 2007 tive a oportunidade de conhecer o Casal Ventoso e naquela altura já não era nada do que um dia tinha ouvido falar.

Um bom exemplo!

Texto: Paulo Medeiros
Fotos: Web
Webmaster:Paula Medeiros




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