31.10.08

ANTÔNIO DE OLIVEIRA SALAZAR


Como todo espaço democrático deve ser, abro aqui no Lusitânia Perdida para este português que odiado por muitos e adorado por alguns, ainda se faz presente nos dias atuais.

Muitos leitores no Brasil me indagaram porque quase não se fala dele. Sei que para os participantes e colaboradores portugueses de nosso blog o seu nome é sinônimo de atraso e de um tempo de um Portugal principalmente sem liberdade.

Mas, venho através da necessidade jornalística e com o compromisso de estudar a historia venho tentar entender os fatos de antes do 25 de Abril

Com outros lusitanos que conversei, ele aparece como um nacionalista, que manteve ou tentou manter um império com força e amor a sua terra e com a principal característica de morrer no poder e assim mesmo pobre.

Antonio de Oliveira Salazar, nasceu em Vimieiro (Santa Comba Dão) em 1889 e faleceu em Lisboa em 27/07 1970. Foi ministro das finanças, foi fundador da União Nacional e também do Estado Novo ( 1933-1974).

Nacionalista ao extremo, teve de conviver com a grande maioria dos problemas do século XX, tais como: segunda guerra, e principalmente as guerras coloniais.
Embora tenha levado o país a um equilíbrio em determinado tempo, foi considerado um ditador algoz.

Com o fim da segunda guerra, e com as dificuldades econômicas, a comunidade internacional defendia o fim da colonização e Salazar praticou uma política isolacionista

Sob o lema “ orgulhosamente sós”. Esta era uma de suas características, ser auto-suficiente.

Para entender, basta ver algumas frases que o caracterizaram.

“A guerra foi por toda parte feita com liberdade possível e autoridade necessária.“

“Para cada braço uma enxada, para cada família seu lar, para cada boca seu pão.”

“Instrução aos mais capazes, lugar aos mais competentes, trabalho a todos eis o essencial.”
“Quem não é patriota, não pode ser português.”


Assim, ele teve o seu tempo, e o seu momento. O que traz curiosidade, é que nos tempos atuais, cada vez mais aparecem mais simpatizantes e jovens que não sabem nem exatamente explicar a causa. Basta dar uma olhada nas comunidades do Orkut na internet na maioria das vezes ligados a comandos de extrema direita.

Muitos deles afirmam que se fosse com ele Portugal não estaria hoje com a delinqüência, nem com tantos estrangeiros. E aí não sei o que seria dos meu compatriotas que hoje vivem no país, mas também, talvez não fosse o país mero balneário europeu.

Prefiro ver o caso através da ótica da neutralidade, e assim de sã consciência realizo apenas a pesquisa histórica.
Se há espaço para suas idéias nos dias atuais, cabe a sociedade portuguesa decidir, mas tenho de admitir que o homem fez parte da historia e teve a vida consagrada a nação . Como dizem, cometeu erros, é claro, pois era humano. Mas os princípios pelo qual lutou imagino que pensou serem justos.


Nota: Há algum tempo atrás fiz um levantamento histórico sobre o ex-presidente. Hoje republico principalmente devido a pedidos de muitos brasileiros que desconhecem quase totalmente sobre o “Salazarismo”. Nas comunidades do ORKUT na internet relacionadas sobre Portugal, quase sempre se vê muitos admiradores do antigo regime, mas que também sempre sofrem acusações de desmandos e até xenofobia. Resumidamente há correntes e idéias contraditórias, mas observo que tanto na defesa e como nas acusações tudo segue sempre a dois eixos. O primeiro deles, pertence aos que são totalmente contrários ao Salazar, e que participaram com veemência do 25 de Abril. Estes defendem sempre, que o país saiu do atraso secular e conquistaram novos e desenvolvidos caminhos. Por outro eixo, os defensores do antigo regime afirmam que eram mais pobres , mas o Portugal era senhor do próprio nariz, e que a sociedade não estaria com tantos delinqüentes e que a descolonização seria de forma mais respeitosa para com seus cidadãos.
Na óptica de muitos brasileiros, há certa simpatia com a historia do antigo regime, devido principalmente porque eles respeitavam muito Brasil, e também para exemplificar, após o 25 de abril veio para o Brasil o Marcelo Caetano, inclusive professor de universidade no Rio de Janeiro, onde viveu ate sua morte.Sua promessa foi a de jamais voltar ao seu país.

Mesmo em minhas andanças por Portugal, procurei sempre não me envolver na questão e procurei sempre entender os fatos. Infelizmente não estive em Portugal antes de 1974, mas me recordo bem que naquela época era sonho de muitos portugueses viver no Brasil, e todos em busca de uma vida melhor.

Deixemos que a história julgue!
Texto: Paulo Medeiros
Foto: Cortesia
Webmaster:Paula Medeiros

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